30 junho, 2025

ÁVILA, Ermelindo -
TEMÁTICA BALEEIRA NA LITERATURA AÇORIANA.
Separata da Revista «Insvlana». Ponta Delgada, Instituto Cultural de Ponta Delgada, 1991. In-8.º (21x15 cm) de 36, [2] p. ; il. ; B.
1.ª edição independente.
Interessante ensaio sobre a ligação da "indústria" baleeira, actividade com raízes profundas na cultura açoriana, à literatura, sob qualquer forma e género de escrita.
Tiragem limitada a 200 exemplares.
Livro ilustrado em página inteira com uma imagem de Nossa Senhora - Padroeira dos Baleeiros.
Muito valorizado pela dedicatória autógrafa do autor ao Dr. Manuel Fidalgo.
"A bibliografia açoriana, se não é muito vasta (e até julgo que o é, se atentarmos nas imensas dificuldades que normalmente condicionam a publicação de trabalhos de qualquer dos nossos escritores); a bibliografia açoriania dizia, é rica e diversificada no tratamento da temática baleeira. Ela estende-se pela história, pela narrativa, pelo conto, pela crónica, pelo romance e pela poesia.
Todavia, quanto de esforço intelectual e material não representa um livro açoriano até que, modesto e tímido, possa aparecer nas estantes das livrarias comerciais!
Vitorino Nemésio foi poeta e escritor de renome internacional porque em Angra do Heroísmo, terra natal do consagrado Mestre, existiu um Manuel Joaquim de Andrade que lhe editou, em 1916, os primeiros versos - «Canto Matinal»."
(Excerto do Estudo)
Ermelindo Ávila (1915-2018). "Nasceu na Vila das Lajes do Pico, Ilha do Pico, Açores, a 18 de Setembro de 1915. É um dos mais proeminentes cidadãos lajenses. Desempenhou na sua centenária vida vários cargos públicos de relevo, tendo sido homenageado com a Comenda da Ordem de Mérito e várias outras distinções oficiais. É um nome incontornável da cultura açoriana, com quase três dezenas de livros publicados e um sem número de artigos dispersos nos mais importantes órgãos da imprensa local e regional, nas áreas da história, etnografia e cultura locais."
(Fonte: https://companhiadasilhas.pt/autor/ermelindo-avila/)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas ligeiramente oxidadas. Lombada apresenta selo de biblioteca.
Muito invulgar.
Com interesse histórico.
Indisponível

29 junho, 2025

G
ALLIS, Alfredo - A BURLA DO CONSTITUCIONALISMO. Autopsia á politica portugueza no actual momento historico. A pantomima, os pantomineiros e as pantominices do nosso mundo politico. 2.ª edição. Lisboa, Livraria Antonio Maria Pereira : Livraria editora e Officinas Typographica e de Encadernação Movidas a electricidade, 1907. In-8.º (19x12 cm) de 237, [3] p. ; E.
Análise corrosiva do ambiente político da época. O autor, jornalista e escritor de fino recorte humorístico, mais conhecido nas lides literárias pelos romances de matriz erótica que publicou no final do século XIX, princípios do século XX, crítica e põe a nu o jornalismo perverso, o clientelismo e os bastidores da política na capital.
Invulgar e muito interessante.
 "A obra do jornalista é ephemera embora civilisadora, e quem tiver assumptos de certa magnitude a tratar, e queira que elles perdurem na memoria dos povos, deve escolher de preferencia o livro ao jornal.
Eis o motivo porque em livro concretisei aquillo que muito facilmente poderis dizer em artigos jornalisticos... [....]
Desde que o jornal envaredou pelo campo da bisbilhotice do soalheiro, quer esse soalheiro seja um gabinete de ministro quer a humilde casa de um operario, a sua missão educativa e civilisadora ficou muito áquem do pensamento fundamental da creação da imprensa. [...]
Escreve-se sem sciencia nem consciencia, n'uma nojenta disciplina brutal que causa asco.
O jornalista politico em vez de orientar o seu partido e corrigir-lhe as demasias, applaude tudo e todos n'uma alacridade de palerma escravisado que indigna e revolta. [...]
Presentemente mesmo, ha pouquissimos jornalistas.
Em compensação abundam os industriaes da imprensa e os carpinteiros da mesma, que morrem sem ninguem os conhecer nem deixarem cousa que se veja, como succedeu a tantos que conheci nos começos da minha vida de jornalista.
A experiencia, unica e exclusivamente, me percaveu contra o destino fatal de todos os jornaes, aconselhando-me a que preferisse antes o livro que fica e se guarda, ao jornal que se lê e se atira para o lado ás vezes com um modo quasi despresivo.
N'este livro pois, deixo bem inpressas todas as considerações e criticas acerbas e desapiedadas, libertas de pressões partidarias, que me inspira o estado canceroso e putrido da politica portugueza n'este momento historico da nossa vida mundial como nação autonoma.."
(Excerto da introdução, Aos leitores)
Índice
:
Aos leitores. Duas palavras ácerca da vida. I - A Carta Constitucional. II - Os influentes politicos. III - Dynastias reinantes em Portugal no actual momento historico. IV - O juizo de instrucção criminal - a lei de 13 de Fevereiro, e o juiz Veiga. V - O jornalismo politico, o jornalismo industrial, o jornalismo amalandrado. VI - Politica de partidos e politica de portuguezes. VII - O que faz a Hespanha. VIII - Camaras municipaes e administradores do concelho. IX - A vida dos governos. X - O espetro do absolutismo. XI - Os processos da politica e a Ex.ma Sr.ª D. Maria Emilia Seabra de Castro. XII - O parasitismo. XIII - Alguns alvitres simples.
Joaquim Alfredo Gallis (1859-1910). "Mais conhecido por Alfredo Gallis, foi um jornalista e romancista muito afamado nos anos finais do século XIX, que exerceu o cargo de escrivão da Corporação dos Pilotos da Barra e o de administrador do concelho do Barreiro (1901-1905). Usou múltiplos pseudónimos, entre os quais Anthony, Rabelais, Condessa do Til e Katisako Aragwisa. Desde muito jovem redigiu artigos e folhetins em jornais e revistas, entre os quais a Universal, a Illustração Portugueza, o Jornal do Comércio, a Ecos da Avenida e o Diário Popular (onde usou o pseudónimo Anthony). Como romancista conquistou grande popularidade, especializando-se em textos impregnados de sensualismo exaltado que viviam das «fraquezas e aberrações de que eram possuídas, eram desenvolvidas entre costumes libertinos e explorando o escândalo». Escreveu cerca de três dezenas de romances, por vezes publicados com o pseudónimo Rabelais. Alguns dos seus romances têm títulos sugestivos da sensualidade que exploram, nomeadamente Mulheres perdidas, Sáficas, Mulheres honestas, A amante de Jesus, O marido virgem, As mártires da virgindade, Devassidão de Pompeia e O abortador. É autor dos dois volumes da História de Portugal, apensos à História, de Pinheiro Chagas, referentes ao reinado do rei D. Carlos I de Portugal."
Encadernação meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Conserva as capas de brochura.
Exemplar em bom estado geral de conservação. F. ante-rosto apresenta pequena falha de papel no canto superior direito.
Muito invulgar.
25€

