16 dezembro, 2016

CORTESÃO, Jaime - EGAS MONIZ : drama em IV actos representado pela primeira vez em Dezembro de 1918 no «S. Luiz», de Lisboa. Capa de António Cardoso. Porto, Edição da Renascença Portuguesa, 1918. In-8.º (16cm) de XV, [2], 126, [2] p. ; B.
1.ª edição.
"Estas lendas são a história idealisada pelo sonho colectivo; a imagem tosca da realidade, esculpida e afeiçoada pela nação, segundo as suas mais altas virtualidades.
Não é, pois, de estranhar, no que se refere a Egas Moniz, que a lenda exceda em beleza o que a história já averiguou. A sua formosura moral explende aí a toda a altura, em meio da  turpidade medieval. Maior que Guilherme Tell, o heroi nacional da Suiça, êle ergue-se sôbre todos os seus rudes contemporaneos, como a mais heroica e cavaleirosa figura no drama do nascimento de Portugal.
É o primeiro e mais venerando patriarca da bíblia portuguesa.
E, porque nele fulgem algumas das mais belas virtudes que foram apanágio da grei, das que mais fundo desenharam na tela do tempo o nosso perfil de povo livre, é que entendemos bem acender diante do seu esquecido e apagado retábulo esta pequena lâmpada votiva."
(excerto do prefácio)
Jaime Zuzarte Cortesão (1884-1960). Médico, político, escritor e historiador português. “Formou-se em Medicina em 1909, depois de ter estudado em Coimbra, Porto e Lisboa. Foi professor no Porto de 1911 a 1915. Tendo sido eleito deputado em 1915, defendeu a participação de Portugal na Primeira Guerra Mundial onde participou como capitão-médico voluntário do Corpo Expedicionário Português, tendo publicado as memórias dessa experiência. Com Leonardo Coimbra e outros intelectuais, fundou em 1907 a revista Nova Silva. Em 1910, com Teixeira de Pascoaes, colaborou na fundação da revista A Águia, e em 1912 dá início à Renascença Portuguesa, que publicava o boletim A Vida Portuguesa. Em 1921, separando-se da Renascença Portuguesa, é um dos fundadores da revista Seara Nova. Em 1919 foi nomeado director da Biblioteca Nacional, cargo que exerceu até 1927. Devido a ter participado numa tentativa de derrube da ditadura militar foi demitido, exilou-se acabando por viver em França, donde saiu em 1940, devido à invasão daquele país pelo exército alemão. Foi para o Brasil, passando por Portugal, onde foi detido por um curto espaço de tempo. No Brasil residiu no Rio de Janeiro, tornando-se professor universitário, especializando-se na história dos descobrimentos portugueses e na formação do Brasil. Em 1952, organizou a Exposição Histórica de São Paulo, para comemorar o 4.º centenário da fundação da cidade. Regressou a Portugal em 1957.”
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas e lombada oxidadas, com falhas e defeitos. Pequeno rasgão na contracapa.
Invulgar.
Indisponível

Sem comentários:

Enviar um comentário