13 maio, 2022

ROQUETTE, J. - I. - MANUAL DA MISSA E DA CONFISSÃO, quarta edição, augmentada com varias devoções; pelo Presbytero... Pariz, Vª J. - P. Aillaud, Monlon e Cª, Livreriros de Suas Magestades o Imperador do Brasil e El-Rei de Portugal, 1856. In-16.º (12,5x7,5 cm) de
Obra clássica da literatura religiosa nacional que conheceu múltiplas reedições ao longo do século XIX, sendo o presente um exemplar da 4.ª edição.
Livro bonito, ilustrado com 6 belíssimas estampas intercaladas no texto, e com dois frontispícios - um a cores - o outro, a p.b.
"Ha um Deos, que é um ser infinito e eterno. Deos não tem corpo, porque é espirito, e não póde ser percebido por nossos sentidos. Subsiste em três pessoas distinctas, que são Padre, Filho e Espirito Santo. O Padre é Deos, o Filho é Deos, o Espirito Santo é Deos. Sem embargo, estas três pessoas distinctas não são senão um só Deos; e é impossivel que haja mais que um só Deos. O mysterio d'um só Deos, que subsiste em três pessoas, se chama o Mysterio da Santissima Trindade."
(Excerto de Compendio da Fé, que convém se leia antes da missa ao menos metade em cada dia)
José Inácio Roquete (Alcabideche, 1800 - Santarém, 1870). "Natural da freguezia de Alcabideche, no concelho de Cascaes, professando em 1821 a regra de S. Francisco no convento de Sancto Antonio do Estoril, da provincia dos Algarves, situado proximo da villa de Cascaes, tomando então o nome de Fr. José de Nossa Senhora do Cabo Roquette. Aos 29 annos d’edade foi tambem nomeado prégador regio da Sancta Egreja Patriarchal, por carta do cardeal patriarcha D. Patricio I em 1830. As demonstrações que dera no periodo decorrido de 1828 em diante de «sincera affeição ao governo do Sr. D. Miguel chegaram todavia a concitar contra elle o odio de alguns, resultando-lhe ser preso tumultuariamente no dia 24 de Julho de 1833, e conduzido para o castello de S. Jorge, d’onde sahiu restituido á liberdade passados poucos dias, por se mostrar sem crime. Decorridas algumas semanas depois da convenção d’Evora-Monte, veiu embarcar no Tejo a bordo de um paquete inglez, seguindo viagem para Londres. Ahi se apresentou ao ministro portuguez n’aquella côrte, juntamente com os Duques de Cadaval e Lafões, o bispo de Viseu, e outros portuguezes como elle emigrados, assignando a pedido do mesmo ministro uma declaração de que não pegaria em armas, nem conspiraria de modo algum contra o governo de Sua Magestade a Senhora D. Maria II. Sahindo de Londres para França com passaporte da legação portugueza, obteve mui bom acolhimento do arcebispo de París. Deu-se então á traducção e composição de varias obras, com o fim de tornar-se prestavel aos seus compatriotas, e tambem de recolher para si maiores recursos do que podiam provir-lhe dos escassos proventos do ministerio ecclesiastico. Pelo mesmo tempo, e nos annos seguintes coadjuvou efficazmente o Visconde de Santarem nos trabalhos da commissão litteraria de que estava encarregado, sem que todavia recebesse por isso alguma retribuição pecuniaria do governo. Voltou portanto para Portugal, e chegou a Lisboa pelo meiado de Agosto de 1858. Cavalleiro da Ordem Imperial da Rosa, conferida por S. M. o Imperador do Brasil em 1847, cavalleiro da ordem de N. S. da Conceição de Villa-Viçosa, socio correspondente da Academia Real das Sciencias de Lisboa, etc."
(Inocêncio, Vol. IV, 373-375 pp.) Encadernação inteira de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Corte das folhas em dourado.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Páginas algo oxidadas. Vestígios de humidade nas derradeiras páginas do livro.
Invulgar.
Peça de colecção.
25€

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