11 abril, 2016

RODRIGUES JÚNIOR - DO HOMEM NEGRO : da sua vida e da sua arte. Braga, Editora Pax, 1973 [imp. 1974]. In-8.º (21cm) de 181, [3] p. ; B.
1.ª edição.
Valorizada pela dedicatória autógrafa do autor.

Interessante estudo etnológico sobre a arte em Moçambique e a sociedade moçambicana.
"Havíamos prometido, no primeiro capítulo do nosso estudo «Os indígenas de Moçambique», ocupar-nos dos aspectos da poesia, do romance, do ensaio filosófico, político, económico, da escultura, da pintura, da cerâmica - e daquelas outras artes em que o artífice se revela, tantas vezes, o artista de grande classe. Começaremos pelo artista que percorre as ruas com o seu trabalho, à espera de que lho comprem, não apenas o turista mas ainda o habitante da cidade, aquele que se mostra interessado pelas manifestações de arte indígena. Este vendedor-operário é, em tantos casos, o artista que se manifesta através dos seus bonecos de madeira trabalhada com grande sentido artístico, mesmo dos quadros que nos trazem, também, a novidade, tão curiosa, do mundo do negro, revelado no jeito que nem sempre é de simples artífice. O artesanato ocupa muitos dos nossos nativos.. Faz deles seu pão e motivo excelente de recreação de espírito. Tudo o que vemos pelas ruas de seu esforço à venda tem indicação de criação artística. Difere de artista para artista não apenas no jeito da feitura mas até no gosto de trabalhar as suas obras de arte: indicação do lugar de onde veio esse homem, da tribo a que pertence."
(excerto do Cap. I)
José Rodrigues Júnior (1902-1991). “Jornalista, escritor, ensaísta. O escritor mais representativo de Moçambique. O «Patriarca do jornalismo e das letras moçambicanas». Foi para Moçambique com 18 anos. Iniciou-se nas lides jornalísticas, escrevendo para o Brado Africano. Colaborou na revista Seara Nova, de Lisboa; Civilização, do Porto; e outras. Foi chefe de redacção de: O Emancipador, O Jornal, o Notícias, e redactor principal, bem como proprietário, da revista de arte e crítica Miragem. Foi, durante muitos anos, o representante, em Moçambique, do Diário de Luanda. Como jornalista convidado, esteve na Holanda; em Goa, Damão e Diu; na Alemanha Ocidental, e por último, em 1963, em Angola. Foi, também, o presidente do Centro Cultural dos novos. É membro efectivo da Sociedade de Geografia de Lisboa; sócio da Sociedade Portuguesa de Escritores, e vice-presidente do Grupo de Artes, Letras e Actividades Culturais e Jornalismo, da Secção de Estudos Brasileiros da Sociedade de Estudos de Moçambique. Quase toda a sua actividade de escritor e jornalista tem sido dedicada ao estudo dos problemas de Moçambique, para o que realizou, durante mais de 20 anos, viagens de inquérito económico-sociais, através de toda a Província. Na opinião da crítica metropolitana «os seus estudos sobre Moçambique são, a par de notáveis obras literárias, trabalhos de sociólogo, de colonialista, de moralista e, até, de economista, e muitas das melhores páginas da nossa novelística e da nossa reportagem, destes últimos trinta anos, por exemplo, saíram das suas infatigáveis mãos»”.
(fonte: delagoabayworld.wordpress.com)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Muito invulgar.
15€

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