31 maio, 2025

BARBOSA, Jorge -
TOPONÍMIA DA PÓVOA DE VARZIM -
VI. Póvoa de Varzim, [s.n.], 1994. In-4.º (23x16 cm) de 52 p. (253-304 p.) ; il. ; B.
1.ª edição independente.
Separata do Boletim Cultural Póvoa de Varzim : Vol. XXI - N.ºs /1/2 - 1994.
Ilustrada ao longo do texto com 27 croquis viários.
"Nos Boletins Culturais "Póvoa de Varzim", vol. XXVII (1990) e vol. XXVIII (1991), n.º 1, publiquei uma 1.ª actualização da Toponímia da Póvoa de Varzim, a partir de Outubro de 1982 e por aqui me ficaria, como escrevi no Preâmbulo de 1990, esperando que "outros carolas se encarregarão pelos tempos fora, de ir completando este trabalho e de elaborar um actualizado ementário toponímico da nossa terra". [...]
Porém, contra o que eu esperava, a Divina Providência ainda me permitiu dar mais uma achega (será a última) como adiantamento a este estudo da nossa toponímia, registando e desenvolvendo mais 27 topónimos locais, oficializados desde 13 de Maio de 1992 a 24 de Fevereiro de 1993. É natural que por aqui fique o meu modesto contributo na actualização deste estudo."
(Excerto do Prefácio)
Jorge da Silva Barbosa (1913-2006). "Nasceu na Póvoa de Varzim a 28 de Março de 1913. Frequentou os ensinos primário e secundário (1té ao 5.º ano) na sua terra natal, e continuou (6.º e 7.º anos) no Liceu de Rodrigues de Freitas na cidade do Porto. Tirou o Curso Preparatório de Medicina (F.Q.N.) na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (ano lectivo de 1931-1932) e frequentou a Faculdade de Medicina da mesma Universidade, na qual concluiu a licenciatura, com distinção, em 1937. Apaixonado pela vida e história da sua terra natal, desde o seu tempo de estudante, e na linha seguida por seu irmão Fernando Barbosa (mais novo quatro anos), dedicou-se, nos seus momentos de lazer, à investigação, estudo e publicação de trabalhos sobre a história local, biografias de personalidades diversas e crónicas sobre temas poveiros. O Dr. Jorge Barbosa faleceu no dia 25 de Abril de 2006."
(Fonte: https://www.cm-pvarzim.pt/comunicacao/noticias/mostra-documental-recorda-poveiros-ilustres/)
Exemplar em brochura, bem conservado.
Invulgar.
15€

30 maio, 2025

NABAIS, António J. C. Maia - MOINHOS DE MARÉ : património industrial. 
História do Concelho do Seixal
. [Seixal], Câmara Municipal do Seixal, 1986. In-8.º (21 cm) de 155, [1] p. ; [XVIII] f. il. ; [5] f. desdob. ; B.
1.ª edição.
Importante subsídio para a história dos moinhos de maré situados na Margem Sul do estuário do Tejo.
Livro ilustrado com 28 estampas extra-texto - impressas sobre papel couché - que reproduzem esboços, mapas, desenhos e fotografias relacionadas com o assunto, bem como 5 folhas desdobráveis referentes a dois moinhos de maré: Planta do Moinho do Castelo - Corroios (1); Desenhos do auto de levantamento do Moinho Velho dos Paulistas - Seixal - realizado em 1981/82 (4).
"O presente estudo subordinado aos moinhos de maré pretende apenas divulgar alguns aspectos gerais deste tipo de actividade industrial que, desde a Idade Média até ao século XX, ocupou um espaço importante  entre a indústria alimentar da Margem Sul do Estuário do Tejo, não só para servir as populações locais e os Fornos do Biscoito de Vale de Zebro, mas, especialmente, para abastecer a cidade de Lisboa, que recebia a maior parte de farinha através dos barcos dos moinhos que, ao mesmo tempo, garantiam o transporte do cereal. [...]
O estudo não se reduziu aos moinhos de maré da área do território do concelho do Seixal. Houve, antes de tudo, a necessidade de os integrar no conjunto moageiro que se ergueu na Margem Sul do Estuário do Rio Tejo e de estabelecer a sua relação com a cidade de Lisboa, a fim de compará-los, e, ao mesmo tempo, recolher dados que ajudassem a compreender os aspectos técnicos e arquitectónicos. Por outro lado, tentámos fazer um levantamento geral dos moinhos de maré portugueses, a fim de obter informações quanto à sua localização e quanto às características gerais  destas construções industriais populares, não só para as podermos comparar, como também para melhor situarmos, no tempo, a antiguidade deste tipo de moagem."
(Excerto da Introdução)
Índice geral:
Nota de abertura. | Introdução. | Abreviaturas. | Cronologia. | Os moinhos de maré: situação geográfica. | Moinhos de maré do estuário do rio Tejo. | Barcos dos Moinhos. | Moinhos de maré do concelho do Seixal. | Arqueologia do moinho de maré: - Funcionamento e equipamento; - Mecanismo da moagem; - morfologia do edifício; - materiais, processos e elementos de construção. | O moinho e o moleiro. | O projecto Jorge Higgs: o motor hidráulico «Seixal». | Apêndice documental: [8 documentos]. | Glossário. | Fontes e bibliografia.
Exemplar em brochura, bem conservado.
Muito invulgar.
Com interesse histórico e etnográfico.
25€

