29 outubro, 2015

REPORTER X - IMPOSSIVEL : novela. Porto, Tipografia Elite, [1929]. In-8.º (19cm) de 29, [3] p. ; B.
1.ª edição.
Conhecida novela de Reinaldo Ferreira, o Repórter X, e uma das mais apreciadas. Sobre esta obra, n'O Diabo, Fernando de Araújo Lima garantirá, após a morte do autor, que a viu escrever de jacto, a uma mesa do café portuense Avenida, para ganhar uma aposta de 250 escudos.
"Eu conheci Paulo, em 21, em plena orgia de sangue de Barcelona. Paulo aproximava-se de mim, sem guia que o ciceronasse no labirinto electrico da cidade condal e que encurtasse a distancia quilometrica que nos separava - pela simples razão que eramos, além do consul e das pessoas da minha familia - oos unicos portugueses que então residiam na capital catalã... Havia - constava - pelos conventos dos arredores - uns frades lusos, de tal forma internacionalisados pela integração ao Vaticano que se tinham esquecido, ha muito, da sua nacionalidade... Tambem se falava da existencia de uns engenheiros, lisboetas ou portuenses, bem plantada numas fabricas de tecidos, visinhas a esses conventos - cuja memoria da patria se nivelava á dos frades. Aos primeiros - nada nos atraía. Os segundos não se sentiam atraídos por nós..."
(Excerto do texto) 
Reinaldo Ferreira, sob o pseud. Repórtex X (Lisboa, 1897 - Lisboa, 1935). “Considerado desde cedo como um prodígio do jornalismo, Reinaldo Ferreira já era reconhecido como repórter importante aos 20 anos. Viveu e trabalhou na Espanha, na França e na Bélgica. Diz-se que a sua invulgar imaginação era fortemente impulsionada pela morfina, vício por si mesmo assumido em 1932 no volume Memórias de um ex-morfinómano, escrito depois de uma desintoxicação. Muito cedo deixou que a sua imaginação mistificasse os leitores, apresentando ficção como realidade. Por exemplo, escreveu uma reportagem sobre a União Soviética sem nunca lá ter ido, e publicou uma série de cartas no jornal O Século, sob o pseudónimo Gil Goes, sobre um crime macabro que teria ocorrido na Rua Saraiva de Carvalho, em Lisboa. Em 1930, fundou o jornal Repórter X, designação que já usava como pseudónimo. O jornal granjeou sucesso com grandes tiragens. Era pois uma conhecida figura no meio jornalístico e literário da época, tendo sido amigo íntimo de Mário Domingues. Destacou-se também como produtor e realizador, tendo fundado uma produtora cinematográfica e dirigido três longas-metragens: O groom do Ritz, O táxi 9297 e Rito ou Rita. Publicou dezenas de volumes de ficção policial e de aventuras, assim como folhetos semanais com a mesma temática. Criou várias personagens marcantes, nomeadamente O mosqueteiro do ar (1933), personagem que se assemelhava com o Super-homem norte-americano, embora tenha surgido antes (a primeira banda-desenhada do Super-homem seria apenas publicada em 1938).”
(Fonte: http://fcsh.unl.pt/chc/romanotorres)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas frágeis com defeitos.
Raro.
Indisponível

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