28 junho, 2025

REGULAMENTO PARA OS CHAFARIZES DA CIDADE
. Lisboa, Na Imprensa Silviana, 1852. In-16.º (10,5x7,5 cm) de 31, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Regimento mandado publicar pela Câmara Municipal de Lisboa. Curioso. Regulariza o ofício de "aguadeiro" e o seu acesso aos chafarizes da cidade para venda de água encanada aos munícipes, estipulando para concessão das licenças vários deveres e obrigações, como ajudar em caso de incêndio, fazendo destes uma espécie de bombeiros improvisados.
"O ano de 1852 marca a criação de uma rede domiciliária de água em Lisboa. Cinco anos depois apareceu a primeira empresa privada com a missão de abastecer de água a cidade mas acabou por perder a concessão em 1863, num momento de “plena crise de carência de água”.
Só a partir de 1880 é que começa a ser preparado o sistema que vai trazer mais água até Lisboa, a partir do rio Alviela. Nesse mesmo ano entra em funcionamento a estação elevatória dos Barbadinhos, e isso trouxe mudanças, incluindo a construção de canalizações."
(Fonte: https://expresso.pt/sociedade/2018-05-30-A-historia-de-150-anos-de-agua-a-chegar-a-Lisboa)
Raro e muitíssimo interessante.
"A Camara Municipal de Lisboa, concede a um certo número d'Aguadeiros determinado por ella, a licença exclusiva d'apregoar e vender agua aos Moradores de Cidade.
Estes Aguadeiros tem stricta obrigação d'acudir aos fogos, acarretando agua, conduzindo as machinas, em fim prestando todos os serviços que lhe forem exigidos. [...]
Os aguadeiros são arregimentados em companhias, e repartidos pelos differentes Chafarizes, Bicas, e Poços, conforme e abundancia da agua, e conveniencia do serviço dos habitantes."
(Artigo 1.º / 2.º / 3.º)
Índice:
I - Dos Aguadeiros. II - Dos Capatazes e Ligeiros. III - Da Inspecção.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Diversas páginas apresentam pequena falha de papel nos cantos, incluindo a f. rosto. Capas de protecção, lisas, igualmente com perda de suporte. Pelo interesse e raridade recomenda-se encadernar.
Muito raro.
Peça de colecção.
Com interesse histórico e olisiponense.
Indisponível

27 junho, 2025

CABRAL, António - CÃES PORTUGUESES (Chiens Portugais). ESTALÕES DAS SUAS RAÇAS (Standards des Races).
Coordenação e notas de... Lisboa, Clube dos Caçadores Portugueses : Secção de Canicultura, 1955. In-8.º (22x15 cm) de 150, [2] p. ; [15] f. il. ; il. ; B.
1.ª edição.
Livro histórico. Trata-se da edição original, bilingue (português/francês), do primeiro livro dos Estalões dos cães de raça portuguesa.
Ilustrado no texto com tabelas e desenhos esquemáticos, e em separado, com 15 folhas impressas sobre papel couché, reproduzindo fotografias de exemplares das raças nacionais.
Obra rara, histórica, por certo com tiragem reduzida.
"Com a publicação dos estalões dos cães portugueses, a Secção de Canicultura cumpre uma das suas atribuições de maior projecção no fomento da canicultura nacional, penitencia-se de só agora o fazer, se o tempo lhe perdoar, e homenageia os criadores e proprietários de cães, que, sem uma orientação facilmente disponível ou de todo vazia, conseguiram, com pouca desordenada variação, manter nas raças caninas indígenas características étnicas, permitindo actualizar ou elaborar os seus indispensáveis estalões. 
Não abrange esta publicação a totalidade dos cães das raças portuguesas que muitos pensam existir, mas o quase desaparecimento de algumas – Fila da Terceira – e o seu cruzamento dominante com raças semelhantes, que outras extinguiram – galgo anglo-luso, galgo indígena e barbaças – resumem este livro à publicação apenas dos estalões do Cão de água, do Cão da Serra de Aires, do Cão de Castro Laboreiro, do Cão da Serra da Estrela, do Rafeiro do Alentejo, do Podengo Português e do Perdigueiro Português."
(Excerto do Prefácio)