29 maio, 2025

SILVA, Bispo Conde, D. Manuel Luiz Coelho da -
A IGREJA E A QUESTÃO OPERÁRIA
. Coimbra, Tip. da Gráfica Conimbricense, Limitada, 1925. In-8.º (22,5x15 cm) de 15, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Interessante estudo dedicado à questão operária, assunto momentoso na época, em tempos de grande ansiedade e agitação social, publicado pouco tempo antes da eclosão do movimento que conduziria ao poder o regime da Ditadura Nacional.
Exemplar muito valorizado pela dedicatória autógrafa do autor ao Conselheiro António Teixeira e ...?
"O tempo, em que vivemos, não é realmente um período de paz e prosperidade. O mundo hoje, (são claros os sintomas que por toda a parte se manifestam), prepara-se para catástrofes inauditas. Assim como um doente ferido de mal profundo se estorce em leito por vezes sumptuoso, assim as sociedades modernas agitam-se e sofrem no seio mesmo da sua opolência.
Emquanto que tudo no nosso século parece concorrer para a unidade na ordem física, tudo parece conspirar a produzir a divisão na ordem moral e social.
Divisão, separação, ódio, antagonismo - eis o grande mal das sociedades modernos. Odio e antagonismo entre homens e homens, entre classes e classes. Antagonismo entre as classes trabalhadoras e as que se chamam dirigentes, entre patrões e operários, entre o rico e o pobre, e isto por toda a parte, nas grandes cidades e nas pequenas povoações."
(Excerto da Pastoral)
D. Manuel Luís Coelho da Silva (Bustelo, Penafiel,1859-1936). 23.º conde de Arganil, 58.º bispo de Coimbra. "Foi nomeado Bispo de Coimbra em 31 de Dezembro de 1914 e fez a entrada na Sé de Coimbra em 15 de Abril de 1915. A acção primeira de D. Manuel foi o Seminário, fazendo aumentar a sua população e defendendo a posse dos seus edifícios. Reuniu um Sínodo em 30-31 de Julho de 1923. Organizou e publicou umas Constituições do Bispado em 1929. Cuidadoso do bem do Clero, instituiu em 1917 a Obra de S. José para auxiliar o Clero velho e doente. Deu toda a protecção à fundação do Refúgio da Rainha Santa, hoje Casa da Formação da Rapariga, ao Patronato para auxílio dos Pobres; ao Recolhimento do Paço do Conde e à Cozinha Económica. Durante o seu pontificado fundou-se o Escutismo (1927), o Noelismo (1925), a União Operária Católica (1925), o Correio de Coimbra (1922), o Amigo do Povo (1916); e lançaram-se as Bases da Acção Católica em 1933. Faleceu em 19 de Março de 1936."
(Fonte: https://www.diocesedecoimbra.pt/diocese/historia/bispos/1914-1936-d-manuel-luis-coelho-da-silva:1150)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Cansado, Capas frágeis com defeitos.
Raro.
Indisponível

28 maio, 2025

BARBOSA JUNIOR, José Correia Leite -
MYSTERIOS D'ALDEIA : romance original
. Porto, Livraria Progresso de Peixoto & Pinto Junior - Editores, 1873. In-8.º (18x12 cm) de 257, [3] p. ; E.
1.ª edição.
Interessante romance de cariz histórico e rural, baseado em factos reais ocorridos no século XVIII, de acordo com as palavras do autor na oferta a sua mãe, da qual reproduzimos um excerto:
"A vós, minha mãe, dedico este fructo das minhas vigilias.
Foste vós que m'o inspirastes, quando, na minha infancia, me contaveis alguns factos mysteriosos, ocorridos na aldeia que me viu nascer.
Da recordação vaga d'essas narrativas, que tanto me impressionavam, nasceu-me mais tarde o desejo de escrever um romance, que se tornasse uma especie de monumento de lembranças do passado..."
Nada foi possível apurar acerca do autor por inexistência de fontes bio-bibliográficas, com excepção de uma notícia impressa no Diario Illustrado (Lisboa, de 27 de Agosto de 1873), que nada desvenda sobre o autor, sob o título Um romance original portuguez, que transcrevemos:
"A Livraria Progresso, dos srs. Peixoto e Pinto Junior, da cidade do Porto, que já tantos serviços tem feito á liiteratura nacional, publicando no nosso idioma varias obras dos mais abalizados escriptores estrangeiros, e algumas de primorosos escriptores naionaes - edictou o interessantíssimo romance original de costumes portuguezes intitulado Mysterios de Aldeia, de que é auctor o sr. Jose Correia Leite Barbosa Junior. Este senhor já publicou um semanario de litteratura Voz do Douro, de que foi proprietário, vários capítulos d'este bello romance, dos quaes se pôde colligir o grande interesse do seu entrecho e a incontestável naturalidade da sua redacção. Auguramos um brilhante successo ao auctor, e ao seu romance, que recommendamos a quem preze os bons livros."
Obra rara, por certo com tiragem reduzida. A BNP não menciona.
"No concelho de..., em Portugal, a pequena distancia da antiga estrada real, via-se, ha bastantes annos, uma linda casa de campo, agradavelmente situada.
Edificada no meio da planura d'uma collina, tinha a frente voltada para a aldeia, que se estendia em baixo, no valle, com as suas casinhas brancas ou pardacentas, engrinaladas de cêpas e trepadeiras, e com seus quintaes e pomares de verdejantes e floridos matizes. [...]
Esta casinha, de que acabamos de dar uma pequena ideia, era habitada em 17... por um padre, uma mulher e uma joven, mãe e filha.
Não tinham servos.
Os quintaes eram amanhados por jornaleiros, que, ao pôr do sol, se retiravam para a aldeia.
Não havia visinhos. Viviam na mais completa solidão.
A mulher dirigia a casa de portas para dentro; a joven lavava a roupa, cosia-a e brunia-a.
O padre dizia missa todos os dias ao romper d'alva, no verão, e ás 8 horas, no inverno.
Chamava-se João do Nascimento. Tinha quarenta annos. Era alto, magro, de feições agradaveis, d'olhos pequenos e vivos.
Quem era, d'onde viera, a que familia pertencia, ninguem o sabia dizer.
Chegara alli havia dous annos, comprara aquelle terreno, fizera aquella casa, e alli vivia.
Nada mais constava.
Tratava a todos com boas maneiras, dava bastantes esmolas, e era muito bem-quisto.
A mulher orçava pela mesma idade.
Devia ter sido bella. Chamava-se Margarida.
Maria do Sacramento, a joven, mostrava ter 16 annos. Era linda como as que o são. Através da saia de chita côr de cinza, e do collete de duraque preto, adivinhava-se umas fórmas perfeitamente modeladas.
Ao vêl-a, com o seu rosto pallido, olhos castanhos, cabello d'ebano, mãos mimosas, pés pequeninos, julgal-a-ias uma dama de distincção disfarçada em camponeza para travessuras de Cupido."
(Excerto do Cap. I)
Encadernação coeva meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Assinatura de posse na f. rosto. Ausência f. ante-rosto. 
Muito raro.
100€

