06 março, 2023

O ENSINO DE FARMÁCIA.
Uma questão já velha... [S.l.], [s.n], [1926]. In-8.º (22 cm) de 16 p. ; B.
1.ª edição independente.
Polémica relacionada com o ensino superior de Farmácia. Artigo vertido em separata, anteriormente publicado no Jornal «A Montanha» em Dezembro de 1925 e Janeiro de 1926, pouco tempo antes da instauração do regime da Ditadura Nacional em Portugal.
"Questão de interêsse geral, para bem a esclarecer, teremos de fazer um pequeno bosquejo histórico sôbre o ensino de Farmácia em Portugal.
Até 1902 existiam entre nós dois cursos de Farmácia: o irregular ou de 2.ª classe e o regular ou de 1.ª classe.
O primeiro obtinha-se mediante uns exames liceais e oito anos de boa prática farmacêutica nas farmácias particulares a que se seguia um exame geral de Farmácia feito nas escolas de Medicina, perante um juri de três membros, um dos quais farmacêutico e professor do Dispensário farmacêutico anexo às Escolas de medicina, e o segundo ou regular, que era cursado em dois anos nas Escolas médicas, após toda a preparação liceal.
O primeiro era feito por todo o grande número de indivíduos que sem posses para mais, iam praticando nas farmácias particulares e estudando; o segundo pelos alunos de medicina e quási sempre por sport ou para aumentar o número dos seus diplomas.
Resultado final: dois cursos incompletos.
Um tinha a prática laboratorial mas faltavam-lhe os conhecimentos scientíficos absolutamente necessários: o outro tinha a preparação geral mas faltavam-lhe os conhecimentos técnicos. [...]
Criado pela lei de 1902, o curso superior de Farmácia, ficou assim e desde logo numa justa visão do que devia ser o ensino e o exercício da profissão farmaceutica, unificado êsse curso.
Não mais farmaceuticos de duas qualidades; apenas farmaceuticos com iguais habilitações para ricos e pobres, cidades e aldeias.
Mas surge o advento do novo regime e com êle o advento também de alguns reformadores...
Logo em 1911 nova reforma: criação do curso de farmaceutico-químico,  a seguir a licenciatura e, finalmente, o doutoramento.
Pelo meio, esparsas como flores em canteiro mal tratado, uma reformecas para uso do auctor.
Não se fez logo a reforma, a única que devia ter sido feita, isto é, um curso de tal forma organisado que dêle saíssem profissionais sabedores, competentes, podendo entrar mal saídos ainda da sua escola, na vida prática com confiança em si próprios, e tendo a confiança dos outros."
(Excerto da exposição)
Exemplar em brochura, preso por atilhos - tal como foi distribuído -, em bom estado geral de conservação. Frágil, com pequenos defeitos.
Raro.
Com interesse histórico.
Sem registo na BNP.
15€

Sem comentários:

Enviar um comentário