Índice: Dedicatória | Prefacio | Estalões - Standards: Cão de água - Chien d'eau portugais; Cão da Serra de Aires - Chien de berger de la Serra de Aires; Cão da Serra da Estrela - Chien de la Serra da Estrela; Cão de Castro Laboreiro - Chien de Castro Laboreiro; Rafeiro do Alentejo - Rafeiro do Alentejo / Caracteres diferenciais dos Cães da Serra da Estrela e de Castro Laboreiro e do Rafeiro do Alentejo; Perdigueiro português - Chien d'arrêt portugais; Podengo português [Médio; Grande; Pequeno] - Chien courant portugais [Moyen; Grand; Petit] | Notas - Esquemas: Rgiões do corpo; Cabeça; Tronco; Aprumos [Membros anteriores; Membros posteriores]; Mãos e pés; Cauda | Notas (continuação).
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Assinatura de posse na f. rosto.
Raro.
Com interesse histórico.
Peça de colecção.
Indisponível

26 junho, 2025

AS DANÇAS DO ENTRUDO - Teatro Popular na Ilha Terceira.
Texto das Danças: Chico Roico. Organização e Notas: Carlos Enes. [S.l.], Editorial Ilhas, 1980. In-8.º (21x15 cm) de 83, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Importante repositório do carnaval terceirense, publicado em homenagem a Chico Roico (1896-1935), conhecido poeta popular da Ilha, revertendo o produto da venda do livro para as vítimas do terrível terramoto ocorrido na Terceira meses antes, a 1 de de Janeiro desse ano.
Com reprodução de inúmeras canções - "modas".
"Quando no século XV se inicia o povoamento dos Açores, chegam de vários pontos do continente nobres, burgueses, artesãos e camponeses para desbravarem estas ilhas virgens do Atlântico. Da Flandres, muita gente sedenta de riqueza, em busca do ouro que não pareceu, acabou por se fixar nestas paragens. O tráfico de escravos trouxe para a região muitos negros comprados pelos senhores locais, para prestarem os serviços mais variados. Situados na rota da índia, os Açores, mantiveram durante muito tempo contactos com gentes dos mais variados pontos do mundo, que ancoravam nos portos para o comércio legal ou contrabando. Vem depois o Brasil. Os comerciantes locais têm privilégios especiais para comerciar com essa colónia. A emigração da Terceira desde o século XVII para algumas das capitanias brasileiras, e o provável regresso de alguns emigrantes à terra natal, permitiu desde cedo a troca de relações culturais entre dois mundos diferentes. Durante a dominação filipina, os espanhóis assentam também arraiais por estas bandas. No século XIX, devido à sua posição estratégica no meio do Atlântico, os Açores são porto de abrigo e apoio à intensa navegação marítima internacional.
Sem dúvida alguma que o peso da tradição cultural dos Açores está ligado aos povoadores que do Minho ao Algarve transportaram consigo os seus usos e costumes. Mas, o contacto com gente de fora, a saído e o regresso de emigrantes permitiu, nalguns casos, a introdução de novos e variados elementos nessa mesma cultura popular.
Tudo isto vem a propósito das Danças de Entrudo, na Terceira."
(Excerto de Nota explicativa)
Índice:
Nota Explicativa | As «Danças» do Entrudo - Breve apontamento | Chico Roico: um poeta popular | A revolta dos deportados - 1931 | Textos das Danças: «Dança de Ladrões e Fidalgos» - 1931; «Dança dos Deportados» - 1932; «Dança dos Pretos» - 1933; «Dança do Estudantezinho» - 1934; «Dança de Carpinteiros» - 1935.
Exemplar em brochura, bem conservado. Com dedicatória na f. rosto (não relacionada com a edição do livro).
Muito invulgar.
Com interesse histórico e regional.
Indisponível

25 junho, 2025

ANTUNES, João -
PSICOLOGIA EXPERIMENTAL.
(Notas de propedeutica filosófica). 2.ª edição. Colecção Psicologia Experimental - I. Lisboa, Livraria Clássica Editora de A. M. Teixeira & C.ª (Filhos ), 1926. In-8.º (19x12 cm) de 116 p. ; B.
Interessante ensaio filosófico.
"As sciências de observação adquiriram, ao findar do século transacto, uma feição nitidamente positivista. A criteriologia de Augusto Comte foi erguida a uma categoria dogmática. E neste espírito de análise e de síntese, quer descendo aos infinitamente pequenos pela citologia, quer estudando os astros firmamentares pela análise espectral, não se prescindiu da afirmação concreta dos laboratórios.
O critério scientífico actual é exclusivamente experimental. O idealismo de Kant suscitou por contragolpe o positivismo comtista. [...]
O espírito scientífico evolucionou, pois, sob estas novas fórmulas, alicerçando os dados scientíficos nas resultantes matemáticas da fenomenologia experimental. [...]
E não obstante o problema misterioso da morte e o facto inexplicável da vida psicológica tem subsistido, latente ou patente, através de tôdas as raças e de tôdas as civilizações.
Foi êsse, precisamente, o problema, de novo, hodiernamente lançado para a banca anatómica da análise filosófica.
Considerado à feição de Louis Figuier, de Hyppolute Rivail, pela forma tradicionalista, ou pelo critério enciclopedista a vida psicológica, resultante uma individuação autónoma ou duma síntese neurológica, a morte terminus dum modo de ser funcional ou fase de transição e a vida futura ilusão ou facto, tudo isto obsidia actualmente o espírito experimental da filosofia como problemas ponderosos e basilares."
(Excerto do Preâmbulo)
João Antunes (1885-1956). Advogado e Professor, nasceu em Lisboa em 10 de Fevereiro de 1885. “Escreveu com rara inteligência, um conjunto apreciável de artigos (em revistas) e livros, sobre "conhecimentos que pela sua natureza se não devem vulgarizar". Trata-se, evidentemente, de temas ligados ao ocultismo (na sua versão primitiva, via Papus), cabalismo, esoterismo, teosofia, martinismo, teurgia, templarismo, maçonaria, carbonarismo, etc. Mas foi, particularmente, um grande mentor do pensamento teosófico, quando este estava ainda (por cá) no seu começo, tendo sido um dos fundadores (e primeiro presidente: até 1924?) da Sociedade de Teosofia de Portugal [STP], nascida em 1921."
(Fonte: http://almocrevedaspetas.blogspot.pt)
Exemplar em brochura, bem conservado.
Muito invulgar.
15€

