25 setembro, 2012

À MEMÓRIA DE LUÍS DEROUET. Palavras Justas. Homenagem por iniciativa de A Pensionista, Cooperativa do Pessoal da Imprensa Nacional de Lisboa. Lisboa, Imprensa Nacional, 1928. In-4.º (29,5 cm) de XVI, 263 p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Exemplar n.º 3 da tiragem especial de 100 exemplares numerados, destinada a cada um dos ilustres colaboradores da obra.
Colaboraram com os seus depoimentos, um cento de personalidades contemporâneas do homenageado das mais diversas áreas de intervenção da vida pública nacional, artística, académica, jornalistica, literária e política: Afonso de Bourbon e Meneses, Afonso Lopes Vieira, Alberto Sousa, Bento Carqueja, Bernardino Machado, Carlos Olavo, Francisco da Cunha Régo Chaves, Rocha Martins, João Tamagnini de Sousa Barbosa, Joaquim Leitão, Júlio Dantas, Palmira Bastos, Sebastião de Magalhães Lima, entre outros.
Edição muito ilustrada em separado com reproduções de fotografias a p.b.
"Está de luto o jornalismo português. Duas balas assassinas tombaram cruelmente, bárbaramente um dos homens que com mais probidade, com mais inteligência e com mais lealdade serviram esta ingrata tarefa da imprensa.
Duas balas geradas na impunidade de tantos crimes, na quási glorificação de tantos assassínios, na scelerada e asquerosa defesa mais ou menos encoberta de tanto bandido, tombaram o jornalista honrado, o funcionário modelar, o republicano indefectível, o chefe de família exemplar, o homem bom, tolerante e respeitado. 
Foi mais uma vítima imolada à selvática, estúpida e aviltante propaganda de algumas dezenas de meneurs que, dizendo-se políticos, fazendo-se passar por homens, nada mais são do que bandoleiros da pior raça, não podendo jamais ser encarados e tratados senão como feras das mais perigosas. Repelentes animais em que o estômago substitui o cérebro, em que a vaidade desmedida e intolerante ocupou todas as células da mais rudimentar inteligência e em que os sentimentos da honra e da afectividade cederam lugar à mais rasteira e hedionda preversão moral!
Foram êles, os cobardões, os mesmos que mataram Machado Santos, António Granjo e Carlos da Maia. Foram êles que, em certa época, transformaram Lisboa num campo de morte e de pavor, não detendo as mandíbulas nem os braços criminosos ante a invalidez sofredora dos velhos ou a cândida inocência das crianças!
E quantos a defendê-los - Santo Deus! - falavam em nome da República, manchando com a sua baba peçonhenta a crença immaculada de tanto português!..."
(Excerto do artigo do Correio do Sul, de Faro, de 6 de Novembro de 1927)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas ligeiramente "empoeiradas".
Invulgar.
Indisponível

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