05 dezembro, 2014

CHIADO, António Ribeiro - PRÁTICA DE OITO FIGURAS. [Prefácio de] Maria de Lourdes Belchior Pontes, Doutora em Filologia Românica. Lisboa, O Mundo do Livro, 1961. In-8º (21cm) de 14, [2], [2] p. ; [18] p. fac-sim. ; il. ; B.
Edição fac-símile impressa em papel de qualidade superior. Reprodução do exemplar existente na Biblioteca Nacional de Lisboa.
Tiragem de 1000 ex.
"Simples conversa entre oito figuras, "esta obra não tem enredo e não constitui propriamente uma comédia", segundo Alberto Pimentel, in Obras do poeta Chiado, colligidas, annotadas e prefaciadas por Alberto Pimentel, Lisboa, 28 de março de 1889.
A prática começa com um monólogo de Paiva a respeito dos vícios do paço, lugar cheio de hipocrisia, malícia e traição. De seguida, estabelece-se um diálogo entre o Paiva e o Faria (moço do Dono da Casa) sobre assuntos vários: a vida que levam com os amos, projetos para o futuro, entrada na vida eclesiástica, etc.
Entretanto, várias figuras - Ambrósio da Gama, o Negro, Lopo da Silveira, Gomes da Rocha, o Capelão e Aires Galvão - vão entrando sucessivamente e vão enriquecendo a conversa.
Dividida em duas partes, esta prática encerra temas diversos que assentam na desmistificação das instituições sociais e dos costumes do século XVI.
Assim, a conversa vai tomando rumos diferentes, deixando de lado as preocupações de carácter mais concreto para abordar assuntos mais profundos como os da conjuntura política, o desconcerto do mundo, a fugacidade das coisas, a precariedade da amizade, a venalidade, a cobiça, a vaidade dos homens e a vivência pouco cristã."

(in  http://www.infopedia.pt/$pratica-de-oito-figuras)
António Ribeiro (?-1591). "Conhecido por Poeta Chiado, nasceu em Évora em data desconhecida, cidade onde professou pela Ordem dos Franciscanos, e faleceu em Lisboa em 1591, para onde veio após ter abandonado a vida religiosa. Contemporâneo de Camões que o menciona como poeta engenhoso num dos versos do Auto de El Rei Seleuco, desenvolveu sobretudo a poesia jocosa e a sátira, através da descrição de quadros flagrantes da vida social do período em que viveu, tendo afinidades literárias com Gil Vicente.A estátua em bronze, da autoria de Costa Motta (tio), com plinto quadrangular em pedra lioz de José Alexandre Soares, foi colocada por iniciativa da vereação municipal, que desta forma quis prestar homenagem a António Ribeiro, conhecido com o nome de uma das mais conhecidas zonas de Lisboa, o Chiado, por aí morar. Alguns grandes nomes da cultura literária do princípio do século XX, como Aquilino Ribeiro, Teixeira de Pascoais e Raul Brandão manifestaram-se contra, argumentando que outras figuras seriam mais merecedoras de uma homenagem por parte do município lisboeta. Consideravam que a fama de poeta popular, arruaceiro, boémio, praguento e chocarreiro mas no entanto, talentoso, que António Ribeiro granjeava, não eram razões suficientemente válidas para justificar a colocação de um monumento em sua homenagem, numa praça de tradição cultural, junto de teatros e de duas outras estátuas de figuras das letras nacionais: Camões e Eça de Queiroz. O poeta retratado envergando o hábito de monge que se julga nunca ter abandonado, aparece numa postura de animada conversa, parecendo interpelar quem passa."
(TRINDADE, Laura, http://www.lisboapatrimoniocultural.pt/artepublica/eescultura/pecas/Paginas/Chiado.aspx)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas sujas com defeitos.
Pouco vulgar.
10€

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