24 junho, 2025

ALMANAK - 1911.
Offerecem Ribeiro da Costa & C.ª : Droguistas. Distribuição gratuita. Lisboa, Imp. Libanio da Silva, 1910. In-8.º (19,5x12,5 cm) de 32 p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Curioso almanaque para 1911, revestido de capa belíssima, não assinada, publicado pouco tempo após a eclosão do movimento republicano de 5 de Outubro.
Ilustrado com publicidade da época.
"Vaticinado pelos sabios que o cometa d'Alley produziria na sua passagem, se não a extincção - que alguns não iam tão longe - pelo menos graves perturbações no nosso globo, dever é felicitarmos, ainda que tardiamente, os nossos amigos e clientes por se haver dissipado o perigo, e desejarmos que na futura passagem, d'aqui por 76 annos, o celebre cometa encontre ainda muita gente da actual geração para recebel-o com as honras devidas a tão alto personagem, que até engasupa os sabios."
(Excerto da Preâmbulo)
Exemplar em brochura, bem conservado. Capas soltas.
Raro.
20€

23 junho, 2025

MORAES, Anacleto da Silva -
MALHOADA : poema heroi-comico em 5 cantos. Por... (Impresso em 1881 e publicado em 1894)
. Barcellos, Typographia da Aurora do Cavado, 1884 [capa, 1894]. In-8.º (17x12,5 cm) de VIII, 58, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Obra maior do autor. Trata-se de uma paródia a António Malhão, poeta em voga na época em que o poema foi composto, no final do século XVIII, tendo o poema circulado através de cópias manuscritas, como era uso então, até à sua publicação em livro - a presente edição.
"Este poema, que ficou inédito, foi composto em verso solto e 5 cantos por Anacleto da Silva Morais, oficial maior do antigo tribunal da junta do comércio. Em 1894 o dr. Rodrigo Veloso salvou da obscuri- dade a Malhoada, dando-a a público em Barcelos, e bem haja por fazê-lo, pois que ela é um dos nossos melhores poemas heroi-cómicos depois do Hissope. Menos ampla na arquitectura e vitalizada por menor fôlego, merecia contudo as honras da impressão. Como sátira pessoal que é, de carácter principalmente literário, não desluz hoje, antes aviva, a memória do protagonista: António Gomes da Silveira Malhão. Ainda que a existência de Anacleto de Morais haja excedido o primeiro quartel do século XIX, pode fixar-se com segurança a época da elaboração da MaIhoada; foi anterior a 1786, ano em que faleceu António Malhão."
(Fonte: Pimentel, Alberto - Poemas Herói-Cómicos Portugueses, Renascença-Porto, 1922)

"Canto o Malhão, e a vida extravagante
De insipido trovista, que arrojára
Avesso Fado, desde os patrios lares
A ver de Luso a capital da cidade.
Jocosa Musa, que em tão tenros annos
Quizeste bafejar-me a vaste ideia,
Não te envergonhesd de invocar teu nome
Para cantar assumptos tão rasteiros,
Emquanto as debeis penugentas azas
Não me permittem revoas mais alto,
E tu, Lereno amigo, que em meu canto
Sempre ao lado serás sobre as estrellas,
Acolhe a bronca Lyra, que dedico
Á gratidão e á candida amizade.
Se o teu saber profundo e se o teu braço
Para me defender ao lado tenho,
Verás como encarando a vil caterva
De atrevidos pedantes, que me insultam,
Qual carniceiro lobo invisto, aterro
Pavorosa phalange de rafeiros.
Grande Lisboa, abrigo de caturras,
Quam funerea te foi a infausta perda
Do gritador Valverde, que inda choram
Um Luiz Gaspar, um Braga, um Talaveira!
Façanhudo Dom Felix que assombraste
Da rua suja as bellas moradoras,
Inda limpando a esqualida ramela,
Solicito cultor do cemiterio,
Em quanto arranca sobre o teu sepulchro
As crespas couves, os succosos nabos
Repete os versos teus, chora o teu fado!
[...]
Emquanto houver Malhões, que o mundo alegrem.
A Fortuna, que ouvio da triste Lisia
Pela falta de bobos consternada,
Os lastimosos, vividos suspiros,
Em dar-lhe não tardou prompto remedio.
Na testa de um aalgosa penedia
Que humanas forças escalar não pódem..."

(Excerto do Poema)

Anacleto da Silva Moraes foi Official maior da Secretaria do Tribunal do Commercio, extincto em 1833. - Creio que foi Socio da Academia de Bellas Artes de Lisboa, mais conhecida pela denominação Nova Arcadia. Pelo menos é certo que tinha grande intimidade com o presidente d'aquella Academia Domingos Caldas Barbosa: e no Almanach das Musas, parte IV a pag. 78, vem uma Ode sua. - Ignoro a sua naturalidade, mas sei que falleceu em Lisboa, na freguesia da Encarnação, a 17 de Dezembro de 1831, em edade provecta. [...]
Entre o grande numero de poesias que escrevera, e que ou se extraviaram por sua morte, ou existem talvez em poder dos seus parentes, avulta um poema heroi-comico em cinco cantos, hoje quasi desconhecido, e composto, segundo parece nos fins do seculo passado. Serviu d'assumpto a esta composição a pessoa e obras do poeta Malhão, de Obidos, que por esse tempo gosava em Lisboa de alguma celibridade como improvisador facil e conceituoso. Intitula-se A Malhoada, é em verso solto, e offerece por todo o seu conceito notaveis pontas de similhança com o Hyssope. Ha mesmo alguns episodios em que ninguem poderá  desconhecer a imitação caracteristica e bem pronunciada. Todavia, á parte o senão de satyra pessoal, parece-me bem escripto, e prova irrefregavel do talento do auctor. Possuo d'elle uma copia, extrahida ha já bastantes annos de outra, que um amigo me facilitou, e é possivel que em Lisboa existam mais algumas, de que eu não tenha noticia."
(Breve noticia do auctor da «Malhoada», extrahida do «Diccionario Bibliographico Portuguez»)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com defeitos. Lombada apresenta restauro tosco.
Raro.
Peça de colecção.
35€

