22 março, 2012

SILVANO, Almeida - O MARQUEZ DE POMBAL. Celebrado por um grupo de distinctos escriptores liberaes. Lisboa, Empreza de O Bem Publico, 1906. In-8º (19cm) de 295 p. ; E.
Livro dedicado pelo autor - Almeida Silvano, Bacharel formado pela Universidade Pombalina - "á estudiosa mocidade portugueza, para quem a verdade é alimento do espirito, como o estudo a occupação que proporciona os mais doces prazeres da vida intellectual".
"Quando ha 24 annos, alguns enthusiastas pombalistas, mais fanaticos pelo symbolo que allumiados pela verdade, conseguiram fazer commemorar em 5 ou 6 cidades do reino, e sem lusimento, o 1º centenario da morte do famoso ministro Marquez de Pombal, surgiu o projecto de lhe ser erigido um monumento em Lisboa. [...] Por occasião da recente ascensão do partido progressista ao poder, os mesmos ou similhantes elementos, chamados liberaes e avançados, renovaram a tentativa, e conseguiram que o governo nomeasse nova commissão para diligenciar a erecção do monumento. Levará a cabo a empreza? Não sei. Num paiz que fosse amante da verdadeira liberdade e sufficientemente illustrado eu diria afoitamente: Nunca; mas num paiz, como Portugal, em que temos 5/6 de analphabetos, meio milhão de ledores inconscientes e derrancados, e quasi outro meio de illustrados cultivadores da mandria nacional, que fazem papel de papagaios, restando alguns poucos milhares de homens que tem amor ao estudo e prestam culto á verdade e á liberdade, sem escumalha, é de receiar que o idolo de algumas centenas de cesaristas e algumas desenas de berradores de arengas phrigias, alcance affrontar as ruas de Lisboa, e gravar eterno labeu de vergonha sobre a nação..." (excerto da introdução)
Obra crítica da figura do Marquês, nela, o autor contesta a vontade de alguns, em erigir um monumento em honra do estadista, e inclui textos de várias personalidades das letras nacionais - Pinheiro Chagas, Camilo, Latino Coelho, Ramalho Ortigão, Guerra Junqueiro, Coelho da Rocha, Luz Soriano, Teófilo Braga, Tomás Ribeiro... - que justificam o "erro" de tal empresa.
Encadernação em meia de percalina com as pastas recobertas de fantasia de serpente; s/ guardas de brochura.
Exemplar estimado.
Invulgar.
35€

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