27 maio, 2025

OLIVEIRA, J. Domingues d' -
OS CANCROS E O RADIO. Subsidios para a diagnose precoce d'alguns e para a sua curietherapeutica. Por... Combate do Cancro e Protecção aos Cancerosos (Congresso luso-hespanhol - Porto 1921). Porto, Typographia Pereira, 1923. In-4.º (23x15 cm) de XXI, [3], 189, [3] p. ; B.
1.ª edição.
Importante trabalho sobre o cancro, o seu diagnóstico e combate, por José Domingues de Oliveira, pioneiro na luta contra o cancro no nosso país, introdutor da prática da radioterapia.
Exemplar muito valorizado pela dedicatória autógrafa do autor a seu amigo Joaquim Pacheco.
"Dezenas de milhares de pessoas morrem de cancro.
Calcula-se a proporção de 1 para 10. As estatisticas de todos os paizes civilisados marcam-lhe o seu graphico ascendente; em algumas regiões, e em idades para além dos quarenta annos, já elle vae acima do da tuberculose. [...]
Dos meus apontamentos, colhidos das lições e das observações dos professores de Paris, seguidas em muitos mêses de assistencia hospitalar, desfiados e annotados no remanso das férias na minha Leça compuz quinze capitulos a que dou publicidade. [...]
N'estes capitulos vão elementos d'uma therapeutica nova que, emaranhada ainda nas incognitas de tantas hesitações dão aos primeiros passos, se firma já, com confiança, em acquisições obtidas na experiencia, vindas de tentativas, que não têem sido sempre estereis, e que no seu esforça trazem o segredo da resistencia a oppôr á impetuosa acção da critica e á dissolvente reacção da invidia medicorum."
(Excerto da introdução - Os porquês)
José Domingues de Oliveira (1865-1925). "Natural de Leça da Palmeira. Foi um médico notável. Exerceu atividade, durante muitos anos, na Estação de saúde de Leixões. Através do seu estudo em Paris de Curieterapia (tratamento por aplicação de radio) e pela sua ação vem a ser criado no Hospital Geral de Santo António, no Porto, um serviço pioneiro de Curieterapia. Foi autor de vários livros de medicina de relevo. Em 1907 foi presidente, no Porto da Cruz Vermelha. Em 1921 fez parte da comissão de combate ao cancro e à proteção dos doentes oncológicos. Foi condecorado pelo governo português com o grau de “Cavaleiro da Ordem de Cristo” e com o grau da “Ordem de Santiago d’ Espada”. Foi também condecorado pelo governo francês com a “Cruz da Legião de Honra” pelos serviços que prestou à esquadrilha francesa ancorada no Porto de Leixões durante a Primeira Guerra Mundial."
(Fonte: https://www.cm-matosinhos.pt/frontoffice/pages/1468?poi_id=8414)
Exemplar brochado em bom estado geral e conservação. Capas frágeis com defeitos e pequenas manchas.
Muito invulgar.
20€

26 maio, 2025

SCALI, Marion -
MESTRE NUNO OLIVEIRA. Ilustrações: Jean-Louis Sauvat
. Lisboa, Edições Inapa, 2007. In-4.º (24 cm) de 317, [3] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Obra sobre a arte equestre e o seu ensino, cuidada, impressa em papel de superior qualidade, iIustrada no texto com fotografias a p.b.
"Nuno Oliveira (1925-1989) foi sem dúvida o mais brilhante cavaleiro do século XX, o «mestre de equitação», como era tratado pelos seus inúmeros alunos dos quatro cantos do mundo. Reconhecido mundialmente, consagrou a sua vida ao ensino e à dressage. Marcou a linha de acção da Alta Escola promovendo o cavalo lusitano como exemplo perfeito do "equilíbrio e ligeireza"."
(Fonte: Wook)
Nuno Waldemar Núñez Marques Cardoso Pery de Linde de Abreu de Oliveira OIH (1925-1989). "Foi um cavaleiro português. Mestre brilhante da equitação do século XX[ Nuno Oliveira dedicou a sua vida ao ensino e à dressage, tornando-se num verdadeiro embaixador da arte equestre no mundo. Tendo começado a montar com apenas sete anos de idade, começou por receber os ensinamentos do mestre Joaquim Gonçalves de Miranda, que influenciou o seu estilo de montar, francês de Versailles. Em 1940, após a morte do mestre Miranda, Nuno Oliveira prosseguiu a sua carreira, apresentando-se diversas vezes em público e abrindo escola na Póvoa de Santo Adrião. Na década de 1960 granjeava já de uma significativa visibilidade, o que se refletiu não apenas no seu percurso, mas também na valorização do cavalo lusitano. Atuou em diversos países da Europa, América, Ásia e Oceânia, e foi lhe confiado o ensino de inúmeros jovens praticantes da equitação, vindos de todo o mundo. Em 1973 comprou a Quinta do Brejo, na freguesia de Santo Estêvão das Galés, concelho de Mafra, onde abriu escola e passou a viver. Publicou Princípios clássicos da arte de treinar cavalos, entre outros trabalhos escritos em português, francês e inglês, em que expôs o seu método equestre, refletindo sobre o contributo do cavalo lusitano para tão complexa arte. A 7 de Fevereiro de 1985 o Presidente da República, António Ramalho Eanes, agraciou-o como Oficial da Ordem do Infante D. Henrique."
(Fonte: Wikipédia)
Exemplar em brochura, bem conservado.
Invulgar.
20€

25 maio, 2025

GOMES, Artur Levy -
ESBOÇO DA HISTÓRIA DE MACAU : 1511 a 1849. Por...
Macau, Edição da Repartição Provincial dos Serviços de Economia e Estatística Geral (Secção de Propaganda e Turismo), 1957. In-8.º (22x16 cm) de [9], III, 409, [3] p. ; [10] f. il. ; B.
1.ª edição.
Importante subsídio para a história de Macau, antiga província oriental portuguesa. Trata-se de um "esboço" cronológico, de 1511 a 1849, ano em que o governador João Ferreira do Amaral foi assassinado quando passeava a cavalo.
Obra ilustrada em separado com 10 estampas - impressas a p.b. - sobre papel couché.
"Macau, por três séculos, a única possessão europeia na China, o primeiro empório do comércio exclusivo com o Japão e o Celeste Império, o fanal donde irradiou a luz da civilização ocidental por todo o Extremo Oriente, tão pequena em território como grande em tradições, com o seu cunho de Portugal antigo e ressaibos de orientalismo, constitui uma das mais preciosas jóias do nosso património ultramarino.
Territorialmente consta da cidade pròpriamente dita, que abrange toda a península, e das ilhas adjacentes, contando, presentemente, no seu conjunto,  pouco mais de catorze quilómetros quadrados de superfície. [...]
O título que escolhemos para este pequeno trabalho, pobre de literatura e despido de erudição, mostra bem que não pretendemos fazer a História de Macau, para que não nos achamos com fôlego, mas simplesmente divulgar alguns dos episódios da acidentada vida desta nossa tão longínqua, quão encantadora província ultramarina."
(Excerto de Ao leitor)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas manchadas, com prolongamento no pé, nas primeiras páginas do livro.
Muito invulgar.
Com interesse histórico.
35€