22 junho, 2025

SEQUEIRA, Francisco -
CAUSTICANDO...
Portalegre, Typographia Fragoso & Leonardo, 1899. In-8.º (17x11,5 cm) de 43, [5] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Obra satírica em verso, a primeira do autor , onde, de acordo com Rodrigo Veloso, que faz a crítica desta para A Aurora do Cávado, Sequeira "não se consagra n'este [livro], como o proprio titulo já o está denunciando, a cantar a mulher e o amor, mas a desenrolar o latego da critica sobre uns tantos dos males e vicios de que mais vulgarmente enferma a nossa sociedade, e seus obreiros e agentes." (Francisco Sequeira. - Causticando - Rodrigo Veloso in A Aurora do Cavado, Nova Serie - N.º 16, Lisboa, 20 de Setembro de 1899)
Exemplar muito valorizado pela dedicatória autógrafa do autor ao "Ex.mo Senhor Dr. José Manuel de Moraes".
Ilustrado no final com pequena gravurinha em página inteira.

"- «Em estando comigo era contar
Que não fallava de outra cousa já
Padres para aqui, padres p'ra acolá
E deixem-no, que tinha que... fallar.

Enjoado, uma vez, de o aturar
E de tanta sandice, exclamo: olá,
Meu amigo e senhor, diga-me cá:
Que é religião? - Que fui eu perguntar?!...

O farronca atrapalha-se e emmudece
Co'uma cousa tão simples, que parece
Até não ser verdade o que lhe digo.

Quantos da mesma laia, senhor Leça:
Teem lingua, isso teem, mas... cabeça...»
- «Teem...» - Mas sem miolos, meu amigo...»"

(Um... farronca)

Francisco de Andrade Sequeira (1877-1955). "Sacerdote e Escritor, Poeta. Nasceu em Alpalhão a 26 de Fevereiro de 1877 e morreu em Portalegre a 25 de Fevereiro de 1955. Estudou no liceu e no Seminário daquela cidade e foi ordenado presbítero a 27-2-1899. Promotor do Bispado de Portalegre, governou-o episodicamente; foi secretário particular de D. António Moutinho e director diocesano do Apostolado da Oração. Catequista e conferencista de mérito, notabilizou-se como pregador, poeta e jornalista. Colaborador assíduo da imprensa católica nacional, dirigiu em Portalegre Luz d'Alma e O Boletim Paroquial. Trabalhos seus apareceram nos seguintes periódicos portalegrenses: União Católica, Juventude, O Distrito de Portalegre, O Campeão de Portalegre, O Leão, A Plebe e A Rabeca. Contam-se por centenas os poemas, sobretudo sonetos, que publicou na imprensa local com os pseudónimos de «Mário», «Amaia Celeste» e «Oriam». É autor de uma obra numerosa onde se incluem folhas soltas e conferências que ficaram inéditas e na posse da família. Dos seus trabalhos publicados, destacamos: Causticando, Portalegre, 1899; Sonetos, Portalegre, 1900; Farrapos, Portalegre, 1901", etc.
(Fonte: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1662926127277066&id=1597860520450294&set=a.1597865167116496&locale=pt_PT)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis, com falhas e pequenos defeitos.
Raro.
35€

21 junho, 2025

BAPTISTA, Joaquim Maria -
TABOADA METRICA DE VARAS E COVADOS DESDE 0 ATÉ 100 COM TODAS AS SUAS SUB-DIVISÕES E O SEU CORRESPONDENTE VALOR EM MEDIDAS METRICAS. Pelo Major...
Lisboa, Typographia do Jornal do Commercio : Rua da Cruz de Páo, n.º 14, (a Santa Catharina). 1860. In-8.º (17x12 cm) de [28] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Interessante trabalho sobre medidas de comprimento.
Livrinho ilustrado na sua quase totalidade com tabelas numéricas.
"A taboada que se segue apresenta em medidas metricas os equivalentes das antigas medidas de vara e covado e suas sub-divisões até 100 de cada uma d'estas especies. Está calculada com a approximação mais que sufficiente para o uso ordinario de compras e vendas."
(Excerto da Advertencia)
Exemplar brochado, protegido por capas simples e lisas, em bom estado de conservação.
Invulgar.
15€

