15 abril, 2024

COSTA, Maria Clara Pereira da -
OS DA CARREIRA DA ÍNDIA E MINA OU DE TORNA-VIAGEM COM BENS PATRIMONIAIS NO ORIENTE, NOS AÇORES E NO NORTE DE ÁFRICA. [O testamento do cavaleiro fidalgo da Casa de Sua Magestade Barnabé Fernandes]. Separata do Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira - vol. XLI (1983). [S.l.], [s.n. - Gráfica Maiadouro - Maia], [1986]. In-8.º (21,5 cm) de [1], 74 p. (206-279 p.), [1] p. ; il. B.
1.ª edição independente.
Interessante ensaio histórico sobre Barnabé Fernandes, navegador português torna-viagem natural de Almeirim, que fez a Carreira da Índia, com forte ligação à Ilha Terceira - porto de escala no regresso - pelo casamento.
Trabalho invulgar, com relevância para a história desta rota marítima e da genealogia dos primeiros colonizadores da Ilha.
Ilustrado com 8 gravuras distribuídas por outras tantas páginas: uma de Santarém, outra de Goa e seis de Angra do Heroísmo.
Exemplar valorizado pela dedicatória autógrafa da autora ao Dr. Francisco Santana, conhecido académico e historiador.
"Trago como tema de estudo a este colóquio um só documento que nem original é. [...] É certo, contudo, que para nós os arquivistas todo e qualquer documento em sentido absoluto é digno da melhor atenção, mas nem sempre é fácil encontrar-se a técnica adequada a que o seu valor como testemunho se torne se torne útil ao historiador. Tentaremos com o o documento em causa fazê-lo e neste momento com um encanto especial pois irei darei a mão a Barnabé Fernandes (assim se chama o cavaleiro fidalgo de torna-viagem que estudaremos), e com ele e o seu testamento passear a minha infância pelas ruas de Angra, a imaginação pelas guerra de Arzila, a saudade pela velha Goa, os desencontros da vida, a presença dos mortos, a lonjura dos sonhos pelos lábios ressequidos que o meu Atlântico salgou; e isto sem qualquer singularidade por individual que pareça, nem traição ao ofício por regado de emoção, uma vez que são estes, nós os ilhéus bem o sabemos, os dados essenciais do processo histórico que gerou o homem atlântico. De facto, de tudo isto Barnabé Fernandes fará história, pois se o mundo não é para esquecer e se a história entre o mais é memória funcional das coisas, temos de dar voz ao homem colectivo imediato e às múltiplas formas de pressão que o condicionam, mas ainda ao rochedo que é, ao lugar, ao homem imediato, à marca que o devir da sua viagem no fluir das gerações acaso deixar."
(Excerto do preâmbulo)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Muito invulgar.
Com interesse histórico.
25€

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