26 setembro, 2017

PINTO, Julio Lourenço - ESBOÇOS DO NATURAL. Porto, Livraria Universal de Magalhães & Moniz, [1885]. In-8.º (19cm) de 321, [3] p. ; E.
1ª edição.
"Coletânea de contos à margem da série Cenas da Vida Contemporânea, dotada de um prólogo doutrinário sob a forma de uma carta a João Serras da Conceição, onde Júlio Lourenço Pinto defende a independência da arte e da ciência: "Pedir ao romance a demonstração de uma tese é exigir da arte a invasão dos domínios da ciência - invasão perigosa para a arte e para a ciência." Apesar deste postulado, as cinco narrativas curtas que compõem o volume (todas, à exceção de "Últimas memórias de um romântico", passadas em ambiente rural) evidenciam o gosto pela observação e a assunção dos pressupostos de Taine e Zola relativos à hereditariedade e à influência do meio."(fonte: infopédia)
"A pequena torre da egreja matriz de S. João da Ribeira, sobranceira á estrada real, ressahia alvejante de cal, festiva na limpidez do azul quente do ceu, , como um cone de assucar candi cravejado de flammulas. Os sinos repicavam com frenetico jubilo, e este badalar travesso disputava ao sol, em uma repercussão canora, a alegria que cantava nas purezas crystallinas do ambiente."
(excerto de A historia da «Lavandisca»)
Contos:
- A historia da «Lavandisca». - Uma vocação. - A «Andorinha». - Um crime na charneca. - Ultimas memorias de um romantico.
Júlio Lourenço Pinto (1842-1907). "Bacharel em Direito Pela Universidade de Coimbra (1864), fez a sua estreia literária no Comércio do Porto, jornal em que publicou uma série de artigos, sob o título "Revistas semanais", e outra colaboração sobre diversos temas. Como ficcionista, foi autor dos romances "Margarida" (1880), "Vida Atribulada" (1880),"O Senhor Deputado" (1882), "O Homem Indispensável" (1883) e "O Bastardo" (1889), subordinados ao título genérico de Cenas da Vida Contemporânea, e do livro de contos "Esboços do Natural" (1885). A "Estética Naturalista" (1884) é a reunião dos artigos dados à estampa na "Revista de Estudos Livres" (1883-1887), terceiro e último órgão do movimento positivista português, editada em Lisboa por iniciativa de Teófilo Braga e Teixeira Bastos, que compartilharam a sua direcção com Sílvio Romero e outros dois intelectuais brasileiros. Com esta obra de teorização estética, Júlio Lourenço Pinto faz jus a que o seu nome figure na não muito numerosa galeria dos nossos doutrinadores literários."
Encadernação simples, cartonada, com rótulo na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Manchado de humidade nas primeiras folhas, até se desvanecerem.
Ex libris de Ávila de Azevedo na f. anterrosto.
Raro.
25€

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