07 março, 2014

BOSSE, Abraham - TRATADO DA GRAVURA A AGUA FORTE, E A BURIL, E EM MANEIRA NEGRA COM O MODO DE CONSTRUIR AS PRENSAS MODERNAS, E DE IMPRIMIR EM TALHO DOCE. POR… GRAVADOR REGIO. NOVA EDIÇAÕ TRADUZIDA DO FRANCEZ DEBAIXO DOS AUSPICIOS E ORDEM DE SUA ALTEZA REAL, O PRINCIPE REGENTE, NOSSO SENHOR, POR JOSÉ JOAQUIM VIEGAS MENEZES PRESBYTERO MARIANNENSE. LISBOA. NA TYPOGRAPHIA CHALCOGRAPHICA, TYPOPLASTICA, E LITTERARIA DO ARCO DO CEGO. MDCCCI. In-8º (21cm) de [10], IX, [1], 189, [1] p. ; [22] f. il. ; E.
Ilustrado com 22 (1+21) belíssimas estampas (gravadas em metal) intercaladas no texto.
Apreciada obra saída dos prelos da Casa Literária do Arco do Cego, em cujo catálogo vem assinalada com o número 12.
“A Oficina do Arco do Cego foi criada no ano de 1799, em Lisboa, por D. Rodrigo de Sousa Coutinho. Esta inseria-se numa política colonial que privilegiava o Brasil, fonte primordial da prosperidade comercial da metrópole. Importava difundir as luzes da ciência, sobretudo na agricultura, e as obras impressas no Arco do Cego revelam bem esse propósito de divulgação, concretizando um modelo de cultura característico do Iluminismo, [motivo pelo qual esta excepcional incursão no tema da Gravura, com a publicação desta tradução do Tratado da Gravura de Abraham Bosse, a torna numa obra de grande raridade]. Para a dirigir foi convidado o botânico brasileiro Frei José Mariano da Conceição Veloso, cargo que desempenhou com invulgar energia.
A partir de 1801, Frei Veloso foi nomeado director literário da Imprensa Régia. No decreto de nomeação, datado de 7 de Dezembro de 1801,foi declarada a extinção da Oficina do Arco do Cego. Entre as razões que levaram ao encerramento desta Casa Literária e sua integração na Imprensa Régia, antecessora da actual Imprensa Nacional, terão estado os défices financeiros registados nas suas contas. No entanto, o que fica bem evidente na actividade desta Casa é o dinamismo e a qualidade das suas edições, sem paralelo noutras casas editoriais portuguesas existentes na época, nomeadamente na importância concedida às imagens. Destaque-se, em particular, o número de edições de áreas científicas e técnicas, que noutras casas editoriais eram normalmente preteridas em relação às religiosas. Pode afirmar-se, sem dúvida, que os propósitos de Mariano Veloso eram a promoção das ciências e da história natural em particular, áreas do conhecimento que muito interessavam ao desenvolvimento económico do Brasil, principal alvo das publicações. Como escrevia Mariano Veloso, “sem livros não há instrução”. Durante o período de funcionamento - 2 anos - foram publicados 83 títulos, 36 de autores portugueses, 41 traduções e 6 em latim. Quando foi encerrada, em 1801, muitos títulos ficaram por publicar e outros foram publicados pela Imprensa Régia. Dos 83 títulos, 44 continham gravuras executadas na calcografia, num total de 360 gravuras. Quando a corte portuguesa se transferiu para o Brasil, Frei Veloso também voltou para o Rio de Janeiro e conseguiu ordem para que lhe fossem enviadas as chapas abertas na Oficina do Arco do Cego. Entre elas, encontravam-se as matrizes das ilustrações da tradução do livro de A. Bosse, que ficaram depositadas na Real Biblioteca, a actual Biblioteca Nacional."
Encadernação simples, cartonada.
Exemplar em bom estado de conservação.
Raro.
Peça de colecção.
Indisponível

Sem comentários:

Enviar um comentário