03 dezembro, 2025

DOM MIGUEL II
. Lisboa, Typographia : 153 - Rua do Bemformoso - 153, 1869. In-8.º (20,5x13 cm) de 30, [2] p. e 22, [2] p. ; E.
BRUGES, Theotonio Simão Paim d'Ornellas - AQUI NÃO. Resposta ao folheto intitulado Dom Miguel II. Por... Angra do Heroismo, Typ. Angrense, 1869. In-8.º (21x14 cm) de 22, [2] p. ; E.
1.ª edição.
Polémica acerca da sucessão de D. Miguel I. Trata-se de dois folhetos encadernados num único tomo. O primeiro opúsculo, publicado sob anonimato em Lisboa, mas atribuído pela BNP a António Pereira da Cunha, teve resposta de Teotónio Bruges, personalidade relevante da política e cultura angrense da segunda metade do século XIX, num folheto editado em Angra do Heroísmo, com dedicatória impressa "Á ilha Terceira e aos veteranos da liberdade".
"D. Miguel II não foi um monarca, mas sim um pretendente ao trono, que, juntamente com os seus seguidores miguelistas e legitimistas, defendia o seu pai, D. Miguel I, e a linhagem dinástica dos Bragança como a única legítima para reinar Portugal. A causa legitimista baseava-se na defesa de uma sucessão tradicional e conservadora, contra a Constituição liberal e as alterações políticas trazidas por D. Pedro IV e D. Maria II." (IA)
"Estas quatro palavras, escriptas com um intuito sincero, são dirigidas em boa paz aos portuguezes todos.
Ninguem se agaste com ellas, nem diga que ha um certo atrevimento em se trazer para a imprensa o pensamento, que encerram.
Atrevimento em que?
Desde que ahi se apregôa a fórma republicana, e se falla sem rebuço em uma fusão monarchica, com a perda da nossa independencia, deve a doutrina legitimista ser explicada tambem.
Não se póde verdar-lhe a discussão.
Lisboa 23 d'Agosto de 1869."
(Dom Miguel II - Preâmbulo)
"Distribuio se na ilha Terceira, no dia 20 de novembro ultimo, um folheto intitulado D. Miguel II.
Este escripto é uma resposta ao indicado folheto.
Tomei voluntariamente um pesado encargo, sendo talvez o menos competente; mas ninguem o faria com mais sinceridade, nem com mais boa fé.
O animo é bom, o intuito é justo. Podem envenenal-os se quiserem, porque a consciencia diz-me que cumpri um dever.
Escrevo estas linhas em um dia memorando; não o escolhio de propozito.
Será propicia coincidencia?
Assim Deus o permittirá.
Angra do Heroismo 1 de Dezembro de 1869."
(Aqui Não - Preâmbulo )
Antonio Pereira da Cunha (1819-1890). Conhecido anti-iberista português. "Estimavel poeta e elegante prosador. É membro de diversas corporações literárias. Escreveu um livro intitulado - «Brios heroicos das portuguezas» e publicou o folheto - «Não!» Resposta nacional ás pretensões ibéricas." Segundo Inocêncio (T. VIII, p. 274), "Antonio Pereira da Cunha é Fidalgo da C. R., foro havido por seus paes e avós; Socio do Instituto de Coimbra e Presidente da Sociedade Artistica de Vianna. Foi eleito Deputado ás Côrtes em 1856, pelo antigo circulo n.º 2, porém retirou se da Camara em 26 de Janeiro de 1857, depois de proclamado, com outros deputados legitimistas, que julgaram não dever prestar o juramento que se lhes exigia. […] Dos Brios Heroicos de Portuguezas não consta que sahisse até hoje à luz o tomo II. […] Cavaleiro da Ordem da Rosa, em 1872. Morreu em Abril de 1890”.
Teotónio Simão Paim de Ornelas Bruges (Angra do Heroísmo, 1841-1936). "Foi um advogado, funcionário público, político e intelectual açoriano, formado bacharel em Filosofia e Letras pela Universidade Livre de Bruxelas, por diploma datado de 12 de Dezembro de 1862, que, entre outras funções, foi inspector da educação, deputado às Cortes e governador civil do Distrito Autónomo de Angra do Heroísmo."
(Fonte: Wikipédia)
Encadernação recente, cartonada, revestida de fantasia imitando papel antigo.
Exemplares em bom estado de conservação. O folheto D. Miguel II apresenta corte na f. rosto, ao centro, com perda de suporte.
Raro conjunto.
50€

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