17 agosto, 2023

SARMENTO, Tenente-Coronel Alberto Artúr - NOTICIA HISTÓRICO-MILITAR SOBRE A ILHA DO PORTO SANTO
. Funchal, Tip. do «Diario de Noticias», 1933. In-4.º (28,5 cm) de 117, [3] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Importante subsídio histórico sobre a Ilha do Porto Santo.
Ilustrado com fotogravuras a p.b. ao longo do texto.
Juntam-se dois artigos relacionados com o livro - Notas - subscritos pelo autor, recortados de um jornal madeirense da época.
"A ilha do Porto Santo, a primeira das nossas descobertas maritimas, foi topada por João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz, a quem o infante D. Henrique mandára preparar uma «barqua» com que corressem a costa da Berberia e fossem descobrindo o que nelas achassem, na concepção do mundo para além do Cabo Bojador.
Horas bonançosas sucederam-se ás amargas de tormenta e uma ilha inabitada, esquecida talvez, foi o porto seguro de salvamento, e de aí, o nome que lhe puzeram, voltando jubilosos a dar conta do que viram, mostrando as amostras da terra que pizaram.
No ano seguinte, 1419, toparam mais além, com uma ilha maior, toda cheia de arvoredo, á quel por isso chamaram a da Madeira, - inabitada tambem, a qual o Infante os incumbiu de colonisar, doada aos dois, em repartição. A do Porto Santo foi concedida a Bartolomeu Perestrelo, de origem italiana, a quem D. João I havia já nobilitado, por serviços prestados.
A capitania do Porto Santo foi dada sómente em vida do donatário e este, desgostoso com a terra, abandonou-a, alegando o destroço que os coelhos, - prodigiosa descendencia duma coelha prenhe que trouxéra, - faziam a todas as culturas, mas instado pelo Infante, para lá voltou, obtendo epois carta de doação perpétua em seus descendentes, como já havia sido concedida aos dois outros donatários do Funchal e Machico.
Perestrelo veio casado, de Portugal, com Brites Furtado, da casa dos Mendonças, aposentadores-móres e filha de Diogo Mendonça, alcaide-mór de Mourão. Enviuvando, casou depois com Isabel Moniz, filha de Vasco Martins Moniz, fidalgo escudeiro, com grandes terras em Machico, chamado o Africano pelos seus grandes feitos.
O 1.º donatário do Porto Santo houve deste consórcio, uma filha, Filipa Moniz que casou com Cristovão Colombo. [...]
Os donatários tinham a jurisdição do civel e do crime, até certos limites, só eles vendiam sal a estipulado preço, construiam moinhos para o cereal e fornis públicos, auferindo um marco de prata por casa serra de agua e a redizima de tudo quanto o Infante havia de renda, sendo os senhores da gente de guerra na «defensão» da Capitania."
(Excerto do preâmbulo - Memoria sobre a Ilha do Porto Santo)
Indice:
Memoria sobre a Ilha do Porto Santo. | Notas. | Descoberta. | Donatários e Governadores. | Capitães-Governadores. | 2.ª série de donatarios. | Governadores subalternos. | Jurisdição dos donatarios. | O titulo de Dom. | Os Profetas do Porto Santo. | Legislação especial para o Porto Santo. | Regimento de Agricultura. | Uma colónia do Porto Santo na Madeira - A aldeia da Rainha. | As correições. | As posturas da Câmara. | Levada do Tanque. | O antigo bardo do Porto Santo. | Freguesia de N.ª S.ª da Piedade. | Capelas no Porto Santo. | A vila do Porto Santo. | Povoações. | O nativo do Porto Santo. | A vinha. | A cal. | A argila. | O sal. | A agua. | O clima. | O mar da Travessa. | Alguns povoadores. | Comendas. | Importação, exportação. | Presidio. | Geologia. | Fosseis. | Fauna. | Flora.
Alberto Artur Sarmento (Funchal, 1878-1953). "Frequentou o Liceu do Funchal e a Escola Politécnica durante 2 anos. Complementou os seus estudos na Escola do Exército onde tirou o curso de Infantaria. Em 1900 é promovido a alferes, em 1922 é promovido a tenente-coronel e em 1929 reforma-se do Exército. Durante 20 anos foi professor do Liceu e, por duas vezes, governador militar da Madeira. Paralelamente com as suas actividades artísticas e militares, Alberto Artur Sarmento contribuiu para o enriquecimento da flora da Madeira ao fazer uma recolha de plantas na Ilha Deserta. Além destas actividades, Alberto Artur Sarmento era também tradutor público das línguas inglesa, francesa e alemã, chegando a traduzir alguns artigos científicos para o Heraldo da Madeira, jornal do qual fazia parte do corpo da redacção. Também colaborou noutros periódicos regionais, nacionais e estrangeiros. Tem uma bibliografia vasta e abrangente, com temáticas díspares sobre a ilha da Madeira que vão desde a botânica, passando pela numismática, ornitologia, história militar e história do Arquipélago da Madeira."
(Fonte: www.bprmadeira.org)
Exemplar brochado, com acabamento com dois pontos em arame, em bom estado de conservação. Capa apresenta vinco no canto inferior direito.
Raro.
Com interesse histórico.
85€

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