CRESPO, Gonçalves - NOCTURNOS. Lisboa, 18, Rua Oriental do Passeio [Imprensa Nacional], 1882. In-8.º (19 cm) de 164, [ ] p. ; E.
1.ª edição.
Edição original de uma das mais apreciadas obras do autor, dedicada a Maria Amália Vaz de Carvalho, sua mulher.
"Aquelle que alli vae triste e cançado
E mais tremente que os juncaes do brejo
Foi outrora o mais bello e o mais amado
Entre os moços do antigo logarejo.
Nas fitas d'esse labio desmaiado
Quantas mulheres tremulas de pejo
Não sorveram os néctares do beijo
Dos trigaes sobre o leito perfumado!
Hoje é velhinho, e falla dos francezes
Aos rapazes da eschola, e ás raparigas
Que não cançam de ouvil-o... As mais das vezes
Sobre a ponte, sósinho, ouve as cantigas
Das que lavam no rio, e o olhar extende
Ao sol que ao longe na agonia esplende..."
(O Velhinho)
António Cândido Gonçalves Crespo (Rio de Janeiro, 1846 - Lisboa, 1883). Natural do Rio de Janeiro, Brasil. Veio residir para Portugal aos 10 anos de idade. Inscreveu-se na Universidade de Coimbra onde se viria a formar em Direito. Aí iniciou-se nas lides literárias, como colaborador de A Folha, fundada em 1868 por João Penha, por muitos considerado o introdutor do «Parnasianismo» em Portugal, corrente a que aderiu. Foi o autor de Miniaturas (1870) e Nocturnos (1882), expressando-se em poemas com reminiscências da vida familiar e cenas do quotidiano. Gonçalves Crespo foi ainda deputado pela Índia, nas legislaturas de 1879 e 1882, e trabalhou no Diário da Câmara dos Pares, assim como colaborou no Jornal do Comércio, Artes e Letras, Cenáculo e na revista Ocidente. Ainda estudante, em 1874, casou-se com a conhecida escritora Maria Amália Vaz de Carvalho cuja tertúlia literária frequentava. Escreveram em conjunto Contos para os Nossos Filhos (1886).
Encadernação em meia de percalina com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação. Escritos numa página no interior do livro e pequenas manchas de acidez. Dedicatória coeva (não do autor) na f. ante-rosto.
Raro.
25€
1.ª edição.
Edição original de uma das mais apreciadas obras do autor, dedicada a Maria Amália Vaz de Carvalho, sua mulher.
"Aquelle que alli vae triste e cançado
E mais tremente que os juncaes do brejo
Foi outrora o mais bello e o mais amado
Entre os moços do antigo logarejo.
Nas fitas d'esse labio desmaiado
Quantas mulheres tremulas de pejo
Não sorveram os néctares do beijo
Dos trigaes sobre o leito perfumado!
Hoje é velhinho, e falla dos francezes
Aos rapazes da eschola, e ás raparigas
Que não cançam de ouvil-o... As mais das vezes
Sobre a ponte, sósinho, ouve as cantigas
Das que lavam no rio, e o olhar extende
Ao sol que ao longe na agonia esplende..."
(O Velhinho)
António Cândido Gonçalves Crespo (Rio de Janeiro, 1846 - Lisboa, 1883). Natural do Rio de Janeiro, Brasil. Veio residir para Portugal aos 10 anos de idade. Inscreveu-se na Universidade de Coimbra onde se viria a formar em Direito. Aí iniciou-se nas lides literárias, como colaborador de A Folha, fundada em 1868 por João Penha, por muitos considerado o introdutor do «Parnasianismo» em Portugal, corrente a que aderiu. Foi o autor de Miniaturas (1870) e Nocturnos (1882), expressando-se em poemas com reminiscências da vida familiar e cenas do quotidiano. Gonçalves Crespo foi ainda deputado pela Índia, nas legislaturas de 1879 e 1882, e trabalhou no Diário da Câmara dos Pares, assim como colaborou no Jornal do Comércio, Artes e Letras, Cenáculo e na revista Ocidente. Ainda estudante, em 1874, casou-se com a conhecida escritora Maria Amália Vaz de Carvalho cuja tertúlia literária frequentava. Escreveram em conjunto Contos para os Nossos Filhos (1886).
Encadernação em meia de percalina com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação. Escritos numa página no interior do livro e pequenas manchas de acidez. Dedicatória coeva (não do autor) na f. ante-rosto.
Raro.
25€
Reservado
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