24 fevereiro, 2025

MENDES, Adelino - TERRAS MALDITAS (campanha d'um reporter)
. Porto, Magalhães & Moniz, L.da - Editores, 1909. In-8.º (19 cm) de [8], 223, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Conjunto de reportagens realizadas pelo autor em Trás-os-Montes, na zona do Douro vinhateiro, expondo ao país as condições de vida - pobreza e miséria - das populações locais.
"Em meiados de janeiro recebi de V. Ex.ª o encargo de ir ao Douro inquerir do viver do malaventurado povo que habita essa provincia. Procurei com todo o empenho dar no Seculo, em cartas successivas, a impressão aproximada de tudo quanto vi e observei. As minhas revelações tiveram o condão de commover o paiz inteiro; e de todos os lador surgiram donativos que foram enxugar muita lagrimas e minorar muita miseria nas Terras malditas por onde peregrinei quasi dois mezes, vivendo a vida amargurada do povo, recolhendo-lhe os queixumes, ouvindo-lhe as angustiadas narrativas da sua desgraça, soffrendo com elle e maldizendo, como elle maldiz, a raça damninha de politicos que o levou ao supremo abandono e quasi ao supremo desespero.
Foi ainda V. Ex.ª que me sugeriu a ideia de publicar as minhas cartas em volume. Acceitei-a, porque o inquerito do Seculo, assim archivado, ficará constituindo uma demonstração flagrante da vida primitiva, humilhante  semi-barbara, que neste desgraçado Portugal levam ainda em pleno seculo vinte muitos milhares de individuos. E ao colligir as minhas chronicas tive o cuidado de as não alterar, procurando conservar-lhe todo o caracter de reportagem feita a correr, quasi de afogadilho, e sem pretensões litterarias que só serviriam para estragar o assumpto.
Este livro não é, portanto, mais do que o diario impressivo d'um «reporter» que procurou levar honestamente a cabo a missão de que foi incumbido."
(Excerto do prólogo - Ao senhor Silva Graça)
Crónicas:
Ao senhor Silva Graça. | I - Regoa, 18 de janeiro. II - Regoa, 20 de janeiro. III - Regoa, 21 de janeiro. IV - Regoa, 22 de janeiro. V - Regoa, 26 de janeiro. VI - Regoa, 27 de janeiro. VII - Alijó, 29 de janeiro. VIII - Alijó, 30 de janeiro. IX - Alijó, 31 de janeiro. X - Alijó, 1 de fevereiro. XI - Alijó, 2 de fevereiro. XII - Alijó, 2 de fevereiro. XIII - Alijó, 4 de fevereiro. XIV - Alijó, 6 de fevereiro. XV - Sabrosa, 7 de fevereiro. XVI - Sabrosa, 8 de fevereiro. XVII - Alijó, 9 de fevereiro. XVIII - Sabrosa, 10 de fevereiro. XIX - Regoa, 13 de fevereiro. XX - Regoa, 14 de fevereiro. XXI - Regoa, 15 de fevereiro. XXII - Lamego, 17 de fevereiro. XXIII - Lamego, 18 de fevereiro. XXIV - Lamego, 21 de fevereiro. XXV - Lamego, 22 de fevereiro. XXVI - S. João da Pesqueira, 22 de fevereiro. XXVII - S. João da Pesqueira, 25 de fevereiro. XXVIII - S. João da Pesqueira, 1 de março. XXIX - Carrazeda de Anciães, 2 de março.
Adelino Lopes da Cunha Mendes (1878-1963). "Jornalista e escritor, nasceu na Freguesia do Reguengo do Fetal (Batalha), a 28-10-1878 e faleceu em Lisboa, a 26-08-1963. Era filho de João José Gomes Mendes e de Maria Vitória Lopes da Cunha. Depois de ter feito os Estudos Secundários em Leiria, iniciou a sua carreira de Jornalista em O Século, do qual veio a tornar-se Redactor principal, a partir de 1925. Publicou numerosos artigos e reportagens em jornais diários (Novidades, República, A Capital, Jornal de Notícias, O Século, etc), tendo participado com convicção e vigor em várias campanhas, destacando-se entre elas a Crise do Douro (1909), o Terramoto de Benavente (1910), a Revolução do 5 de Outubro (1910) e o Advento da República em Espanha. Ocupou os cargos de Redactor do Diário do Senado e de Arquivista Judicial da Boa Hora. Foi correspondente de guerra em França, em 1917. Foi correspondente de guerra em França,em 1917.
Obras principais: Terras Malditas (Campanha Dum Repórter), (1909); O Algarve e Setúbal, (1916); Cartas de Guerra (Janeiro a Abril de 1917), (1917); Ares de Espanha. Política, Figuras e Paisagens, (1930); A Esplêndida Viagem, (crónicas, 1945); «Um panteísta - Afonso Lopes Vieira», (In Memoriam 1878-1946), (1947)."
(Fonte: https://ruascomhistoria.wordpress.com/2018/07/14/quem-foi-quem-na-toponimia-da-batalha/)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
35€

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