03 outubro, 2016

PEREIRA, Frederico A. - OS ELEPHANTES. Por... Consul de Portugal em Siam. Porto, Livraria Portuense de Lopes & C.ª, 1890. In-8.º (19cm) de [2], 104, [2] p. ; [1] f. il. ; B.
1.ª edição.
Curioso estudo sobre o elefante asiático, obra percursora sobre o tema entre nós.
Ilustrado com uma estampa extratexto do animal.
"Não vamos fazer um estudo profundo sobre este assumpto. O nosso intuito é sem pretensões e visa simplesmente a fazer conhecer o quanto o elephante é um anima util ao homem pela sua intteligencia."
(excerto de O elephante historico e de guerra)
"A Africa possue elephantes, mas não têm até hoje sido utilisados como animaes domesticos e de grande beneficio para quem os educasse, como acontece na Asia. No continente negro ignora-se mesmo um modo qualquer de os apanhar vivos, o que é de certo uma grande falta que se fosse remediada poderia ser um bom elemento de riqueza e de progresso. Oxalá que o meu trabalho, no que diz respeito á sua utilisação na Asia, possa contribuir para que de futuro se olhe para este pachiderme em Africa, como mais necessario como simples animal de caça: O seu marfim cujo valor augmenta com a edade, é nada comparado com os valiosos serviços que elle póde prestar á humanidade.
O elephante póde viver de 160 a 200 annos. Porém está sujeito a muitos contratempos que lhe abreviam a existencia: O homem mata-o quando póde; os animaes ferozes fazem-lhe uma guerra constante; entre si acontece em certas circumstancias que entram em lucta e sempre um dos contendores morre e ás vezes o outro pouco lhe sobrevive; a natureza apresenta grandes obstaculos á sua enorme massa, produzindo accidentes que acabam por matal-os, além de impedirem a sua reproducção. D'ahi resulta que a sua existencia está calculada na media de 70 annos. [...]
Os elephantes no estado selvagem andam sempre em rebanhos e obedecem ao mais velho ou ao mais forte, áquelle que melhor os póde guiar. Estes rebanhos compõem-se geralmente de 100 a 150. Obedecem ao seu chefe e é raro haver desintelligencia entre elles. A boa harmonia cessa quando um, menos soffredor, ou por ciumes, ou mais exigente que os outros, ou porque foi perturbado nos seus amores ou nas suas affeições, se mostra descontente e começa a maltratar os camaradas. O agressor vê então todos ligarem-se contra elle e depois de terriveis combates, humilha-se, mas altamente irritado; a companhia torna-se-lhe odiosa e para occultar a sua vergonha, sepára-se e refugia-se nas florestas. Este isolamento reage sobre o seu humor e azeda-lhe o caracter a tal ponto que se torna altamente perigoso para os seus semelhantes, para os outros animaes e para o homem; então mata tudo o que encontra. D'ahi provêm os nomes que lhes dão na Asia, de solitarios - matadores -; por isso é que o governo da India Ingleza dá um premio a todo aquelle que matar um de estes terriveis desertores."
(excerto de O elephante selvagem)
Matérias:
- O elephante historico e de guerra. - O elephante selvagem. - Como se apanham elephantes. - Um captivo por amor. - A educação dos ellephantes. - O elephante em diversos serviços. - O elephante galante. - O elephante na familia. - O elephante combatente. - O elephante branco. - O elephante branco na Birmania. - O elephante branco em Siam.
Exemplar brochado (capas não são as de origem) em bom estado de conservação. Pelo interesse e raridade a justificar encadernação.
Raro.
50€

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