24 maio, 2025

CASA DE REPOUSO - ABRUNHOSA - BEIRA ALTA-PORTUGAL
. [S.l.], Composição e impressão das Oficinas da Soc. Industrial de Tipografia, Lda. - Lisboa], [194-]. In-8.º (18,5x14 cm) de [16] p. ; mto il. ; B.
1.ª edição.
Livrinho de propaganda à Casa de Repouso de Abrunhosa-a-Velha. Foi seu autor Sebastião da Costa Sacadura (1872-1966), conhecido médico e professor universitário, proprietário da instituição.
"Abrunhosa a Velha localiza-se na margem do Rio Mondego com deslumbrantes vistas para a Serra da Estrela. É servida pelo comboio da Beira Alta cuja inauguração do apeadeiro ocorreu em 1935 para facilitar o acesso à então original Casa de Repouso edificada em 1927. A Casa de Repouso, fundada em 1927 pelo Professor Dr. Sebastião Cabral da Costa Sacadura, foi mandada edificar com o objectivo de curar fraquezas e constituir repouso para convalescentes. O local fora escolhido pelas características terapêuticas naturais que possui. O microclima e as águas com beneficio para a saúde, que pela sua composição hipossalina, conforme atestam os relatórios médicos da época, permitiam grande poder sedativo com propriedade eliminatório."
(Fonte: https://www.idealista.pt/imovel/31756426/)
Livro ilustrado em todas páginas, partilhando o espaço com texto alusivo à Casa de Repouso e à zona circundante, incluindo monumentos e paisagens.
"... Em pleno coração das Beiras, num dos mais lindos recantos da Terra Portuguesa. Junto do povo da Abrunhosa, nos termos de Mangualde, a poucas léguas de Vizeu. Construi-se esta casa - propositadamente - para curas de repouso e curas de ar livre. Escolheu-se o local a 500 metros de altitude, em faldas da Serra da Pousada, abrigado por completo dos ventos frios do Norte e volvido, portanto, para o Sol. Procurou-se também que no edifício nenhum confôrto moderno faltasse: electricidade, balneário, aquecimento central, ascensor; água corrente, quente e fria, por tôda a parte e com abundância; tudo, enfim, o que é preciso para cercar de comodidades os seus hóspedes. Em resumo: quiz-se fazer, e fez-se, um estabelecimento, único nêste género em Portugal, instalado numa casa recentemente construída."
(Excerto do texto)
Exemplar em brochura, bem conservado.
Muito invulgar.
15€

23 maio, 2025

SEQUEIRA, Pe. Francisco - FARRAPOS : versos
. Portalegre, Typ. Fragoso & Leonardo, 1901. In-8.º (16x11 cm) de 52, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Obra poética, cremos que a terceira publicada pelo autor.
Impressa em papel de superior qualidade.
Muito valorizada pela sua dedicatória manuscrita "Ao ill.mo sr. Dr. Manoel de Moraes - distincto orador".

"Sete annos... mais não tem! Leva no braço,
Uma cestinha e a infusa do bom leite;
Cobre-a sainha leve e sem efeite...
E é mais linda que o sol dourando o espaço...

A cobrir-lhe os cabêllos um lenço velho...
Cujas pontas o vento, inquieto, agita;
Veste roupinha de barata chita
E a saia mal lhe toca pelo artelho.

Desclça, vai andando; pára, ás vezes...
A ver brincar... até que, juncto á esquina,
N'uma voz agradavel, e argentina,
Grita: «Quem merca leite, ó freguezes?»"

(Leiteira)

Francisco de Andrade Sequeira (1877-1955). "Sacerdote e Escritor, Poeta. Nasceu em Alpalhão a 26 de Fevereiro de 1877 e morreu em Portalegre a 25 de Fevereiro de 1955. Estudou no liceu e no Seminário daquela cidade e foi ordenado presbítero a 27-2-1899. Promotor do Bispado de Portalegre, governou-o episodicamente; foi secretário particular de D. António Moutinho e director diocesano do Apostolado da Oração. Catequista e conferencista de mérito, notabilizou-se como pregador, poeta e jornalista. Colaborador assíduo da imprensa católica nacional, dirigiu em Portalegre Luz d'Alma e O Boletim Paroquial. Trabalhos seus apareceram nos seguintes periódicos portalegrenses: União Católica, Juventude, O Distrito de Portalegre, O Campeão de Portalegre, O Leão, A Plebe e A Rabeca. Contam-se por centenas os poemas, sobretudo sonetos, que publicou na imprensa local com os pseudónimos de «Mário», «Amaia Celeste» e «Oriam». É autor de uma obra numerosa onde se incluem folhas soltas e conferências que ficaram inéditas e na posse da família. Dos seus trabalhos publicados, destacamos: Causticando, Portalegre, 1899; Sonetos, Portalegre, 1900; Farrapos, Portalegre, 1901", etc.
(Fonte: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1662926127277066&id=1597860520450294&set=a.1597865167116496&locale=pt_PT)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis, com falhas e pequenos defeitos.
Raro.
25€

