Edição restrita publicada pela Junta de Freguesia do Outeiro, localidade natal do autor.
"As Cartas às Madrinhas de Guerra, cuja 1.ª edição saiu em 1929, no Porto, são uma colectânea de 43 cartas, cujo autor foi o então jovem Ten. Afonso do Paço, nascido no lugar de Além do Rio, da freguesia de Outeiro, concelho de Viana do Castelo, que combateu na Grande Guerra, de 1914 a 1919.
As primeiras 18 cartas foram escritas, durante o período
desgastante da guerra nas trincheiras, as 20 seguintes, nos campos de
concentração de Lile, Rastatt e Breesen, depois de ter ficado prisioneiro dos
alemães, em 9 de Abril de 1918, e as 8 últimas, desde a saída da Alemanha até
ao regresso a Portugal.
Como o título do livro deixa adivinhar, as cartas tiveram por
destinatárias as Madrinhas de Guerra, que, conforme o autor afirma, foram os
"entes mais queridos da guerra, que lançaram sobre as trincheiras regadas de
sangue catadupas de amor e carinho…".
É, quanto a mim, um livro indispensável para bem conhecer o
período de guerra nas trincheiras e a vida dos prisioneiros nos campos de
concentração da Alemanha, a que ele chamou gefangenismo,
criando um neologismo de origem germânica, a partir da palavra gefangen que significa "prisioneiro".
[…]
Através de páginas comoventes e deliciosamente escritas,
perpassam diante dos nosso olhos, como numa tela animada e colorida, cenas
patéticas da Grande Guerra. A vida periclitante dos soldados nas trincheiras
insalubres, ensopadas de lama e incessantemente metralhadas pelos ataques
inimigos; a tragédia dos prisioneiros nos campos de concentração, ralados pelas
agruras da fome, da doença e do abandono; a hecatombe de 9 de Abril, na
planície de La Lys, em que, apesar de vencidas, “as nossas tropas de linha se
bateram com denodo, digno dos nossos maiores”, reconhecido com termos honrosos
pelos próprios alemães."
(Excerto do prefácio de José Luís Branco)
(Excerto do prefácio de José Luís Branco)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.20€
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