11 fevereiro, 2016

ZUQUETE, Afonso Eduardo Martins - ARMORIAL LUSITANO : genealogia e heráldica. Direcção e coordenação de... Colaboração de António Machado de Faria. Desenhos de João Carlos e J. Ricardo da Silva. Direcção Técnica de João de Sousa Fonseca. Lisboa, Editorial Enciclopédia, L.da, 1961. In-4.º (26cm) de 733, [1] p. ; mto il. ; E.
1.ª edição.
Obra de referência da genealogia e heráldica portuguesa.
Muito ilustrada a cores, reproduzindo no seu interior os escudos heráldicos portugueses.
"Dá-se o nome de nobreza a um conjunto de indivíduos que goza, em virtude de transmissão legal hereditária, de uma categoria social privilegiada, e também, quase sempre, de privilégios políticos, com direitos superiores aos da maioria da população.
Nas sociedades primitivas, quando os homens mais fortes e mais hábeis se tornavam chefes de tribos ou de clãs, havia frequentemente um grupo de indivíduos que os apoiavam e que adquiriam prestígio em virtude do poder do seu chefe. [...]
A nobreza das nações da moderna Europa teve origem na aristocracia feudal, e, mais geralmente, nos privilegiados do regime senhorial. [...]
Na Espanha medieval, os nobres formavam a classe supeior. Entre os séculos VIII e IX encontramos a distinguir-se entre eles os funcionários palatinos, quer dizer, os intímos e favoritos do Rei, frequentemente possuidores de grandes territórios (príncipes, próceres, magnates, potestades, optimates, magnates togae palatii), que, com os "condes", ou governadores, constituíam o primeiro grau. A nobreza dependia do soberano, porquanto era este que concedia os títulos, ofícios e terras, podendo retirá-las aos descendentes por morte do donatário, e até em vida deste; não sendo então, por conseguinte, propriamente hereditárias e perpétuas as concessões de terras e senhorios, ainda que algumas vezes tivessem chegado a sê-lo, quer por excepcional mercê do monarca, quer por continuação tácita delas. Formavam também parte desta primeira nobreza os que, não sendo palatinos, possuíam grandes territórios, já por doação real, já por tradição de família. [...]
Esta descrição que acabamos de traçar da nobreza leonesa-castelhana aplica-se nas suas linhas gerais à de Portugal, e daí o desenvolvimento que lhe demos. [..]
Na primeira fase da existência da nacionalidade, a nobreza era principalmente constituída por descendentes de fidalgos leoneses, ao que parece. Pelo menos, o Livro Velho de Linhagens apresenta a fidalguia  do nosso país como proveniente de uma trintena de homens estabelecidos no Norte no tempo de Afonso VI de Leão. Era sobretudo, para além do Douro, e mais especialmente na região de Entre Douro e Minho, que se achavam situados os solares e homens das mais poderosas famílias da nossa nobreza."
(excerto de Origem e evolução da nobreza, pelo Dr. António Sérgio)
Afonso Eduardo Martins Zúquete (1919-1981). Genealogista e heraldista português. Foi um investigador com vasta obra publicada sobre estes temas, incluindo algumas das mais relevantes monografias da heráldica familiar portuguesa.
Encadernação do editor inteira de pele trabalhada, com ferros gravados a seco e a ouro nas pastas e na lombada.
Exemplar em bom estado de conservação. Apresenta sinais de manuseio junto à lombada.
Invulgar e muito apreciado.
75€

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