21 maio, 2025

MÜNCHLAUSEN, Karl von -
AVENTURAS PASMOSAS DO CELEBRE BARÃO MUNKAUSEN, que contém hum resumo de viagens, campanhas, jornadas e aventuras extraordinarias; igualmente a descripçaõ e huma viagem á Lua e canicula.
Traduzido do inglez. Nova ediçaõ. Lisboa. M. DCCC.XXXV. Na Typographia Rollandiana. In-8.º (15,5x11 cm) de XV, [1], 126 p. ; B.
Conjunto de histórias de aventuras extraordinárias, obra de referência da literatura Fantástica e de Ficção Científica.
"Nunca houve aventuras como as do Barão de Munchausen. São também as mais incríveis narrativas de viagem de que se tem notícia. Munchausen nasceu em 1720, foi tenente, capitão de cavalaria, serviu num regimento russo e lutou em duas guerras turcas – além de ter carregado sua imaginação por Cairo, Londres, Gibraltar, pelo Ceilão, África, e uma infinidade de lugares, incluindo a Lua e o centro da Terra. Depois de doze anos de serviço militar, aposentou-se. Nas recepções em sua casa em Hanover, na Baixa Saxônia alemã, gostava de ntreter os amigos com suas histórias. Entre os ouvintes, estava o bibliotecário Rudolf Erich Raspe (1736 - 94), a quem se atribui a autoria de parte dos relatos do Barão. Mas Munchausen, o personagem, se tornou maior."
(Fonte: Fnac)
A BNP não menciona esta edição de 1835, apenas uma outra de 1847.
"O Barão Munkausen tem sem duvida feito grande beneficio ao Mundo Litterario, sendo tal o numero de viajantes faltos de fé, que até era necessario hum Gulliver em pessoa para os exceder. Se o Barão de Tott valerosamente deo fogo a huma enorme peça de Artelharia, o nosso Barão fez mais, pois passou com ella a nado a travez do Oceano. Quando os viajantes pertendem ser os heroes da sua propria historia, devem necessariamente admittir superioridade, e envergonharem-se de serem excedidos por Munkausen. [...]
O Barão na seguinte obra parece ás vezes philosophico: a sua descripção da lingoa do interior da Africa, e a sua analogia com a da Lua, o faz ver como perfeitamente versado nas antiguidades etymologicas das Nações, e aclara a occulta historia dos antigos Scythas e outros povos."
(Excerto do Prefacio)
"Hum amigo, e parente meu me persuadio embarcar em huma viagem de descobertas, pois elle se persuadia que neste globo havia habitantes de igaul grandeza como os que Gulliver descreve no Imperio de Brobdingnag. Eu da minha parte sempre tratei esta historia como fabula; porém para lhe fazer a vontade, pois me tinha estabelecido seu herdeiro, embarquei em hum navio destinado para o mar do Sul, onde chegámos se encontrar couza notavel, excepto vermos alguns homens, e mulheres que jogavão ao Exo Baldexo, e dansavão minuetes no ar.
No decimo-outavo dia depois de termos passado a Ilha Otaheite, de que o Capitão Cook tanto fallou, e d'onde elle trouxe Omai, atacou hum furacão o navio com tal violencia, que pelo menos o fez subir mil legoas acima da superficie do mar, onde o conservou até vir hum vento fresco, que nos encheo as velas, e empurrava o navio para diante com incrivel velocidade: desta sorte navegámos na atmosfera acima das nuvens pelo espaço de seis semanas. Finalmente vimos terra, que parecia ser huma grande, e brilhante Ilha de figura circular, onde vendo hum Porto conveniente entrámos, e démos fundo; e baixando a terra a achámos habitada. Aqui vimos figuras estupendas montadas em Abutres de enorme grandeza, cada hum com tres cabeças. Para vos dar alguma idéa destas aves devo informar-vos que cada aza tinha a mesma largura que seis vezes a largura da vela grande do nosso navio, que era de seiscentas toneladas. Assim em lugar de andarem a cavallo como nós, voão de huma parte para outra nestas aves, os habitantes da Lua (pois achámos que nella estavamos). O Rei estava em guerra com o Sol, e offereceo-me hum commando do qual me escusei."
(Excerto de XI - Huma visita (accidental) á Lua...)
Karl Friedrich Hieronymus von Münchhausen (1720-1797). "Foi um militar e senhor rural alemão. Os relatos das suas aventuras serviram de base à célebre série As Aventuras do Barão de Münchhausen, compiladas por Rudolph Erich Raspe e publicadas em Londres, originalmente, em 1785. São histórias fantásticas e bastante exageradas, veiculadas sobretudo na literatura juvenil. Trata-se de um personagem que se equilibra entre a realidade e a fantasia, no seu próprio mundo, desenvencilhando-se dos mais diversos perigos com bravura e à custa de fugas impossíveis.
Nascido em Bodenwerder, durante a juventude Münchhausen serviu como pajem de Anthony Ulrich II, Duque de Brunswick-Lüneburg, e mais tarde entrou para o exército russo, onde serviu até 1750, participando em particular de duas campanhas contra os turcos. Ao retornar para casa, começou a espalhar várias histórias extremamente exageradas sobre suas aventuras; ganhou a fama de maior mentiroso do mundo.
De acordo com as histórias, contadas e recontadas, os feitos incríveis do Barão incluíram viagens em bolas de canhão, jornadas à Lua, e, a mais famosa, a fuga de um pântano ao puxar a si mesmo pelos próprios cabelos(!) - ou pelos atacadores das botas(!), dependendo da versão. Muitos utilizam esta última narrativa para, por analogia, mostrar a tolice que se é tentar sair de uma situação difícil sem a ajuda de alguém, apenas por si mesmo. O filósofo alemão Nietzsche fez uma referência a essa história no aforismo 21 de Além do bem de do mal, contrariamente à tese do livre-arbítrio.
Os relatos incríveis levaram o bibliotecário alemão Rudolf Erich Raspe (1736-1794) a redigir As Loucas Aventuras do Barão de Münchhausen, publicado pela primeira vez em Londres (1785), salvo uma coleção anónima de 1781, sob suspeita que o próprio Rudolf a tenha escrito. Conta-se que Rudolf acrescentou outros eventos bizarros, que o próprio Münchhausen achou exagerados."
(Fonte: Wikipédia)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Envelhecido. Recoberto por capa de protecção recente, em cartolina, com título, autor e ano manuscritos. Aparado à cabeça. F. rosto apresenta assinatura de posse e falha de papel no canto superior esquerdo.
Raro.
Peça de colecção.
85€

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