24 setembro, 2025

CORREIA, Manuel -
O PERDIGUEIRO PORTUGUÊS
. Lisboa, Editorial Presença, [1981]. In-8.º (18,5x12,5 cm) de 158, [2] p. ; [4] p. il. ; [1] mapa desdob. ; B.
1.ª edição.
Importante subsídio para a história do Perdigueiro Português, raça de cão de caça nacional.
Obra invulgar e muito interessante.
Ilustrada a p.b. no texto com esquemas de pedigree, desenhos e fotografias antigas de exemplares icónicos da raça, e em separado, com 8 fotografias a cores distribuídas por 4 páginas, e um mapa de pedigree desdobrável intitulado: "Uma plêiade de campeões Odelouca e seus descendentes".
"O cão perdigueiro vive disperso por todo o território metropolitano, encontrando-se mais numerosamente nas grandes aglomerações citadinas, em que é bastante elevada a existência de devotos de Santo Huberto, seus possuidores.
No que respeita à sua proveniência, ignorada como ainda hoje é a estirpe originária, seria temeridade afirmar duma maneira peremptória, como verdadeira, uma determinada origem, pois que não passaria duma hipotética asserção, por ausência da necessária comprovação. Possivelmente originário do Oriente, a existência do braco na Península Ibérica remonta a épocas bem longínquas e a sua presença em Portugal parece registar-se, com certa verosimilhança, desde as últimas décadas do século XIV. Sendo assim, é crível que com o decorrer dos tempos e por influências de vária natureza, algumas das modificações que se produziram no indivíduo originário, hoje se encontrem fixadas no cão actual, de forma a poder ser considerado o perdigueiro português ou braco nacional como um aborígene, constituindo, pelas suas características morfológicas, dinâmicas e psíquicas, uma raça autoctone, perfeitamente definida."
(VI - Standard ou Estalão - Estalão do Perdigueiro Português)
"Cão mediomorfo, rectilíneo, tipo bracóide; buscador tenaz e caminheiro activo, bate os terrenos com a constância e pertinácia do explorador teimoso, procurando insistentemente o que o levou à liça, isto é, a caça, pondo ao serviço de tão afadigosa missão a extraordinária subtilidade do seu olfacto e dispensando à busca toda a atenção que ao seu experiente conhecimento lhe merece o acto de caçar. Trabalhador sagaz, em desinteressada e imprescindível colaboração com o caçador desportivo, do qual deve andar próximo e em perfeito contacto com ele; silenciosamente, agindo com natural vivacidade, cabeça alta, tomando ventos, de maneira a revelar ao caçador apercebido, pelas suas atitudes e olhares, posição da cauda e ainda pela forma como anda, as impressões sentidas pela sua acuidade olfactiva, o bom perdigueiro denota sempre uma acentuada vontade de bem servir com inteligência, e às vezes até com uma surpreendente e astuciosa habilidade. É um cão que fica estático quando os eflúvios da caça lhe despertam a actividade sensorial; que pára firme, em atitudes insólitas, associadas a um estado psíquico que lhe é próprio: fácies contraído, olhar esgazeado e fixo, orelhas em posição de escuta, cabeça imóvel, cauda hisra, um membro levantado e indiferente, por momentos, ao que se passa em volta..."
(Excerto de VI - Standard ou Estalão - I. Aspecto geral e aptidões)
Índice:
I - O cão de parar. II - Bracos e perdigueiros. III - Os perdigueiros peninsulares. IV - O perdigueiro português. V - Difusão do perdigueiro em Portugal. VI - Standard ou Estalão. VII - Caracetrísticas de trabalho. VIII - Melhoramentos da raça. IX - Criação. X - Adestramento. XI - Influência do perdigueiro português na formação do pointer. XII - Dois obreiros. | Anexos: I - Organização da canicultura oficial em Portugal. II - As provas de trabalho. III - Criadores de perdigueiro português. IV - Campeões de Portugal de beleza. V - Registos no L.O.P. | Notas | Bibliografia.
Exemplar em brochura, bem conservado. Rubrica de posse datada na f. ante-rosto.
Muito invulgar.
Indisponível

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