20 junho, 2025

ACUTAGAUÁ, Riunossuqué -
OGUIM.
Por... Traduzido para português por José Cabral de Lacerda e Minóru Izauá. Colecção de Literatura Japonesa. Lisboa, Imprensa Nacional, 1930. In-4.º (20,5x14,5 cm) de 54, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Peça de literatura japonesa contemporânea, composta por um conto - Oguim - e a peça Os três tesouros. O autor é, justamente, considerado o "pai" do conto japonês.
Obra cuidada, impressa em papel encorpado.
"As publicações portuguesas sôbre o Japão, nos séculos XVI e XVII, são numerosas. No princípio do século XVII os padres jesuítas compuseram um volumoso dicionário português-japonês, tam perfeito que hoje não se faria melhor. Havia gramáticas japonesas e traduções de livros europeus para japonês feitas também pelos padres portugueses.
O exotismo introduzido na vida social e literária do Japão, assim como a influência do japonismo na literatura europeia, sobretudo portuguesa, são presentemente objecto de estudo.
O encerramento dos portos do Japão (1639), aos portugueses e espanhóis, coincidiu com a decadência literária dêstes dois países. Desde então, como é natural, as publicações portuguesas sôbre o Japão rarearam.
No ano de 1863 Marques Pereira publicou um livro curioso sôbre a época da restauração do Japão; e em 1874 Gastão Mesnier escreveu O Japão - Impressões e Estudos, livro não menos interessante que o anterior. Nos últimos tempos o saudoso Venceslau de Morais, que fez do Japão a sua segunda pátria, cantou durante quési quarenta anos, na língua de Camões, as belezas da païsagem e da vida do Japão.
Mas, apesar disto tudo, a literatura japonesa não é muito conhecida em Portugal, nem tam pouco no Brasil. Foi para remediar um pouco esta falta que nos propusemos fazer uma série de traduções da moderna literatura japonesa.
O Japão actual não pode ser representado pelas Gueixas nem pelo Fujiama: resulta da fusão harmónica das ideias e dos costumes do Ocidente e do Oriente.
Os leitores encontrarão, portanto, nestas traduções um sabor que não é oriental nem ocidental: é o da fusão de duas vidas completamente diferentes. Não é o duma imitação servil: é o duma criação puramente japonesa.
O autor dos dois trabalhos que publicamos hoje, o Sr. Riunossuqué Acutagauá, nasceu em 1892. Estudou na Faculdade de Letras da Universidade de Tóquio e foi discípulo do famoso novelista Sosséqui Natsume. Suicidou-se no dia 27 de Julho de 1927, por debilidade nervosa. É conhecido como grande estilista, e deixou muitas obras."
(Prefácio)
"Foi na era de Guena ou na de Can-ei? Em todo o caso foi há muito tempo. Aqueles que acreditavam nos ensinamentos do Senhor do Céu eram queimados vivos ou crucificados, mal os descobriam. E por causa destas perseguições tam crueis o Senhor, que tudo pode, parecia dispensar, nesse tempo, maiores desvêlos aos fiéis do Japão.
Por vezes os anjos e os santos visitavam as aldeias vizinhas de Nagassáqui, ao cair da noite. Contam mesmo que S. João Baptista aparecera uma vez no moinho de Miguel Iá-hei, em Uracámi.
O demónio também aparecia, mas sob as formas dum preto desconhecido, duma flor exótica, ou dum palanquim de Ajiro, a fim de impedir os fiéis de guardarem abstinência. Pretendia-se mesmo fazer acreditar que os ratos, que torturavam Miguel Iá-hei na prisão, onde o dia se assemelhava à noite, não eram senão demónios metamorfoseados."
(Excerto de Oguim)
Ryunosuke Akutagawa (Kyōbashi, 1892 - Tóquio, 1927). "Ryunosuke Akutagawa, nascido em Tóquio em 1892, foi escritor, poeta, ensaísta e um dos primeiros modernistas japoneses a serem traduzidos no Ocidente. Começou a escrever após entrar para a Universidade de Tóquio, em 1910, participando com traduções e alguns textos próprios na revista literária Shinshicho.
Em 1915, publica o seu segundo conto, «Rashomon», texto que, embora criticado ostensivamente pelos seus pares aquando da sua publicação, se tornou um dos trabalhos mais importantes de Akutagawa, tendo sido, aliás, a base para o filme de Akira Kurosawa com o mesmo título.
Continuou a escrever, parando apenas durante alguns meses, nos quais trabalhou como jornalista para o Osaka Mainichi Shinbun, viajando pela China; no total, para além de haikai e textos dispersos, escreveu mais de 150 contos que o elevaram à categoria dos mais importantes escritores da literatura japonesa, a par de Tanizaki, Kawabata, Soseki e Mishima. Padecendo de uma saúde física e mental frágil, morreu aos 35 anos, vítima de suicídio."
(Fonte: Wook)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas oxidadas.
Raro.
25€

19 junho, 2025

MARTINS, Capitão Dorbalino dos Santos & SEIXAS, Furmil Miguel Beirão de Almeida -
O COLEGINHO : breve resenha histórica.
Cadernos de História Mulitar N.º 12. Lisboa, Direcção do Serviço Histórico-Militar, 1990. In-8.º (20,5x15 cm) de 39 f. ; [1] f. il. ; [1] f. desdob. ; B.
1.ª edição.
Interessante trabalho sobre o Coleginho, "a primeira casa da Companhia de Jesus no mundo inteiro e o primeiro colégio para externos da Companhia, em Portugal", numa viagem histórica aos primórdios da Companhia entre nós.
Livro policopiado ilustrado com duas gravuras: em página inteira, com mapa da secção da cidade de Lisboa com o Coleginho assinalado; em separado, com um mapa desdobrável de generosas dimensões (29,5x35 cm): "Vista de Lisboa nos fins do século XVI", igualmente com a localização do colégio.
"Decorria o ano de 1540 e a epopeia dos descobrimentos já havia praticamente terminado. Nas terras recém-descobertas, a missionação avançava graças sobretudo à acção dos franciscanos e dos dominicanos. Já nesta data afligia a falta de pessoal evangelizador, quando D. João III recebe informações acerca de um novo instituto dedicado primordialmente à missionação: a futura Companhia de Jesus.
Mas num país de longa tradição católica teria lugar uma obra de missionação?  Aparentemente não. Como e onde se instala então a Companhia de Jesus em território nacional?
Era Principal do Colégio de S. Bárbara da Universidade de Paris, onde estudavam Inácio de Loyola e seus companheiros, o português Dr. Diogo de Gouveia. Por este motivo, o lente conhecia bem o fundador da Companhia. Mesmo após a partida dos sete companheiros para Itália, em finais de 1536, ele não lhes perdeu o rasto, tentando sempre saber novas acerca deles. Não é portanto de estranhar que Diogo de Gouveia, tendo tido conhecimento da conversão de sessenta mil indígenas malabares à fé católica, tenha escrito a D. João III para que tentasse atrair para a Índia os novos "soldados de Cristo" (os Jesuítas) que se encontravam sob as ordens directas do Papa. Para isso propunha que o contacto fosse feito ou por intermédio do Cônsul de Portugal em Veneza (onde se encontrava Inácio de Loyola com a intenção de irem para Jerusalém como peregrinos, o que só não aconteceu devido à guerra entre turcos otomanos e venezianos) ou do seu Embaixador em Roma, e que o próprio rei lhe escrevesse também. é esta carta que vai permitir a instalação da Companhia de Jesus em Portugal e determinar a sua futura e eminente obra missionária no Oriente e no Brasil."
(Excerto do Cap. I)
Exemplar em brochura, bem conservado.
Muito invulgar.
20€