22 maio, 2025

PINTASILGO, José Manuel - MANGA DE RONCO NO CHÃO.
[Prefácio de António de Spínola]. Lisboa, [s.n. - Impresso nas Oficinas Gráficas da Companhia Nacional Editora - Lisboa], 1972. In-8.º (21x15 cm) de 116, [4] p. ; [33] f. il. ; B.
1.ª edição.
Conjunto de crónicas reunidas em volume, antes publicadas no jornal Época durante o ano de 1972, redigidas no cenário militar mais adverso experimentado pelas tropas portuguesas durante a Guerra Colonial, recolha muito valorizada pelo prefácio do General Spínola, governador e comandante-chefe das Forças Armadas da Guiné.
Livro ilustrado com inúmeras fotografias a p.b. - impressas sobre papel couché - distribuídas por 33 folhas intercaladas no texto.
"Enfrentamos uma conjuntura que dispensa, creio bem, qualquer explanação sobre o alto interesse de preservar a informação pública dos grupos de pressão que cada vez mais pretendem comandar as opiniões à luz dos seus interesses, nem sempre coincidentes com o superior interesse geral.
Na hora que passa, caracterizada pela luta de ideias, as campanhas de esclarecimento reclamam, deste modo, cada vez maior dimensão, pois ninguém poderá contestar que um perfeito conhecimento da realidade dos factos, servido por uma sólida formação cívica, é ainda o melhor escudo da sociedade contra as manipulações ideológicas a que pretendem sujeitá-la. [...]
«Manga de Ronco no Chão» é a colecção num só volume das crónicas que o jornalista José Manuel Pintasilgo, enviado especial do jornal Época à Guiné, aqui recolheu e aquele diário divulgou. A sua publicação, integrada no conceito de «moral informativa» que acima aflorámos, dignifica o autor e a Imprensa Portuguesa, pela isenção que caracteriza a notável reportagem jornalística coligida no presente livro, de inegável merecimento para a difusão da verdade. [...]
Não pode o leitor, todavia, interpretar esta obra como simples divulgação viva da realidade da Guiné do presente, que ressalta nas crónicas compiladas; é que, para além disso, ela é ainda um documento esclarecedor de conceitos que conduzem à solução inadiável de problemas que não devem ser iludidos mas antes apresentados abertamente à opinião pública."
(Excerto do Prefácio)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Muito invulgar.
Com indubitável interesse histórico.
Indisponível

21 maio, 2025

MÜNCHLAUSEN, Karl von -
AVENTURAS PASMOSAS DO CELEBRE BARÃO MUNKAUSEN, que contém hum resumo de viagens, campanhas, jornadas e aventuras extraordinarias; igualmente a descripçaõ e huma viagem á Lua e canicula.
Traduzido do inglez. Nova ediçaõ. Lisboa. M. DCCC.XXXV. Na Typographia Rollandiana. In-8.º (15,5x11 cm) de XV, [1], 126 p. ; B.
Conjunto de histórias de aventuras extraordinárias, obra de referência da literatura Fantástica e de Ficção Científica.
"Nunca houve aventuras como as do Barão de Munchausen. São também as mais incríveis narrativas de viagem de que se tem notícia. Munchausen nasceu em 1720, foi tenente, capitão de cavalaria, serviu num regimento russo e lutou em duas guerras turcas – além de ter carregado sua imaginação por Cairo, Londres, Gibraltar, pelo Ceilão, África, e uma infinidade de lugares, incluindo a Lua e o centro da Terra. Depois de doze anos de serviço militar, aposentou-se. Nas recepções em sua casa em Hanover, na Baixa Saxônia alemã, gostava de ntreter os amigos com suas histórias. Entre os ouvintes, estava o bibliotecário Rudolf Erich Raspe (1736 - 94), a quem se atribui a autoria de parte dos relatos do Barão. Mas Munchausen, o personagem, se tornou maior."
(Fonte: Fnac)
A BNP não menciona esta edição de 1835, apenas uma outra de 1847.
"O Barão Munkausen tem sem duvida feito grande beneficio ao Mundo Litterario, sendo tal o numero de viajantes faltos de fé, que até era necessario hum Gulliver em pessoa para os exceder. Se o Barão de Tott valerosamente deo fogo a huma enorme peça de Artelharia, o nosso Barão fez mais, pois passou com ella a nado a travez do Oceano. Quando os viajantes pertendem ser os heroes da sua propria historia, devem necessariamente admittir superioridade, e envergonharem-se de serem excedidos por Munkausen. [...]
O Barão na seguinte obra parece ás vezes philosophico: a sua descripção da lingoa do interior da Africa, e a sua analogia com a da Lua, o faz ver como perfeitamente versado nas antiguidades etymologicas das Nações, e aclara a occulta historia dos antigos Scythas e outros povos."
(Excerto do Prefacio)
"Hum amigo, e parente meu me persuadio embarcar em huma viagem de descobertas, pois elle se persuadia que neste globo havia habitantes de igaul grandeza como os que Gulliver descreve no Imperio de Brobdingnag. Eu da minha parte sempre tratei esta historia como fabula; porém para lhe fazer a vontade, pois me tinha estabelecido seu herdeiro, embarquei em hum navio destinado para o mar do Sul, onde chegámos se encontrar couza notavel, excepto vermos alguns homens, e mulheres que jogavão ao Exo Baldexo, e dansavão minuetes no ar.
No decimo-outavo dia depois de termos passado a Ilha Otaheite, de que o Capitão Cook tanto fallou, e d'onde elle trouxe Omai, atacou hum furacão o navio com tal violencia, que pelo menos o fez subir mil legoas acima da superficie do mar, onde o conservou até vir hum vento fresco, que nos encheo as velas, e empurrava o navio para diante com incrivel velocidade: desta sorte navegámos na atmosfera acima das nuvens pelo espaço de seis semanas. Finalmente vimos terra, que parecia ser huma grande, e brilhante Ilha de figura circular, onde vendo hum Porto conveniente entrámos, e démos fundo; e baixando a terra a achámos habitada. Aqui vimos figuras estupendas montadas em Abutres de enorme grandeza, cada hum com tres cabeças. Para vos dar alguma idéa destas aves devo informar-vos que cada aza tinha a mesma largura que seis vezes a largura da vela grande do nosso navio, que era de seiscentas toneladas. Assim em lugar de andarem a cavallo como nós, voão de huma parte para outra nestas aves, os habitantes da Lua (pois achámos que nella estavamos). O Rei estava em guerra com o Sol, e offereceo-me hum commando do qual me escusei."
(Excerto de XI - Huma visita (accidental) á Lua...)
Karl Friedrich Hieronymus von Münchhausen (1720-1797). "Foi um militar e senhor rural alemão. Os relatos das suas aventuras serviram de base à célebre série As Aventuras do Barão de Münchhausen, compiladas por Rudolph Erich Raspe e publicadas em Londres, originalmente, em 1785. São histórias fantásticas e bastante exageradas, veiculadas sobretudo na literatura juvenil. Trata-se de um personagem que se equilibra entre a realidade e a fantasia, no seu próprio mundo, desenvencilhando-se dos mais diversos perigos com bravura e à custa de fugas impossíveis.
Nascido em Bodenwerder, durante a juventude Münchhausen serviu como pajem de Anthony Ulrich II, Duque de Brunswick-Lüneburg, e mais tarde entrou para o exército russo, onde serviu até 1750, participando em particular de duas campanhas contra os turcos. Ao retornar para casa, começou a espalhar várias histórias extremamente exageradas sobre suas aventuras; ganhou a fama de maior mentiroso do mundo.
De acordo com as histórias, contadas e recontadas, os feitos incríveis do Barão incluíram viagens em bolas de canhão, jornadas à Lua, e, a mais famosa, a fuga de um pântano ao puxar a si mesmo pelos próprios cabelos(!) - ou pelos atacadores das botas(!), dependendo da versão. Muitos utilizam esta última narrativa para, por analogia, mostrar a tolice que se é tentar sair de uma situação difícil sem a ajuda de alguém, apenas por si mesmo. O filósofo alemão Nietzsche fez uma referência a essa história no aforismo 21 de Além do bem de do mal, contrariamente à tese do livre-arbítrio.
Os relatos incríveis levaram o bibliotecário alemão Rudolf Erich Raspe (1736-1794) a redigir As Loucas Aventuras do Barão de Münchhausen, publicado pela primeira vez em Londres (1785), salvo uma coleção anónima de 1781, sob suspeita que o próprio Rudolf a tenha escrito. Conta-se que Rudolf acrescentou outros eventos bizarros, que o próprio Münchhausen achou exagerados."
(Fonte: Wikipédia)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Envelhecido. Recoberto por capa de protecção recente, em cartolina, com título, autor e ano manuscritos. Aparado à cabeça. F. rosto apresenta assinatura de posse e falha de papel no canto superior esquerdo.
Raro.
Peça de colecção.
85€

