09 setembro, 2019

LISBOA 1821. A Cidade e os Políticos. Projecto: Seminário Livre de História das Ideias (Faculdade de Ciências Sociais e Humanas - Universidade Nova de Lisboa). Direcção: Zília Osório de Castro. [Lisboa], Livros Horizonte, 1996. Oblongo (24x22 cm) de 257 p. a 2 cols, [3] p. ; mto il. ; B.
1.ª edição.
Importante estudo académico histórico-sociológico.
Muito ilustrado no texto com retratos, desenhos e fotografias a p.b.
"As Cortes Gerais e Extraordinárias da Nação Portuguesa, também frequentemente designadas por Soberano Congresso e conhecidas na historiografia portuguesa como Cortes Constituintes de 1820 ou Cortes Constituintes Vintistas, foram o primeiro parlamento português no sentido moderno do conceito. A sua base estava, em grande parte, idealizada nas antigas Cortes Gerais, só que o sistema de votação para designar os seus delegados agora e era diferente, e não estariam mais separados os três tradicionais estamentos feudais (Clero, Nobreza e Povo).
Criado na sequência da Revolução Liberal do Porto para elaborar e aprovar uma constituição para Portugal, os trabalhos parlamentares deste órgão decorreram entre 24 de Janeiro de 1821 e 4 de Novembro de 1822 no Palácio das Necessidades, em Lisboa. Das suas sessões saíram profundas alterações ao regime político português e foram iniciadas reformas que teriam no século seguinte um enorme impacto sociopolítico. Os trabalhos das Cortes Constituintes culminaram com a aprovação da Constituição Portuguesa de 1822."
(Fonte: wikipédia)
"Em Janeiro de 1821 chegaram a Lisboa cerca de cem deputados eleitos no mês anterior para formarem a primeira assembleia constituinte portuguesa. Escolhidos pelos eleitores do Minho, Trás-os Montes, Beira, Estremadura, Alentejo e Algarve tinham por função primordial elaborar uma Constituição que, daí em diante, regesse a vida política do país. Os trabalhos iniciaram-se no dia nos finais do primeiro mês do ano e prolongaram-se, sem interrupção por cerca de dois anos. Durante este lapso de tempo juntaram-se àquele núcleo inicial os eleitos pelas Ilhas Adjacentes e pelo Ultramar que chegaram a tempo de tomar assento nas Cortes. A Constituição foi jurada em Setembro de 1822. Feitas as eleições para a assembleia legislativa ordinária iniciaram-se os trabalhos de 1 de Dezembro e terminaram na data constitucionalmente prevista - Março de 1823. A gravidade da situação decorrente da pressão de forças antivintistas levou à reunião extraordinária das Cortes em 15 de Maio e teve o seu epílogo na Vilafrancada. Pôs-se, assim, termo à experiência vintista, ou seja, à primeira organização constitucional do estado sob os auspícios do liberalismo.
A reunião das Cortes marcou o dia a dia da vida de Lisboa como o sinal do ineditismo e ainda com a presença durante considerável lapso de tempo de um número apreciável de personalidades oriundas das diversas partes do país. Estas tinham, sem dúvida, os seus locais privilegiados de sociabilidade, cafés, livraria, etc... Mas foram igualmente notícia onde quer que tivessem fixado residência. O pólo aglutinador do interesse dos "actores" e dos "espectadores" era o Convento das Necessidades cuja biblioteca fora adaptada para a sala de sessões. Para lá se dirigiam dia após dia os deputados eleitos, imprimindo um movimento desusado naquela direcção e despertando a atenção ao longo do percurso. Conhecer quem eram esses homens, a localização das casas que lhes serviam de habitação e os trajectos eventualmente utilizados permite caracterizar um aspecto de Lisboa no ano de 1821, e ao mesmo tempo, estabelecer o elo de ligação entre a Cidade e os Políticos. Por outro lado, a casa é elucidativa quanto ao género de opção do inquilino, o tipo de oferta, e, por vezes, ao apoio encontrado na capital. Permite, além disso, uma visão particularizada da arquitectura urbana na época. Pena é que a falta de dados não permita situar os deputados das Ilhas Adjacentes e de Além-Mar neste contexto, e obrigue a circunscrever a análise aos representantes da metrópole."
(Excerto da Nota prévia)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar e muito curioso.
Com interesse olisiponense.
25€

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