09 outubro, 2022

RODRIGUES, Augusto - O ABADE FARIA NA REVOLUÇÃO FRANCEZA
. Lisboa, Casa Editora Nunes de Carvalho, [19--]. In-8.º (21 cm) de 372 p. ; [9] f. il. ; B.
1.ª edição.
Capa de João José.
Interessante romance, espécie de policial histórico em tempos de Revolução Francesa, com a participação de conhecidas figuras da época, como o Dr. Casanova e o Abade Faria. Raro e muito curioso. Nada foi possível apurar acerca desta obra, dado não existirem quaisquer referências bibliográficas sobre a mesma.
Livro ornamentado com bonitas capitulares, florões e vinhetas tipográficas em cada um dos capítulos, bem como 9 belíssimas estampas de Silva e Souza intercaladas no texto.
"José!
- Diz, Margarida!
- Não te parece que está ali, sobre a relva do bosque, um homem prostrado?...
- Tambem me parece...
«Algum vagabundo»!
- No entanto julgo que o seu vestuario é o dum gentilhomem!
José afirmou-se:
- E tem a espada sobre  coxa!
«É exquesito!...
«Ou está ébrio, como já tenho visto alguns, nesta devassa terra, ou é vitima d'algum duelo, sem testemunhas...
Margarida ajuntou:
- Ou dum ataque de salteadores...
- Tudo é possivel!
«Mas urge que eu lhe acuda!
«Fica tu na estrada para mandares fazer alto a qualquer carruagem que passe, no caso de ser preciso..."
(Excerto do Cap. I - Sanson-la-Mort)
"Dai a pouco, paravam, deante dum elegante palacete, de dois pisos, com jardim que o cercava por três lados e com frontaria para a rua.
Esta, que tinha o poético nome de «Fonte-que-chora» era bastante deserta no seculo XVIII.
Apenas algumas casas fidalgas com os seus parques e jardins que as separavam, e no lado norte, uma extensa fila de construções monotonas, todas de tijolo encarnado e habitadas por gente pobre e um ou outro burguês mercador.
Mas era uma rua de pouco transito e a quietação de visinhança agradou a José de Faria porque o deixava estudar e trabalhar com socêgo."
(Excerto do Cap. II - Vocação macabra)
Exemplar em brochura, bem conservado.
Muito raro.
Sem registo na BNP.
Indisponível

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