DIAS, Maduro - VEJO SEMPRE MAR EM RODA. Angra do Heroísmo, [s.n. - Oficina de Cruz & Lemos, Lda. - Angra do Heroísmo], M C M L X I I I [1963]. In-8.º (21,5x15 cm) de 38, [10] p. ; B.
1.ª edição.
Obra poética do autor dedicada à memória de seu Pai, Avô e Bisavô maternos, "Ilheus dos Açores e emigrantes".
Bonita edição impressa em papel reciclado, por certo com tiragem reduzida.
Exemplar muito valorizado pela dedicatória autógrafa do poeta a Álvaro de Freitas em cartão colado na f. guarda anterior.
"O MAR alto não me tenta,
só terra não me segura.
Nas ilhas ganho amarado
as soldadas da ventura.
Na maré, rente ao calhau,
acaba a terra mindinha.
Mas há barcos, êle há velas,
escaleiras e prainha."
(Excerto do Poema)
Francisco Coelho Maduro Dias (1904?-1986). "N. Angra do Heroísmo, 12.2.1904 ? m. 21.12.1986. Pintor, escultor, desenhador, decorador e poeta. Desenvolveu uma apurada sensibilidade artística em Lisboa, aquando da preparação do Pavilhão Português para a Exposição de Sevilha (1929). Para o desenvolver da sua sensibilidade artística não lhe foi indiferente o conjunto de sugestões e o ambiente à volta de Armando Lucena, Abel Manta, Jorge Barradas, Diogo de Macedo. Os anos determinantes da sua geração implicaram algumas discussões e mesmo rupturas. Regressou à ilha Terceira, terra natal, realizou o empedrado da Praça da Restauração (1930), planeou a Urbanização do Largo Prior do Crato (Angra do Heroísmo), tendo executado o respectivo monumento. Outros executou, como uma Memória da Restauração de 1640 (Praia da Vitória), o monumento ao historiador Francisco Ferreira Drummond (na vila de S. Sebastião), uma memória-abrigo no Pico de Matias Simão (nos Altares, ilha Terceira). Executou e decorou a ?Exposição do Emigrante? da Junta Geral (Angra do Heroísmo), tendo pintado quadros para o Salão Nobre da mesma Junta Geral de Angra do Heroísmo (destaque-se o ?Sonho do Infante?), para o Governo Civil do então existente distrito do mesmo nome (hoje Palácio dos Capitães Generais) e fez alguns trabalhos para o Hotel de Angra e para vários particulares. Consciente da correlação das Artes e voltado também para a expressão verbal, Francisco M. Dias escreveu contos (de tónica regionalista) e poesia. Um certo tímido sentido de recato da vida intelectual e a fraca projecção que então tinham os artistas fora do arquipélago talvez tenham impedido um maior conhecimento da sua obra. F. M. Dias pertenceu à geração fundadora do Instituto Histórico da Ilha Terceira, com o qual colaborou (lembre-se o papel fundador de Luís da Silva Ribeiro). F. M. Dias colaborou, nas possibilidades de enquadramento do meio, em muitas actividades, por exemplo como cenógrafo, como desenhador e decorador (orfeões, operetas e diversas sociedades recreativas), sendo de destacar a colaboração prestada à opereta regional Água Corrente. Ainda nos fins da década de 70 a primeiros anos da década de 80, F. M. Dias foi convidado a desenvolver ensino artístico no destacamento americano da Base das Lajes (Clube de Oficiais, onde se realizaram várias exposições), o que denota a sua vocação para um certo magistério artístico que nunca o abandonou. A uma fina ironia na convivência e na poesia de acento popular, acrescentamos, também na poesia, uma tónica religiosa. António Machado Pires (Mar.2003)."
(Fonte: https://www.culturacores.azores.gov.pt/ea/pesquisa/default.aspx?id=2680)
Exemplar em brochura, por abrir, em bom estado de conservação.
Raro.
Indisponível

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