20 maio, 2025

RODRIGUES, Ernesto & BERMUDES, Felix & BASTOS, João - O JOÃO RATÃO : opereta em 3 actos.
Original de... Musica de Manuel de Figueiredo. Representada pela primeira vez no Teatro Avenida, de Lisboa, em 23 de Janeiro de 1920, contando actualmente 5 réprises nesta capital
. Lisboa, Emprêsa Literária Fluminense, L.da, 1924. In-4.º (26x18 cm) de 41, [1] p. ; il. ; B.
1.ª edição independente.
"No começo da década de 20 - há cem anos - subiu ao palco uma opereta com o nome João Ratão. Foi uma das poucas representações teatrais sobre a participação de Portugal na Grande Guerra."
(Fonte: https://luisalvesdefraga.blogs.sapo.pt/joao-ratao-210842)
Livro ilustrado com uma fotogravura do João Ratão (Estevam Amarante) e dos autores (na f. rosto).
"João Ratão é um dos muitos jovens portugueses mobilizados para combater na I Guerra Mundial, na batalha da Flandres. Para trás, na sua aldeia do vale do Vouga, João Ratão deixou a sua noiva, Vitória, com quem troca apaixonadas cartas de amor, que enlevam todos os seus vizinhos, que para mais o consideram um herói. Quando finalmente regressa a casa, é recebido com uma grande festa, apenas perturbada pelas histórias que chegam de França que ameaçam o seu noivado com Vitória. E quando um dia chega à aldeia uma francesa..."
(Fonte: fnac)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Com interesse para a bibliografia WW1.
Raro.
25€

