11 dezembro, 2023

GORJÃO, Armando - UM CRIME DE ESPIONAGEM. Em plena guerra. Lisboa, Editor e proprietario Empreza de Publicações Populares, 1916. In-8.º (19,5 cm) de 112 p. ; B.
1.ª edição.
Capa icónica de L. Pimentel.
Refira-se a título de curiosidade, que o desenho de L. Pimentel - aliás, belíssimo - foi utilizado em mais do que uma ocasião para decorar capas de outras obras pós-República, sendo a mais conhecida Como triumphou a Republica, de Hermano Neves (1910).
Romance de espionagem/policial cuja acção decorre em Lisboa, durante a Primeira Guerra Mundial, história que o autor reputa de verídica, baseada em acontecimentos confidenciados por um seu amigo próximo: "Um crime d'espionagem, é apenas a reprodução fiel do que me foi narrado pelo meu amigo Antonio Campos do Valle, que há dias se retirou para a America do Norte".
Obra rara e muito interessante.
Precede o romance propriamente dito o extenso prefácio assinado por Gorjão - de quem nada foi possível apurar - onde este desanca no meio literário nacional, fazendo acusações gravíssimas a alguns dos mais conhecidos escritores da época que acusa de plágio e apropriação, nomeando as obras em causa.
"- Vem commigo e verás o que se chama uma excellente rapariga.
Isto me dizia Carlos d'Alvim á porta do Martinho, á hora em que a animação vive mais largamente.
Era-me impossivel acceitar o convite, visto os muitos afazeres que me prendiam n'aquella tarde.
E francamente digo, que o caso me contrariava bastante, dada a circumstancia de ser aquelle o terceiro ou quarto convite que me era feito para ir a casa da «excellente rapariga» passar umas horas de alegre de alegre cavaco e sempre havia um obstaculo.
Quer era uma creatura possuidora de certa educação, fallando correta e desembaraçadamente, espirituosa, muitissimo intelligente, de uma amabilidade extraordinaria e de um coquetismo extravagante, já eu o sabia por intermedio de Carlos.
Porem um dos rapazes do Maxim Club que mais detidamente analysára a estranha creatura, como elle lhe chamava, chegou a dizer-me que ella não éra que nós pensávamos."
(Excerto do Cap. I - A dama incognita)
Índice:
I - A dama incognita. II - Suspeitas de um sensato. III - Uma «princeza polaca». IV - Musette mysteriosa. V - Um preto que deixa de o ser. VI - Em pista. VII - Musette é uma espia. VIII - Um «castelo» sobre outro. IX - Officiaes e politicos cumplices da espia!... X - Preparando a cilada. XI - A mala mysteriosa. XII - [ - ]. XIII - Nas malhas da policia. XIV - Tableau!
Exemplar em brochura, bem conservado.
Raro.
Com interesse histórico.
Indisponível

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