03 fevereiro, 2024

ALVAREZ, D. Eduardo -
MEMORIA ÁCERCA DA BATALHA DE ALCACER-QUIBIR.
[Por]... Capitão do Corpo de Estado Maior do Exercito Hespanhol. Lisboa, Imprensa Nacional, 1892. In-4.º (23,5x14,5 cm) de 53, [3] p. ; [1] planta ; B.
1.ª edição.
Interessante ensaio histórico, estratégico e militar sobre a batalha de Alcácer Quibir, trabalho de um oficial do Exército Espanhol. Documentado com explicações e abundantes notas de rodapé.
"A Batalha de Alcácer Quibir foi uma batalha travada entre portugueses e marroquinos a 4 de Agosto de 1578 próximo da antiga praça de Alcácer Quibir em Marrocos. O objectivo da batalha era a conquista daquela cidade, que era na altura a principal base de ataque dos mouros contra as praças portuguesas de Arzila e Tânger. Nela participaram um pouco mais de 18 mil soldados portugueses, apoiados por cerca de 5 mil soldados estrangeiros, contra um contingente de mais de 60 mil soldados liderados pelo sultão Muley Mahamet. O resultado das 4 horas de batalha foi uma pesadíssima derrota portuguesa tendo morrido cerca de 9 mil soldados e feitos prisioneiros a grande maioria dos restantes. Um dos mortos foi o rei português, D. Sebastião.
A derrota e o desaparecimento de D. Sebastião tiveram graves consequências para Portugal. Por um lado foram pedidos resgastes elevados para libertação de prisioneiros com graves prejuízos para a economia do país. Por outro lado, o desaparecimento de D. Sebastião sem que ficasse assegurada a sua sucessão, originou uma crise dinástica que levou à tomada do trono português por Filipe II de Espanha (D. Filipe I de Portugal) em 1580."
(Fonte: https://knoow.net/historia/historiaportug/batalha-de-alcacer-quibir/)
Livro ilustrado no final com uma planta desdobrável - a cores - de generosas dimensões (39,5x28 cm): Croquis do Campo de Batalha de Alcacer-Quibir - Escala 1/60,000.
"Assim se passou o dia 3, e no dia 4 de madrugada, D. Sebastião submetteu ao conselho a sua apurada situação, escutando, com mais socego do que costumava, as opiniões dos seus capitães. [...]
O exercito portuguez, formado em massa compacta, estava composto de vanguarda, corpo de batalha e retaguarda, e era precedido por trezentos mosqueteiros de infanteria, duzentos cavalleiros fronteiros de Tanger e Ceuta, e duzentos ginetes do xerife.
A vanguarda foi constituida do modo que segue: na esquerda estavam os hespanhoes e italianos, commandados por Alonso de Aguilar, tendo estendido a sua manga de arcabuzeiros, commandados por D. Luiz Godoy; no centro os aventureiros ás ordens de Alvaro de Tavora, e na direita os tudescos de Tannberg; o flanco d'estes ia coberto por arcabuzeiros portuguezes e pelos fronteiros commandados pelo capitão Hercules de Riza. A este grupo iam aggregados os diversos contingentes das nações que tinham vindo enfileirar-se sob as bandeiras do rei de Portugal.
O corpo de batalha, cingido por companhias de arcabuzeiros, era formado pelos portuguezes de D. Miguel de Noronha e Vasco Silveira.
A retaguarda, onde ia a gente bisonha, composta tambem de portuguezes dos terços de Francisco de Tavora e Diogo Lopes de Sequeira, ia coberta por trezentos mosqueteiros e duas peças de artilheria.
O resto da cavallaria formava dois esquadrões: um á esquerda, onde ia o estandarte real, o duque de Barcellos, joven de treze annos e filho primogenito do duque de Bragança; o prior D. Antonio, pretendente depois á corôa de Portugal, e o conde de Portalegre, embaixador de Hespanha, todos acompanhados de muitos dos seus creados e vassallos; o outro esquadrão estava á direita.
No flanco direito á retaguarda íam duzentos ginetes fronteiros aggregados aos poucos partidarios do Negro e mandados todos por este.
Quasi toda a artilheria caminhava nos intervallos da vanguarda ás ordens de Ruy de Mesquita e João da Cunha."
(Excerto de II - Expedição de D. Sebastião á Africa (1578) e suas causas)
Índice:
I - Os xerifes. II - Expedição de D. Sebastião á Africa (1578) e suas causas. III - Conclusão.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com pequenas falhas marginais. Sublinhados e anotações manuscritas a lápis ao longo do livro.
Raro.
Com interesse histórico.
35€

Sem comentários:

Enviar um comentário