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1.ª edição.
Curioso estudo sobre o hábito de andar descalço, comportamento arreigado numa faixa importante da população até meados do séc. XX, e que mereceram do Estado português vigorosas medidas de repressão.
"Foi em Janeiro de 1928 que a Liga Portuguesa de Profilaxia Social iniciou a campanha contra o indecoroso, inestético e anti-higiénico hábito do pé descalço. O que tem sido a sua acção através de longos anos, para pôr cobro a tão vergonhoso costume, pode ser facilmente avaliado se considerarmos que semelhante campanha era profundamente adversa à índole do nosso povo, aferrado a uma tradição de muitos séculos, à incultura e incompreensão dos visados, à comodidade e ao interesse mal compreendido de quem receava ter de aumentar uns tristes centavos ao salário magro dos seus servidores."
(Excerto da introdução)
"«Entra definitivamente em vigor, no próximo dia 15, a ordem que extermina «os pés descalços». O Porto, a partir do dia 15, pula à sua própria categoria na Civilização. Nada explicava, nada podia perdoar a persistência desse velho hábito, revelador apenas do relaxamento, de indiferença, de falta de gosto e provocador de mil prejuízos morais, estéticos e até materiais. Esse costume produzia, na mulher, um desfeiamento lento, espalmava-lhe os pés, quebrava-lhe toda a graça, masculinizava-a... No homem, levava-o, à semelhança dos selvagens do interior africano - e só desses selvagens, visto que os da América, os «peles vermelhas», calçam uma espécie de alpergatas a que chamamos «Swantzor»..."
(Excerto do texto)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação.
Muito invulgar.
20€
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