FERREIRA, Luiz Feliciano Marrecas - EFFEITOS DOS TREMORES DE TERRA NAS FABRICAS DE ALHANDRA. Pelo Engenheiro Chefe da 3.ª Circunscrição Industrial... Boletim do Trabalho Industrial - N.º 32. Lisboa, Imprensa Nacional, 1909. In-4.º (25x16 cm) de 7, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Relatório do responsável técnico do Estado após o sismo ocorrido a 23 de Abril de 1909, com epicentro localizado na costa do Algarve, que atingiu Lisboa, mas sobretudo, a região de Benavente (razão pelo qual foi baptizado com o nome dessa vila), Samora Correia e Salvaterra de Magos, já no Ribatejo. Morreram mais de 40 pessoas e registaram-se cerca de 70 feridos.
Trabalho interessante sob o ponto de vista histórico e técnico. Raro. A BNP não menciona.
"Segundo as noticias recebidas dos diversos pontos em que se fez sentir a catastrophe a povoação da margem direita do Tejo mais damnificada foi Alhandra, importante centro fabril, não constando, até o momento em que escrevo, de qualquer fabrica situada noutra região que tivesse soffrido qualquer damno digno de nota.
Impunha-se-me, portanto, como dever a visita ás fabricas da localidade, indo lá investigar especialmente se do estado de ruina das edificações poderia resultar prejuizo para os operarios e quaes as providencias a prescrever, se remedio efficaz não houvesse já sido dado.
Direi, antes da succinta descrição a que vou passar, que vi nos empregados superiores d'ellas a maior solicitude por tudo o que respeita á segurança dos seus operarios e que não ha absolutamente ponto algum onde, com perigo para estes, a laboração tenha continuado.
São quatro as fabricas ali existentes, versando a laboração sobre:
Cimento, fabrica de Antonio Moreira Rato & Filhos.
Ceramica, fabrica de Chamusco & Tavares.
Linho e juta, Companhia Fabril Lisbonense.
Fiação e tecidos, Fabrica de José Ferreira do Amaral."
(Excerto do Relatorio)
Luís Feliciano Marrecas Ferreira (1851-1928). "Nasceu em Évora a 1 de julho de 1851 e faleceu a 4 de junho de 1928. Formou-se em engenharia militar na Escola do Exército, tendo seguido a carreira militar no Exército. Especializado em Matemática, foi lente da Escola do Exército e do Instituto Industrial e Comercial de Lisboa. Na Academia das Ciências de Lisboa foi eleito sócio correspondente da classe de Ciências Matemáticas, Físicas e Naturais a 1 de abril de 1880, passando a sócio efetivo a 13 de março de 1905, integrando a 1.ª secção (Ciências Matemáticas). Na Academia, foi eleito vogal do Conselho Administrativo a 16 de dezembro de 1909 e a 17 de dezembro de 1918, tendo sido, segundo uma anotação no seu processo, também eleito membro do mesmo Conselho Administrativo entre 1911 e 1914."
(Fonte: https://arquivo.acad-ciencias.pt/details?id=20723&detailsType=Authority)
Exemplar brochado, por abrir, em bom estado geral de conservação. Cansado. Capas frágeis, com defeitos e pequenas falhas de papel.
Raro.
Com interesse histórico e regional.
Sem registo na Biblioteca Nacional.
20€