SEIXAS, J. M. da Cunha - O PANTITHEISMO NA ARTE : canticos e poesias. Por... Advogado em Lisboa, socio do Instituto de Coimbra, etc. Lisboa, Typographia da Bibliotheca Universal, 1883. In-8.º (17x13 cm) de XL, 279, [1] p. ; E.
1.ª edição.
Interessante obra em termos literários e filosóficos, cujo objectivo - ambicioso - o autor procura transmitir através da sua devoção ao pantiteísmo, corrente filosófica derivada do sistema de Krause, que reconhece a presença de Deus em tudo.
Exemplar valorizado pela dedicatória autógrafa do autor a Manuel J. Teles, cujo carimbo de posse é visível na f. rosto.
"Este livro é nos dominios da arte a expressão de um novo systema de philosophia. Tendo por fito uma obra d'este, aspira a divinisar tudo o que é bello na natureza e na socidade sob a idea pantitheista. [...]
O apostolado de uma idea, se tal fosse a minha mira, poderia consistir, não no convencimento mas ao menos em se conseguir desvio á corrente contraria.
Se eu, solitario e melancholico lidador, conseguir, no pobre outono da minha vida, que alguem pense, já alcanço muito."
(Excerto do Ante-prologo)
José Maria da Cunha Seixas (Trevões, São João da Pesqueira, 1836 - Lisboa, 1895). "Foi um intelectual e filósofo, criador e adepto do pantiteísmo, uma dissidência do krausismo (panenteísmo) que tem por doutrina reconhecer a presença de Deus em todos os lugares e em tudo, mas propondo que apesar de Deus estar em tudo, Deus não se identifica com a coisa criada. [...] Com apenas 14 anos de idade, em 1850, tomou ordens menores iniciando de seguida estudos de teologia. O isolamento em que cresceu e estrita educação católica a que foi submetido parecem ter influenciado a sua personalidade, deixando-o solitário e com poucas aptidões sociais. Manuel António Ferreira Deusdado, que privou com ele, descreve-o assim: "O
José Maria da Cunha Seixas não foi nem poderia ser um político, porque
lhe faltavam qualidades de adaptação; não poderia ser um dramaturgo, um
romancista, porque na sua abstracção não tinha o jeito da observação
social. Era excêntrico, ingénuo de mais; muitas coisas não as via, a sua
boa-fé quase infantil prejudicou-o muitas vezes e gravemente." Apesar de se ter matriculado no ano de 1858 nos cursos de teologia e filosofia da Universidade de Coimbra, aparentemente para ser eclesiástico, transferiu-se para a Faculdade de Direito daquela Universidade, onde se formou em 27 de Junho de 1864, aprovado Nemine discrepante, com honras de accessit, distinção que já obtivera nos três últimos anos do curso. Ainda estudante em Coimbra iniciou-se como publicista, colaborando com artigos de crítica literária e de política em diversos periódicos, entre os quais O Viriato (Viseu), Comércio de Portugal, Jornal de Lisboa, Académico de Coimbra, Comércio de Lisboa, Jornal do Comércio, Distrito de Beja e muitos outros periódicos, em especial de Lisboa. Terminado o curso, fixou-se em Lisboa, com banca de advogado e como professor de filosofia no Instituto de Ensino Livre de Lisboa.
Manteve a sua intensa colaboração com periódicos diversos e fez-se
sócio de diversas agremiações científicas, estabelecendo a sua reputação
de intelectual."
(Fonte: Wikipédia)
Encadernação meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Com duas assinaturas de posse na f. rosto, sendo uma em carimbo oleográfico.
Raro.
Indisponível


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