16 dezembro, 2023

AGUILAR, Eduardo de - AMÔRES TRAGICOS : romance. 
2.ª edição
. Lisboa, Livraria Popular de Francisco Franco, [1928]. In-8.º (19x12 cm) de 234, [2] p. ; E.
Capa de Alfredo de Moraes (1872-1971).
Romance cuja acção decorre em Lisboa, centra-se no relacionamento entre uma portuense de baixa condição - que desperta para as mundanices da capital - e um "pai de família" - João - que com a moça trai Carlos, o seu melhor amigo.
Obra muitíssimo interessante, com final surpreendente, algo irónico, dedicada pelo autor à memória de Camilo Castelo Branco, "genial romancista português".
"No jardim de inverno do S. Luís, enquanto não subia o pano para o D. Cesar de Bazan, João Silveira entretinha-se a saborear um café, quando alguem, tocando-lhe nas costas, disse:
- Ainda bem que te encontro.
Era o Carlos Rezende, amigo dedicado, a quem devia favores e representarem, por assim dizer, a sua honra. Se não fosse aquele rapaz, em vez de rico, estimado e em bela posição, talvez andasse faminto e rôto, sem merecer considerações de ninguem. Ele, porem, salvara-o de apuros e, tendo casado com uma senhora bondosa e de fortuna, vira-se em negocios e conquistara fartos proventos. Relembrando o passado, sentia-se nervoso. Se analisava o presente, tinha de aliar-lhe o nome de Carlos, esse caracter diamantino, a quem, como irmão, tanto adorava.
Carlos Rezende era, realmente, um desses amigos raros, para os quaes são poucas as deferencias.
João venerava-o. Por esse motivo, ao reconhece-lo, exclamou radiante:
- O'!... Senta-te, toma um licor. Falta um quarto de hora... Que tens feito?... A Lucia e a pequena teem preguntado por ti. Cortaste, por acaso, as relações comigo?...
- Não penses nisso... Tenho andado por longe... Coisas de familia. Fui ao Porto e... trago, até uma novidade sensacional."
(Excerto do Cap. I)
Eduardo de Aguilar (1875-1942). "Nasceu no Porto a 5 de Março de 1875, falecendo em Lisboa no ano de 1942. Além da função de contabilista que exerceu mais tardiamente, é com ligação à área das letras, nomeadamente através da actividade jornalística, que Eduardo de Aguilar se estreia no plano profissional. Com uma obra literária de cariz popular que oscila entre a tendência neo-romântica e incursões no realismo, Eduardo de Aguilar foi autor do livro de versos Cantigas à Bandarra (1924), a única obra poética que se lhe conhece, tendo-se destacado, sobretudo, enquanto romancista e autor dramático. No âmbito do romance, género a partir do qual granjeou a simpatia da crítica jornalística, publicou, no ano de 1912, A morgadinha de Silvares, a edição a favor da Sociedade das Escolas Liberais intitulada De profundis e O mistério da ressurreição. No ano seguinte, foi autor do romance Tragédias de Roma, que atraiu a atenção e as melhores críticas da imprensa da época, e, em 1921, publicou Amores Trágicos e o romance realista A caminho das trevas. Seguiram-se-lhes Almas gentis de namorados e Os fidalgos do cruzeiro, ambos publicados em 1922, e posteriormente O ilustre BernardoVida de miseráveis e Entre espadas e amores, tendo sido ainda autor do romance campestre Os sinos da minha aldeia (1941)."
(Fonte: http://vcp.ul.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=43&Itemid=122#porto_01)

Encadernação editorial em percalina com ferros gravados a seco e a ouro na pasta anterior e na lombada. Conserva as capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação.
Muito invulgar.
25€

2 comentários:

  1. Quero comprar pf

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Boa noite, Para reserva do livro favor enviar mensagem para o email livreiro.monasticon@gmail.com. Obrigado, cumprimentos, Alberto Marques

      Eliminar