30 março, 2023

ALMEIDA, Carlos Pinto de - OS HOMENS DA CRUZ VERMELHA : romance historico do tempo dos francezes. Edição illustrada. Volume I [II, III e IV]. Lisboa, Typographia das Horas Romanticas, 1879-1880. 4 vols in-8.° (21 cm) de 449, [7] p. ; [5] f . il. (I) - 455, [1] p. ; [5] f. il. (II) - 518, [2] p. ; [5] f. il. (III) - 514, [6]p. ; [5] f. il. (IV) ; E.
1.ª edição.
Romance histórico em 4 volumes (completo), cuja acção remete para o período das Invasões Francesas.
Obra ilustrada com 20 belíssimas estampas separadas do texto, 5 por volume, sendo os desenhos assinados por MM (Manuel de Macedo, 1839-1915) e as chapas abertas por Pastor (Francisco Pastor, 1850-1922).
"Em 1802, o estado geral da Europa não era muito lisonjeiro.
A França, tendo por alguns annos atravessado um periodo nefasto e de sangue, depois que as cabeças mais illustres d'aquella nação rolaram debaixo do pesado cutello da guilhotina, entrára n'um estado regular, obedecendo ao genio maravilhoso do general Bonaparte.
É certo, porém, que a situação interna d'aquella nação era melhor, mais perfeita e harmonica; as differentes potencias europeas, arrastadas pela corrente das paixões politicas que, rapidas, se desenvolviam, não inspiravam muita confiança.
As idéas liberaes progrediam; e da França tinham corrido nas azas da publicidade, invadido todas as sociedades, mais ou menos adiantadas.
Em Portugal, resoaram, tal como nos outros paizes, as palavras liberdade e igualdade, sempre agradaveis ao genero humano, que as acolhe com induscriptivel jubilo. [...]
Ora, no nosso  velho e pacifico paiz, ás classe mais illustradas, não desagradaram os principios proclamados na França em 1789; e se engeitavam as scenas de terror; os morticinios iniciais e realisados por aquella potencia, acceitavam as cousas que eram boas, sem perfilharem os tres varios criminosos que, em seu nome se praticavam.
Mas quem se animaria em Portugal a declararar, que sympathisava com as idéas liberaes estabelecidas em França?
O louco que a tanto se arrojasse, seria preso pelos sabujos da intendencia geral da policia, e entregue aos cuidados do inquisidor geral; e o menos que lhe fariam, seria sepultal-o n'um carcere, d'onde não sairia com vida."
(Excerto do Vol I, Cap. I - Os homens mysteriosos)
Carlos Pinto de Almeida (1831-1899). Escritor português. Distinguiu-se pela produção de romances históricos – género literário em voga na época - onde atingiu projecção de relevo.
Encadernações coevas em meia de pele com ferros gravados a ouro nas lombadas. Sem capas de brochura.
Exemplares em bom estado de conservação.
Raro.
Indisponível

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