14 setembro, 2011

TROVAS DE CRISFAL. Reprodução Fac-símile da Primeira Edição : estudo, variantes e notas, por Guilherme G. de Oliveira Santos. Lisboa, Livraria Portugal, [1965]. In-8º grd. (24cm) de CXIX, 143, [6] p. ; [11] est. ; B.
Fez-se deste livro uma tiragem de quinhentos e cinquenta exemplares, cem dos quais numerados e rubricados pelo editor e fora do mercado [o presente exemplar leva o nº 3].
Belíssima edição facsimilada das Trovas de Crisfal, impressa em papel de qualidade superior, ilustrada com reproduções das Trovas e de Documentos coevos associados.
"Sobre a autoria da écloga de Crisfal ou trovas de Crisfal (Cristóvão Falcão ou Bernardim Ribeiro?) muito se escreveu durante o século passado. Até 1908 foi, sem discrepância, atribuída a Cristóvão Falcão a écloga de Crisfal, um dos mais célebres poemas líricos da literatura portuguesa. Tinha essa atribuição a seu favor os depoimentos de Diogo de Couto (1542-1616) na Década Oitava da Ásia; de Gaspar Frutuoso (1522- 1591) nas Saudades da Terra; de Manuel de Faria e Sousa (1590-1694) na edição das Rimas de Camões (comentário à Écloga IV); de Barbosa Machado (1682-1772) na Biblioteca Lusitana; e de António dos Reis (1690-1738) no Enthusiasmus poeticus. A écloga de Crisfal apareceu pela primeira vez em folha volante e anónima, com este título: Trovas de Crisfal. Depois apareceu publicada na 1.ª edição das obras de Bernardim Ribeiro, impressa em Ferrara em 1554. Crisfal é o nome de uma personagem dessa écloga cuja verdadeira autoria é ainda hoje desconhecida. Segundo o editor da edição de Ferrara, seria Cristovão Falcão, pelo facto de o título ser formado das primeiras sílabas do nome e sobrenome do poeta: Cris(tovão) Fal(cão). Autores há que perfilham essa opinião; outros, porém, recusam-na e atribuem a autoria a Bernardim Ribeiro.
É evidente a semelhança entre Crisfal e Menina e Moça, deste último autor. Começa por uma introdução orientando a composição; segue-se um monólogo de Crisfal, o pastor, que dá lugar a uma longa narrativa dos acontecimentos de que foi ator durante um sonho: viaja do Alentejo Litoral até Lorvão; antes de encontrar a amada, a pastora Maria, são narradas a história de Natónio e Guiomar e a história de uma mal-maridada; no fim, o autor retoma a sua voz para concluir. Trata-se, pois, de uma écloga novelesca onde se misturam narrativa e lirismo."
Bom exemplar.
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30€

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