18 junho, 2025

OSORIO, Ana de Castro -
VIAGENS AVENTUROSAS DE FELÍCIO E FELIZARDA AO BRASIL.
Ilustrações de A. Jourdain. Lisboa, Lusitania Editora, Lda, 1923. In-8.º (20,5x14,5 cm) de 209, [3] p. ; il. ; C.
1.ª edição. 
Livro de leitura apresentado ao concurso aberto em Portugal pela Direcção Geral do Ensino Normal e Primario em 7 de Abril de 1920 e aprovado para leituras correntes da 5.ª classe da Escola Primaria, em 30 de Janeiro de 1922.
Obra interessante e educativa, belissimamente ilustrada por A. Jourdain, alguns em página inteira.
"É preciso semear, nos cidadãos do mundo e governantes das nações, uma consciencialização de que o espaço marítimo é da responsabilidade comum.
Foi nesta perspectiva que a escritora Ana de Castro Osório concebeu o audacioso projecto de, fundindo o real e o fantástico e recorrendo à retórica da personificação, ministrar, com a engenhosa imaginação de dois bonifrates, muitas e curiosas informações sobre as águas frias do Atlântico Norte, tendo deixado as águas tropicais do Atlântico Sul para uma próxima viagem de Felício e Felizarda. Esta é uma obra de urdidura narrativa simples e interessante que, inscrita agora também na temática Os Oceanos, Um Património para o Futuro, servirá para informar, formar e divertir tanto crianças como adultos."
(Fonte: Wook)
Com dedicatória manuscrita - em carimbo olegráfico - da Lusitânia Editora à redacção de O Mundo.
"Agora que já temos os nossos herois prontos para novas aventuras vamos tratar de os embarcar... - dizia o Pedrinho chamando a mãe para junto da sua cadeira de repouso.
- Bom! Cá estão eles vestidos a capricho, como verdadeiros viajantes que sabem as regras de bem viver... - respondeu ele, pegando nos bonecos e mostrando-os aos pequenos, que Pedrinho consentia que ouvissem a historia das maravilhosas aventuras que era costume sucederem aos seus queridos herois, com a condição de estarem com atenção e não interromperem a mãe com as suas intempestivas preguntas e observações. Ali estavam pois para ouvir e calar..."
(Excerto de I - Pela barra fóra)
Ana de Castro Osório (1872-1935). "Escritora, feminista e ativista republicana. É considerada a fundadora da literatura infantil no nosso país. Escreveu alguns livros que foram utilizados como manuais escolares e publicou ainda uma obra marcante na sua época, a coleção Para as Crianças, que lhe ocupou perto de quatro décadas de trabalho. Outros títulos dignos de realce são A Minha Pátria, As Mulheres Portuguesas (em que alia o feminismo a uma postura patriótica) e A Mulher no Casamento e no Divórcio (uma tomada de posição sobre a problemática do divórcio, que seria objeto de legislação por parte de Afonso Costa, e em que colaboraria). Ana de Castro Osório criou ainda a Liga Republicana das Mulheres Portuguesas."
(Fonte: Wook)
Encadernação cartonada do editor dom deseno e letras a negro e amarelo.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Lombada apresenta pequena falha do revestimento.
Invulgar.
25€

17 junho, 2025

COMPROMISSO DA IRMANDADE DA MISERICORDIA DE COVILHÃ.
Approvado em Assembleia Geral da mesma Irmandade em sessão de 8 de maio de 1898. Covilhã, Typ. d'«O Rebate», 1899. In-8.º (21,5x15 cm) de 28, [4] p. ; B.
1.ª edição.
Compromisso da Irmandade da Misericórdia da Covilhã, instituição cuja origem remonta ao último quartel do século XVI.
Na última folha do opúsculo está impressa a declaração de admissão de Irmão do Dr. Alberto de Campos Mello, com o título "A Mesa Administrativa da Santa e Real Casa da Misericordia d'esta cidade. Faz saber...", com data de 10.11.1904, assinada pelo secretário da instituição José Nunes de Mattos, e pelo provedor Joaquim Urbano de Figueiredo.
"A Irmandade da Misericordia de Covilhã instituida sob a evocação de Nossa Senhora da Misericordia, continua mantendo a mesma denominação e com a reforma do seu compromisso do anno de 1680, em nada altera o fim que lhe foi por elle desigando nem prescinde das regalias e privilegios de que gosam as corporações de mesma denominação.
Esta Irmandade tem por fim o culto divino e principalmente a pratica da caridade em actos de beneficiencia e obras de misericordia, possuindo por tal motivo uma Egreja, um Hospital e uma Pharmacia."
(Artigo 1.º e 2.º)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas apresentam pequenas falhas de papel marginais.
Raro.
15€

