08 março, 2012

CASTRO, Fernando de - RONDA DE LISBOA. [Introdução de Manoel de Sousa Pinto]. Lisboa, Edição e Oficinas da Emprêsa Diário de Notícias, 1923. In-8º (19cm) de X, 165, [3] p. ; il. ; B. Col. Biblioteca Clássica Portuguesa, Vol. III
Esta edição á a segunda que da Ronda de Lisboa se faz. A primeira, muito rara, indica-se assim: Na Oficina Monrrabana - Lisboa, 1751.
"Neste seu terceiro volume, a Biblioteca Clássica Portuguesa desempoeira, para a curiosidade do público e para o estudo dos letrados, uma obra que quási se pode dizer inédita. A raridade dos seus exemplares e o desconhecimento a que o interessante volume tem, injustamente, estado votado, permitem, sem gabarme, atribuir a esta edição reedição o carácter de novidade reveladora. [...] Como caricaturista de assinalável relêvo, puncionando a tôsca madeira das suas gravuras com excelentos negros de água-forte, o moralista da Ronda de Lisboa não é um escritor vulgar. Descontada a parte enfadonha, e nem sempre segura, das moralidades clássicas à moda de então, a Ronda de Lisboa é uma obra breve e amena, na qual numerosos aspectos da Lisboa de D. João V se vincam cáusticamente. No lugar competente, encontrará o leitor a transcrição do frontispício da obra, que, como há-de ver, tem três títulos: Fantasmas desprezíveis, Figuras abomináveis e Ronda de Lisboa. Impressa em papel ordinário, ocupa, com o rôsto e a ingénua gravura adiante reproduzida, 112 páginas de formato in-4º, sendo as suas indicações editoriais as seguintes: Lisboa: / Na Officina Monrrabana. / M.DCC.LI. / Com todas as licenças necessárias. A risível designação da tipografia é, evidentemente, imaginária. Quanto às licenças, não as traz, nem nunca as teve. O autor, que censura os que fingem licenças do Santo Ofício e usam de outros expedientes fraudulentos, caiu no mesmo delito. [...] A Ronda de Lisboa foi, certamente, publicada a ocultas das autoridades civis e canónicas; o que, até certo ponto, explica a escassez de exemplares do volume, que nem figura do Dicionário Bibliográfico [de Inocêncio]. Eis, portanto, à semelhança do da autoria da Arte de Furtar, um novo problema para as hipóteses dos estudiosos. Quem era Francisco de Castro?" (excerto da introdução)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação.
Invulgar.
20€

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