23 dezembro, 2015

MORAIS, Tenente Pina de - AO PARAPEITO (2.ª edição - 3.º milhar). Pôrto, Edição da Renanscença Portuguesa, 1919. In-8.º (18,5cm) de 146, [2] p. ; E.
Obra memoralista sobre a participação do contingente expedicionário português em França, durante a Grande Guerra. 
"Ao Parapeito, que relata as vivências do autor na frente de combate, foi considerado em França o melhor livro estrangeiro sobre aquela conflagração mundial, e mereceu as honras de tradução para Francês, com o título Au créneau."
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"A batalha seguia a sua marcha normal - inflexivel, violenta, poderosa. Vagas d'um assalto precedidas de vagas de metralha. Cortinas de fôgo, d'estilhaços, rubras, estrondosas e contínuas. Duas linhas de baionetas duras e escurecidas. Um modêlo da escola alemã, de combate.
As rajadas das metralhadoras assobiam.
No reducto de Pont de Hem Post, estão destacados sete homens e uma metralhadora.
É um pôsto importante - o de Pont du Hem Post. [...]
A guarnição perdeu dois homens até chegar ao posto. [...]
Os cinco homens recebem ordem de esperar e quando o boche chegar batê-lo.
E então êles esperarm.
O metralhador espera, fica sempre.
Póde a infantaria refluir como as ressacas, que o metralhador fica.
Póde a artilharia, fundidas as culatras, atrelar e rasgar a barragem inimiga, numa galopada - mas o metralhador ficará."
(excerto de O metralhador)
Índice:
- Adeus. - Uma lição. - A sombra do pelotão. - A carta. - Frases de Legenda. - A morte do sapador. - Uma patrulha. - Batalha de La Lys. - O metralhador. - S. O. S. - Ambulância. - História do amôr. - Andorinhas mortas. - Balada da neve. - Coisas de rir. - Aos meus soldados. 
João Pina de Morais (1889-1953). "Escritor, jornalista, político e militar português. Nasceu na freguesia de Valdigem, concelho de Lamego a 6 de janeiro de 1889. Fez os seus primeiros estudos no Colégio de Lamego tendo, depois, em 1911 entrado na Academia Politécnica do Porto onde viria a concluir o Curso Preparatório para a Escola do Exército na arma de Infantaria. Ainda neste mesmo ano frequentou a Escola de Guerra. Com a entrada de Portugal na Primeira Guerra Mundial, João Pina de Morais é incorporado no Corpo Expedicionário Português (CEP). Regressa ao país em 1919, mas ainda como militar foi transferido do quartel de Vila Real para o Regimento de metralhas no Porto. Neste regimento iria lutar contra a tentativa fracassada de Paiva Couceiro no restabelecimento da Monarquia em Portugal. Ainda em 1919 vai frequentar o curso de Ciências Filosóficas da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, incitado pelo seu amigo Leonardo Coimbra. Em 1922 entra na vida política tendo sido eleito deputado e em 1924 adere ao Partido Republicano Português, mas acaba expulso por diferenças e incompatibilidades políticas com o ideário do partido. Com o golpe militar do General Gomes da Costa em 1926 vê-se obrigado ao exílio, entre 1927 e 1932, derivado da sua atividade contestatária ao novo regime. A sua vida ficou também marcada pela produção literária, tendo sido autor dos livros Ânfora Partida (1917), Ao Parapeito (1919), O Soldado-Saudade na Grande Guerra (1921), A Paixão do Maestro (1922), Sangue Plebeu (1942), Vidas e Sombras (1949). Colaborou ainda com o jornal A Democracia (1917) e com os grupos culturais da Seara Nova e Renascença Portuguesa. Em 1950 foi vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) que o debilitou e incapacitou quer a nível físico quer a nível intelectual vindo a falecer a 29 de janeiro de 1953 vítima de acidente cardiovascular."
(fonte: wikipédia)
Encadernação em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação. Dada a qualidade do papel e a acção do tempo, as páginas encontram-se amareladas.
Invulgar.
Indisponível

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