19 maio, 2025

KNOWLES,
Professor Elmer E. - SYSTEMA COMPLETO D'INFLUENCIA E CURA PESSOAL. Do...
Londres, The National Institute of Sciences, [191?]. In-4.º (27,5x21,5 cm) de 131, [1] p. ; mto il. ; B.
1.ª edição.
Curiosíssimo "sistema", exemplo maior da charlatanice que fez escola um pouco por todo o mundo no final do século XIX/princípio do século XX, contando com o desconhecimento e crendice da população em geral. Trata-se de um conjunto de ensinamentos dividido em 6 grandes partes, cada qual contendo "saborosas" lições, prometendo aos interessados - os "estudantes" - o acesso aos conhecimentos anunciados, desde logo o domínio pelas artes do hipnotismo e outras artimanhas como panaceia para o controlo e resolução dos mais variados problemas e maleitas, recorrendo ao 'Sistema Completo' e ao invariável "Crystal Radio Hipnotico", "segredo" profissional do "mestre". Inclui ainda estudos baseados na fisionomia, no carácter pela caligrafia, quiromância  e métodos orientais.
Obra rara e muito interessante.
Livro ilustrado no texto e em página inteira com fac-símiles de "lições" e inúmeras fotografias de "sessões" hipnóticas, ensaiadas ou não, mas todas elas insólitas e muito curiosas.
"Tenho a certeza que quem isto leia, está familiarizado com os termos do meu annuncio no qual amplamente descrevi o conteudo do meu Systema Completo. A Primeira Parte com que principiarei agora, é unica e simplesmente uma Introducção.. Como provavelmente em cem pessoas não haverá senão uma que possue uma ideia muitissimo vaga e elimentar do Hypnotismo e dos outros assumptos de que trata o meu Systema, vejo-me obrigado lógo no principiop dizer exactamente aquillo que o estudante tem por apprender.
Deverei dizer que, nem n'esta Introducção nem em qualquer outra parte do meu Systema Completo será encontrada uma unica phrase que seja desnecessaria. Pela melhor das razões recuso a seguir o exemplo de tantas autoridades por si mesmo constiyuidas sobre estas sciencias, que teem enchido livros de uma vasta quantidade de dizeres vagos e dffusos, tudo embrulhado de maneira que o estudante em geral acha-se embaraçado e impossibilitado de conseguir a informação practica, meio unico pelo qual elle póde chegar a ser um Hypnotizador bem succedido, etc.
Por isso, n'esta Introducção dou em resumo os Principios Fundamentaes do Hypnotismo, Suggestão, Therapeutica Suggestiva, Magnetismo Pessoal, Clairvoyance, Leitura e Formação do Caracter.
Aonde fôr necessario tratarei das falsas representações que se tenham espalhado por toda a parte em relação a estas Sciencias, afim que logo ao principio o Estudante possa saber que não é nenhuma proposta falsa ou duvidosa que esteja emprehendendo."
(Excerto da Introducção)
Índice: Parte 1.ª - Methodo preliminar-simplificado ensinando ao Estudante ou Enfermo os principios Fundamentaes do Hypnotismo, Suggestão, Therapeutica Suggestiva, Magnetismo e Influencia Pessoal, Clairvoyance, Telepathia, Cura Magnetica e da leitura e formação do Caracter.
Parte 2.ª - O Curso Pratico do Prof. Knowles sobre o Hypnotismo, Telepathia, Magnetismo Pessoal e Influencia Pessoal - Abrangendo o uso do Crystal Radio Hipnotico.
Parte 3.ª - Adiantado. Auto-tratamento do Prof. Knowles - Para a cura de Doenças e Costumes - Abrangendo o uso do Crystal Radio Hipnotico.
Parte 4.ª - Curso Scientifico do Prof. Knowles - Cura Magnetica. Tratamento a distancia - tratamento pela suggestão abrangendo o uso do Crystal Radio Hipnotico.
Parte 5.ª - O Systema Completo de Influencia e Cura Pessoal pelo Prof. E. E. Knowles e o unico e original systema conhecido no seu genero. Methodo rapido e Exacto do Professor Knowles. Leituras do Caracter - Abrangendo a Sciencia da Physiognomia, Phrenalogia, Graphologia e Chiromancia.
Parte 6.ª- Methodos Hindús e Orientaes: Hypnotismo, Telepathia, Concentração, Cura Magnetica, Mgia e Maravilhas do Oriente por Swami Ramayandas (Sacerdote Hindú), Respeitosamente dedicado ao Prof. Knowles em apreço pelos seus grandes ensinos em Leis dos Phenomenos Psychicos.
Elmer Ellsworth Knowles, pseudóônimo de Elmer Sydney Prather (1872-1939). "Era um comerciante, mais ou menos honesto, que explorava a credulidade dos seus pares numa área onde dificilmente arriscava a contradição e a ira médica. Para estabelecer a sua influência, assumiu um título destinado a aumentar a sua aura e que nenhum organismo americano ou europeu desafiou.
Nnasceu no Nebraska em 19 de janeiro de 1872 e morreu na França em Ozoir-la-Ferrière em 27 de abril de 1939. Em 1905, fez a sua estreia em Nova Iorque na venda por correspondência de práticas ocultistas, em parceria com FT McIntyre, usando Knowles como pseudónimo. Em 1908 fundou a Modern Science Publishing Company, com AH Postel, Reuben Swinburne Clymer e H. Spencer Lewis. Este último, mais tarde, lideraria o Antiquus Mysticusque Ordo Rosae Crucis ou Ordem dos Rosacruzes. Sua esposa, Abby Prather, editou Modern Miracles, que publicou os primeiros escritos de Lewis.
Em 1909, após dois pagamentos fraudulentos e processos por agressão, os Prather emigraram para Inglaterra, onde iniciaram a venda por correspondência de livros de astrologia, aulas de magnetismo, dispositivos hipnóticos, produtos de beleza, suplementos alimentares, etc. Isto proporcionou-lhes rendimentos de mais de 100.000 dólares por ano e as suas empresas americanas, anteriormente criadas, continuam a operar. Em 1911, um antigo funcionário inglês tentou fazer chantagem; o julgamento ensinou-nos que os Prather tinham cerca de uma centena de funcionários e que só a correspondência alemã representava 5.000 cartas por semana. Entre 1913 e 1920, acrescentaram negócios em Haia, Bruxelas e Paris. Foram identificadas doze empresas onde seu nome aparece direta ou indirectamente. Por volta de 1925, mudaram-se para França, comprando o Château des Agneaux em Ozoir-la-Ferrière. Elmer Sidney Prather transformou os imensos relvados em campo de golfe e a casa em hotel, com bar e restaurante, funcionando aí de 1926 a 1940 o American Country Club."
(Fonte: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S177901231930275X)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Mancha no pé transversal a todo o livro. Com cadernos soltos.
Raro.
Com interesse histórico.
45€

18 maio, 2025

FREITAS, José Antonio de - ESTUDOS CRITICOS SOBRE A LITTERATURA DO BRAZIL. Por... subdito brazileiro. Habilitado com o curso theorico de artilheria pela Escóla Polytechnica de Lisboa e com o Curso Superior de Lettras. I. O LYRISMO BRAZILEIRO. Lisboa, Typographia das Horas Romanticas, 1877. In-8.º (19 cm) de 142, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Ensaio oitocentista sobre a literatura brasileira.
"Lançámos mão de um problema secundario, de uma fórma da litteratura brazileira, e pelo estudo das origens, que a produziram, propomo-nos reconstruir o genio do povo do Brazil, suas tendencias historicas e a base critica para a disciplina de seus talentos. [...]
De feito, ha muitos annos que se manifesta no Brazil uma vida litteraria verdadeiramente notavel. Enxameiam os poetas de elevado mrecimento; succedem-se as publicações com grande applauso e contentamento do povo, de modo que não só existem escriptores distinctos e eminentes, como os Gonçalves Dias, os Porto Alegre, os Magalhães e os Alencar, mas tambem existe um publico, que os anima, protege e auxilia."
(Excerto da introdução - Ao leitor)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Etiqueta de biblioteca na lombada. Carimbo de biblioteca nas primeiras quatro páginas do livro, incluindo as f. rosto e anterrosto.
Muito invulgar.
20€

17 maio, 2025

MESQUITA, Marcellino -
MERIDIONAES
. Lisboa, [s.n.], 1881 [Capa, 1882]. In-8.º (14x10 cm) de 139, [5] p. ; E.
1.ª edição.
Obra poética, a primeira do autor, publicada quando contava apenas 25 anos. Trata-se de um conjunto de pequenas poesias distribuídas por dois grandes temas: Na cidade; Na aldeia. Antes havia produzido a peça «Leonor Teles» (1876), representada por estudantes de medicina, que seria revista e editada mais tarde, em 1889.
Raro. A BNP não menciona esta, apenas a 2.ª edição de 1914.

"Nunca mais velarei a escadaria
Da tua casa branca, no outeiro,
Nem sentirei descer teu pé ligeiro
Os luzentes degráus da cantaria!