16 junho, 2025

VINTE CINCO ANOS AO SERVIÇO DA NAÇÃO.
Fundação, vida e tarefa da Companhia Colonial de Navegação. [Prefácio de Bernardino Corrêa]. Lisboa, Editora Maritimo-Colonial, Lda, 1947. In-8.º (19x13 cm) de 68, [4] p. ; [30] p. il. ; [1] mapa-mundi desdob. ; [3] mapas-tabelas desdob. , il. ; B.
1.ª edição.
Importante subsídio para a história da Marinha Mercante, de Passageiros e Carga, em Portugal, através da publicação desta monografia sobre a Companhia Colonial de Navegação, uma das companhias do ramo mais emblemáticas e importantes da época. Trata-se do livro que serviu para assinalar as bodas de prata da empresa, coincidindo com o bota-abaixo do navio mais novo da frota - o paquete «Pátria» - que faz capa do livro.
Obra ilustrada com quadros e tabelas no texto, e em separado:
- 30 fotografias impressas sobre papel couché com os navios da empresa e algumas das mais altas figuras do estado;
- 1 mapa-mundi desdobrável com as rotas exploradas (e em vias de exploração) pela CCN intitulado A missão da Companhia Nacional de Navegação no mundo;
- 3 mapas-tabelas desdobráveis da frota da CCN com os nomes e características dos navios;
- Uma estampa a cores, também desdobrável, reproduzindo aguarela do novel paquete «Pátria» - símbolo de uma nova frota que surge.
"Destina-se a publicação deste volume, que outro objectivo não tem que não seja o de assinalar o esforço de um árduo caminho percorrido, a comemorar o primeiro quarto de século da Companhia Colonial de Navegação.
Há nele, portanto, como não podia deixar de ser, uma evocação dos factos que marcam, no vasto domínio das comunicações marítimas nacionais, a evolução de uma das principais empresas de navegação do nosso País, das determinantes da sua criação, que a fizeram vencer e que a elevaram à posição que hoje ocupa no quadro da Marinha Mercante e na vida económica do País."
(Excerto do prefácio - Duas palavras)
Exemplar em brochura, bem conservado.
Invulgar.
Com interesse histórico.
25€

15 junho, 2025

SARAIVA, Antonio Ribeiro -
INJUSTICE ET MAUVAISE FOI DE LA PLUPART DES JORNEAUX DE LONDRES ET DE PARIS, AU SUJET DE LA QUESTION DU PORTUGAL, DES DROITES DE LA NATION PORTUGAISE ET DE CEUX DE D. MIGUEL;
Par..., Émigré portugais. Paris, Delaforest, Librarie, Place de la Bourse, 1828. In-8.º (22x14,5 cm) de 80 p. ; B.
1.ª edição.
Obra com interesse para a história da Guerra Civil portuguesa. O autor, amigo e lugar-tenente de D. Miguel, expôe abundante argumentário sobre a legitimidade de D. Miguel ao trono português, contrariando a imprensa escrita inglesa e francesa.
"Les jorneaus de Londres et de Paris ont dit de nous, royalistes portugais, tout ce qu'ils ont voulu; il n'y a pas de calomnie qu'ils n'aient débitée au sujet de don Miguel, de la Reine sa mère, et, en général, de tout ce qui, en Portugal, ne pense pas entièrement comme les rédacteurs et les correspondans de ces jornauax Il faut qu'à notre tour nous disions aussi quelque chose pour notre défense, pour que l'impartialité puisse déterminer son jugement sur la question du Portugal, d'aprés la justice."
(Excerto da exposição) 
António Ribeiro Saraiva de Morais Figueiredo (Sernancelhe, 1800 – Kent, Inglaterra, 1890). "Fidalgo da Casa Real, bacharel formado em Direito e em Cânones pela Universidade de Coimbra, foi jornalista, poeta, encarregado de negócios em Londres e lugar-tenente de D. Miguel.
Ribeiro Saraiva matriculou-se simultaneamente nas duas faculdades (Direito e Cânones) da Universidade de Coimbra, tendo frequentado ainda depois as de matemática e filosofia.
Em Coimbra era geralmente considerado como um poeta muito distinto fazendo parte da grupo cujo chefe era António Feliciano de Castilho, depois visconde de Castilho, do qual foi íntimo amigo. Terminou os estudos da Universidade em 1823, passando em seguida algum tempo em Lisboa, na casa de seu pai.
Em 1826 tomou o Partido Legitimista e por isso teve de emigrar para Espanha em Março de 1827 e só regressou ao Reino de Portugal quando D. Miguel se aclamou rei de Portugal, em 1828.
Regressando a Lisboa, o novo monarca nomeou-o secretário de legação em Londres em 1828 e encarregado de negócios em 1831, função que conservou até ao fim de Maio de 1834. Terminada a Guerra Civil Portuguesa e soube da convenção de Évora Monte. Nunca mais não quis voltar a Portugal, onde reinava uma dinastia que ele não podia nem queria reconhecer."
(Fonte: Wikipédia)
Exemplar brochado em razoável estado de conservação. Capas frágeis com defeitos e falhas de papel. Com sinais de humidade visíveis em grande parte do livro.
Raro.
Com interesse histórico.
25€

14 junho, 2025

COPA E COZINHA -
COZINHA TRADICIONAL PORTUGUESA.
Receitas extraídas de um manuscrito conventual. Jóias da culinária formuladas num manuscrito fradesco, datado de 1743 e posteriormente compiladas por.António de Macedo Mengo
. Porto, Celir/Apesar de Tudo, 1977. In-8.º (22x15 cm) de 92, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Conjunto de receitas retiradas de um manuscrito conventual setecentista.
"Para nos cingirmos tanto quanto possível ao método adoptado na data em que estas receitas foram estabelecidas, resolvemos conservar o sistema de pesos e medidas que vigoravam naquela época.
Mas para facilitarmos a imediata redução (aproximada) desses pesos e medidas, apresentamos a seguinte tabela como referência às actuais medidas e pesos decimais. [Segue-se a tabela de conversão]."
(Excerto de Duas palavras de introdução)
Exemplar em brochura, bem conservado. Capas levemente oxidadas.
Invulgar.
20€