16 janeiro, 2012

GAMA, Sebastião da - SERRA-MÃI : poemas de... [S.l.], [s.n. - comp. Imprensa Artística], Dezembro : 1945. In-8º (19cm) de 124, [4] p. ; E.
Capa de Lino António.
Tiragem: 1.000 ex.
1ª edição.
Muito valorizado pela extensa e sentida dedicatória do autor - verdadeiro poema autógrafo
"O primeiro livro de Sebastião da Gama foi Serra-Mãi (assim mesmo escrito), saído a público em Dezembro de 1945, com desenho de capa de Lino António, obra que muito cuidou e para a qual levou a preceito a selecção dos seus poemas. Nesta altura, Sebastião da Gama, com 21 anos, era ainda estudante no curso de Românicas, na Faculdade de Letras de Lisboa. Tivera uma hipótese de a Livraria Portugália lhe editar o livro, mas, a 24 de Outubro, era-lhe dirigida uma carta, dizando que, naquele momento, não interessavam à editora “as publicações não integradas no plano” editorial, porque havia encargos com cerca de uma centena de originais, já pagos a autores e tradutores, e não havia como “dar vazão” a esse trabalho. A família de Sebastião da Gama assumiu, então, os encargos financeiros advenientes da edição e o livro foi publicado com a chancela da Portugália, enquanto distribuidora. Com obra, dedicada a Alexandre Cardoso, seu tio, assumia o risco de vir a ser o “poeta da Arrábida”, elegendo a serra como motivo, como título e como origem." (sebastiaodagama-acsg.blogspot.com)

"PEQUENO POEMA 

Quando eu nasci,
ficou tudo como estava.

Nem homens cortaram as veias, 
nem o Sol escureceu,
nem houve Estrêlas a mais...
Sòmente,
esquecida das dôres,
a minha Mãi sorriu e agradeceu.

Quando eu nasci, 
não houve nada de novo
senão eu.

As núvens não se espantaram,
não enlouqueceu ninguém...

Pra que o dia fôsse enorme,
bastava
tôda a ternura que olhava
nos olhos de minha Mãi..."

(Poemas de Amor, p. 95)

Acompanha o livro uma pagela desdobrável, possívelmente impressa por ocasião da morte de Sebastião da Gama, com poemas da sua autoria no interior; fechada, uma face apresenta um retrato de Jesus Cristo, com um excerto do evangelho de S. Mateus no pé, e a outra, um retrato do autor, com a inscrição impressa (1924-1952) também no pé.
Bonita encadernação inteira de pele com ferros a ouro na lombada e cercadura dourada nas pastas; conserva a capa de brochura.
Bom exemplar.
Raro e muito apreciado - peça de colecção. 
Indisponível

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