Não mais te cingirei a cinta esguia,
Nas posições d'ousado aventureiro,
Ao passarmos as pedras do ribeiro,
Como prata fundida, que corria:

Nem deitado a teus pés, como um rafeiro
Vigiarei por ti, se se avisinha
A amedrontar-te a sombra d'um olmeiro:

E no teu colo branco de andorinha,
A descançar qual lasso pegureiro
Jámais eu te ouvirei «que eras só minha!»"

(Excerto de Saudades)
 
Marcelino Mesquita (Cartaxo, 1856 - Lisboa, 1919). "Médico, jornalista e dramaturgo, Marcelino Mesquita foi um vulto marcante da vida cultural lisboeta na transição do século, destacando-se a presença das suas peças no repertório dos teatros e dos seus artigos na imprensa da época. Foi deputado do Parlamento e vogal da Academia das Ciências."
(Fonte: Rita Martins & Sebastiana Fadda)
Bela encadernação meia de pele, recente, com ferros gravados a ouro na lombada. Conserva a capa de brochura anterior.
Exemplar em bom estado de conservação. Impresso em papel de fraca qualidade, as páginas apresentam diferentes tonalidades.
Raro.
Se registo na Biblioteca Nacional.
75€

16 maio, 2025

CAMARA, A. Freitas da -
COSTA DO SOL : Romance Rialista
. Lisboa, Livraria Central de Gomes de Carvalho, editor, [1932]. In-8.º (18,5x13 cm) de 346, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Capa belíssima assinada por Alfredo Cândido (1879-1960), conhecido ilustrador limiano.
Curioso romance, levemente erótico para os padrões da época, o suficiente para, sujeito à censura do Estado Novo, ser proibido de circular. Posteriormente, em 1933, Freitas da Câmara viria a publicar o romance Vampiro lúbrico : estudos literário-sexuais, que, tal como este, foi banido pelo regime.
Obra invulgar e muitíssimo interessante.
"Ás oito e meia, como de costume, a Leonor bateu levemente á porta do quarto de Maria Luisa. Não obtendo resposta, voltou a bater as tres pancadinhas habituaes com os nós dos dedos, a inquirir:
«Posso entrar, menina?»
De dentro, a voz musical de Maria Luisa preguntou, com aquela intonação propria de quem acaba de ser despertada de improviso;
«Quem é?»
«Sou eu, menina. São horas do pequeno almoço,» voltou a dizer a Leonor.
«Ah. Entra.»
A criada deu a volta ao fecho da porta e penetrou no aposento imerso em quasi completa escuridão. Distinguiam-se vagamente os objectos que adornavam aquele lindo aposento de mulher: o mobiliario de estilo, o lavatorio a um canto onde abundavam os sabonetes de boa marca, o psyché repleto de frasquinhos de capitosos perfumes, a escrivaninha, tudo disposto com muita arte e indiscutivel bom gosto.
ALeonor deu os bons dias e, pousando numa mesinha de centro a salva com a chicara de café com leite que fumegava e as torradas macias e tépidas, dirigiu-se á janela e abriu as portas de madeira.
Um jorro de luz barnca, coada pelos cortinados de tule penetrou no quarto onde flutuva um indifenivel perfume, grato á narina, de essencias de preço e de cheiro a carne feminina bem cuidada."
(Excerto de I - Virgindade inquieta)
"Deitada na chaise, a fumar com volupia uma cigarrilha turca, Maria Luisa lia atentamente a secção «Praias e Termas» do jornal.
Um dos pés descançava sobre o tapete emquanto o outro, apoiado no rebordo do movel, brincava indolentemente com a sapatilha suspensa pelas pontas dos dedos.
A tarde estava quente o que a forçava a afastar as bandas do pijama para refrescar a pele, afogueada a despeito da caricia fresca do sedoso tecido.
Crusou as pernas, ageitou-se melhor na posição horisontal em que estava e pousou o jornal sobre o joelho saliente; em seguida poz-se a observar com curiosidade o movimento ascensional do fumo do seu cigarro até deter a vista num ponto fixo do tecto. Meditava em que praia ou estancia termal lhe conviria veranear nesse ano, parecendo-lhe sentir uma inexplicavel inclinação pelo Estoril.
No ano anterior estivera na Figueira da Foz. Não voltaria lá tão cedo.
Das restantes localidades que a gente chic habita na época calmosa eram-lhe familiares a Curia, o Bussaco, Vila do Conde, a Nazare e outras estancias de verão mais ou menos atraentes desde os tempos em que o papá ia a Vizela todos os anos para as suas massagens mercuriaes. De forma que hesitava na escolha."
(Excerto de II - Meditações)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação.
Raro.
Indisponível

15 maio, 2025

CARVALHO, Reis – A QUESTÃO DO ENSINO. Bases de uma reforma da instrução pública no Brasil. Rio de Janeiro, Tip. do Jornal do Comercio, de Rodrigues & Comp., 1910. In-8.º (22,5 cm) de VI, 88, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Importante ensaio sobre a instrução pública brasileira nos alvores do século XX.
"Como de novo se discute a velha questão da reforma do ensino, pareceu-nos oportuno e util reunir em volume o que publicámos na Kosmos, em Julho e Outubro de 1907.
A esta publicação, sumário esboço de uma situação atual do debatido problema, juntamos mais dous trabalho análogos, que escrevemos como membro do Centro Republicano Conservador.
De todos conclue-se que a verdadeira reforma do ensino é um problema cuja solução definitiva escapa ao Governo, está fóra da esfera do Estado, não compete ao Poder Temporal. Em todos fica patente que a reforma proposta tem caracter provisório; é apenas uma transação com os preceitos do nosso estatuto politico. Em todos o fim colimado é, sobretudo, a prática efetiva da disposição constitucional que, assegurando a liberdade de profissões, elimina consequentemente os privilegios de diplomas escolasticos ou académicos.
É possivel que muitos nos chamem demolidores ou demasiadamente adiantados e alguns, ao contrario, ainda nos achem atrazados; mas resta-nos a esperança de que ninguem, de boa fé, deixará de reconhecer o nosso desinteresse pessoal em pról do momentoso assunto."
(Excerto do Prefácio)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas com defeitos; falha de papel no canto superior dto na capa.
Muito invulgar.
Com interesse histórico.
20€