06 janeiro, 2018

MOTA, I. F. Silveira da - VIAGENS NA GALLIZA. Por... Socio effectivo da Academia Real das Sciencias de Lisboa. Lisboa, Na Livraria de A. M. Pereira, 1889. In-8.º (18,5 cm) de 233, [3] p. ; B.
1.ª edição.
Curioso livro de viagens, onde o autor narra com deleite as suas impressões sobre a Galiza. Visita e descreve as principais cidades da província espanhola, os seus locais históricos, monumentos, etc., "pintando" as paisagens galegas com enlevo e realismo.
Valorizado pela dedicatória autógrafa do autor.
"O libro editouse por primeira vez en Lisboa en 1889 e recolle as experiencias vividas polo seu autor tres anos antes en terras galegas. Silveira da Mota escribiu unha obra na que a viaxe por terras descoñecidas é tamén viaxe interior, permanente diálogo entre o viaxeiro e a realidade nova que comparece diante da súa sensibilidade. Como todo bo viaxeniro, concentra a súa atención sobre o máis pequeno, interésase polo miúdo e polo detalle cotián."
(Sinopse da edição galega, publicada em 1994)
"Uma das coisas boas que ha n'este mundo deriva da facil e liberrima ligação de idéas, por meio da qual o entendimento, no seu perenne cogitar, associa ao presente as renascidas imagens do preterito, engrandece e multiplica a existencia, traz a phases de desanimo lempejos de felicidade. Assim, por exemplo, estou em Santiago, no anno 1886,  e cuido por vezes que vivo em pleno seculo XVII. As ruas estreitas e sombrias, as longas arcadas, a côr enegrecida das casas e dos monumentos, a frequencia aos templos desde o romper da manhã até á noite, o zumbido das rezas, a musica dos orgãos, os descantes nocturnos, o carpido pregão dos serenos produzem tão insolito conjuncto de costumes mysticos, poeticos, cavalleirosos, e contrastam de tal modo com a cultura social do nosso tempo, que despercebidamente remonto ao passado, e imbuo-me nas suas crenças. [...]
Não quiz despedir-me de Compostella sem visitar os arrebaldes. Sahi pois da cidade, á mercê do acaso, e fui ter ao cimo de um outeiro, todo cercado de frondosas carvalheiras. O sol resplandecia por entre nuvens, que apenas lhe enfraqueciam o ardor dos raios, o ar estava sereno, os campos exhalavam o bonissimo cheiro das flôres silvestres, e eu percevbi, emfim, com evidencia, a affinidade recondita, a ligação intima que existem entre o contentamento ineffavel da alma e o carinhoso sorriso da natureza n'uma gentil manhã de primavera."
(Excerto de Santiago)
Indice:
I - Vigo. II - Pontevedra. III - Villa Garcia. IV - Santiago. V - Corunha. VI - Lugo. VII - Orense. VIII - Orense. IX - Ribadavia. X - Tuy.
Inácio Francisco Silveira da Mota (Lisboa, 1836 - 1907). "Foi um político, jornalista e escritor português. Nasceu em Lisboa em 1836. Filho de um advogado, frequentou o curso de Direito na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, onde se formou Bacharel em 1856. Foi eleito membro da Associação dos Advogados de Lisboa, mas pouco tempo exerceu, no escritório de seu pai, de onde saiu para se dedicar à política. Foi eleito deputado pela primeira vez em 1863 pelo círculo de Faro, tendo, até 1878, sido reeleito por diversos círculos eleitorais. Exerceu diversos cargos públicos, nomeadamente: subdirector geral dos Negócios Eclesiásticos (1864) e dos Negócios da Justiça (1868) e director da Direcção Geral do Registo Civil e Estatística. Reputado jornalista e homem de letras deixou colaboração em diversos jornais e revistas de índole histórica e literária, nomeadamente no Arquivo Universal de que foi fundador e um dos directores e ainda na Revista Contemporânea de Portugal e Brasil (1859-1865). Obras. A Harpa do Livre; Horas de repouso; Quadros de História Portuguesa; Viagens na Galiza."
(Fonte: www.wikiwand.com)
Exemplar brochado em razoável estado de conservação. Capas defeituosas com falhas de papel. Páginas com manchas de oxidação e pequena mancha de humidade visível no pé das primeiras folhas do livro. Necessita de trabalho de restauro e encadernação.
Invulgar.
Indisponível

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