08 julho, 2022

BOXER, Major C. R. - SUBSÍDIOS PARA A HISTÓRIA DOS CAPITÃIS GERAIS E GOVERNADORES DE MACAU (1557-1770)
. Macau, [s.n.], 1944. In-4.º (26,5 cm) de 106 p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Importante trabalho de recolha e compilação respeitante à governação de Macau entre 1557 e 1770, período mais "nebuloso" da história da administração do território por ausência de fontes coevas.
Livro ilustrado no texto com a "Reprodução da Assinatura autógrafa e brasão de armas em sêlo de lacre vermelho, de António de Mesquita Pimentel", bem como, noutras páginas, uma pequena estampa e desenhos do brasão de armas português.
"Que eu saiba, não existe um catálogo completo dos Capitãis e Governadores de Macau, e até julgo que já não é possível fazê-lo. De um lado, a perda de tantos documentos da Casa da Índia em Lisboa, no terramoto de 1755, e de outro os estragos feitos pela maldita formiga branca nos arquivos de Goa e Macau, têm feito desaparecer muitos papéis originais de que nunca se tiraram cópias, emquanto a inércia e a incúria dos homens têm tristemente contribuído para o desaparecimento de tanta documentação, perda já hoje em dia irremediável. [...]
Cremos não errar afirmando que existe uma só lista dos Governadores de Macau, impressa, e que é aquela que foi organizada pelos Sr. Marin Chaves, e publicada pela primeira vez em pp. 101-114 do Anuário de Macau de 1922 sob o título Lista dos Governadores de Macau e datas de posse... [...]
Embora Macau (então sòmente aldeiazinha de pescadores ou covil de piratas), fôsse freqüentada de vez em quando pelos portugueses que saíam da ilha vizinha de Lampacau (Lang-pak-sui) para o Rio da Pérola e Cantão, já antes da fundação da povoação europeia em 1557, claro é que as autoridade dos Fulangki só foi lá estabelecida neste ano. Infelizmente as pesquisas de muitos escritores, desde o cronista António Bocarro, até os nossos eruditos contemporâneos Jack Braga e Padre Manuel Teixeira, não conseguiram apurar nem o dia nem o mês em que os portugueses tomaram psse da colónia, após a tradicional derrota duma armada de piratas chineses. Fica de pé, porém, que esta façanha (se façanha houve) se deu no ano de 1557, último do reinado de Dom João III e primeiro do deventurado Dom Sebastião, então apenas criança. Por isso começamos o nosso catálogo naquele ano, e vamos até 1770, porque, dali em diante, é fácil averiguar o nome e os actos de qualquer governador da colónia, por serem muitos os livros que tratam da Cidade de Nome de Deus de Macau na China, desde o último quartel do século XVIII."
(Excerto da Introdução)
Matérias:
Primeira Parte - Desde a fundação da Cidade em 1557 até a separação da Capitania da Viagem de Japão em 1623.
Segunda Parte - Desde a nomeação de Dom Francisco Mascarenhas em 1623 até à de Dom Rodrigo de Castro em 1770.
Terceira Parte - Capitãis e Governadores de Macau, desde 1557 até 1770 - (Documentos comparativos).
Charles Ralph Boxer (Sandown, ilha de Wight, 1904 - St. Albans, Hertfordshire, 2000). "Foi um historiador britânico, notável conhecedor da história colonial portuguesa e holandesa.
Filho do coronel Hugh Boxer e de sua esposa Jane Patterson, Charles Boxer foi educado no Wellington College e no Royal Military College, em Sandhurst. Tenente no Regimento do Lincolnshire em 1923, serviu naquele regimento durante 24 anos, até 1947. Foi destacado para a Irlanda do Norte e, de 1930 a 1933, tradutor no Japão alocado ao Regimento de Infantaria nº 38, com base em Nara. Em 1933, formou-se como intérprete oficial da língua japonesa. Enviado para Hong Kong em 1936, serviu como oficial nas tropas britânicas na China em Hong Kong, em serviços de inteligência. Em 1940, foi promovido. Ferido em ação durante o ataque japonês a Hong Kong em 8 de dezembro de 1941, foi levado pelos japoneses como prisioneiro de guerra e mantido no cativeiro até 1945. Solto, voltou ao Japão como membro da Comissão Britânica no Extremo Oriente em 1946-1947. Durante sua carreira militar, publicou cerca de 86 livros e opúsculos sobre a história do Oriente, sobretudo dos séculos XVI e XVII.
Como major no Exército, aposentou-se em 1947, quando o King's College, em Londres, lhe ofereceu sua Cadeira Camões de Português, cargo que deteve por vinte anos até 1967. Em tal período, a Escola de Estudos Orientais e Africanos da Universidade de Londres o nomeou seu primeiro Professor de História do Extremo Oriente, servindo no cargo por dois anos, de 1951 a 1953.
Aposentando-se em 1967 da Universidade de Londres, Boxer aceitou o posto de professor visitante na Universidade de Indiana, onde serviu ainda como conselheiro para a Biblioteca Lilly, ou Lilly Library, em seu campus em Bloomington, Indiana. De 1969 a 1972, teve uma cadeira de história da Expansão Europeia no Ultramar na Universidade de Yale."
(Fonte: Wikipédia)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Com interesse histórico.
35€

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