03 junho, 2023

CUNHA, Luís - CHINA NA GRANDE GUERRA.
A Conquista da Nova Identidade Internacional. Macau, Instituto Internacional de Macau [imp. Gráfica Maiadouro - Lisboa], 2014. In-4.º (23 cm) de 231, [1] p. ; il. ; B. Col. Suma Oriental - 10
1.ª edição.
Importante subsídio para a história da intervenção chinesa na Grande Guerra.
Ilustrado com inúmeras fotografias, desenhos e reprodução de documentos oficias distribuídos pelas últimas 45 páginas do livro.
Foto da capa:  Nove membros do Chinese Labour Corps junto às ruínas de uma casa em França, entre os quais dois capatazes e um intérprete (sentados) - autor desconhecido.
Tiragem limitada a 500 exemplares.
"[...] Esta foi uma guerra travada entre homens de todas as nacionalidades, raças e credos. Todos tentaram, ingloriamente, salvar impérios feridos de morte.
No Verão de 1914 a imprensa mais patriótica assegurava que, no Natal desse ano, o conflito estaria terminado. Os jornais não voltariam a reincidir em prognósticos semelhantes nos anos seguintes. Das ofensivas massivas passou-se rapidamente para a defesa estratégica, traduzida em trincheiras que serpenteavam por muitas centenas de quilómetros. O impasse e a guerra de nervos instalar-se-iam nas fileiras de todos os exércitos em confronto. A terra era de ninguém; a pólvora e o chumbo de todos.
Exauridos e sujeitos a uma guerra de desgaste interminável, os Aliados foram obrigados a recorrer às forças armadas das dependências coloniais, bem como trabalhadores estrangeiros destinados a suportar o esforço de guerra, substituindo desse modo os homens chamados à linha da frente. O império britânico mobilizou australianos, canadianos, neo-zelandeses, indianos e sul-africanos, entre outros. O franceses convocaram marroquinos, senegaleses e vietnamitas. Muitos caíram no combate que foram travar por delegação.
Mais curiosa, porquanto relativamente desconhecida, é a saga dos trabalhadores chineses que participaram activamente nos palcos europeus da Grande Guerra. Os cemitérios chineses, espalhados pelo norte de França e Bélgica, são testemunhos silenciosos da premeditada entrada em cena da China no sistema internacional e de um esforço de guerra que nunca seria devidamente reconhecido.
Recrutados pela França e Grã-Bretanha, mais de 140 000 trabalhadores braçais - os "coolies" na expressão inglesa - viajaram até à Europa, onde deram um contributo significativo para o esforço de guerra aliado, designadamente nas fábricas de material de guerra (por vezes ao lado de portugueses também recrutados para o efeito), na construção e reparação de caminhos-de-ferro, na manutenção de tanques, na construção naval ou no reabastecimento da linha da frente. Na versão britânica integraram o Chinese Labour Corps (CLC). Quando os Estados Unidos da América (EUA) entraram na guerra, também o contingente expedicionário americano passou a contar com o apoio logístico destes chineses, cedidos pelos franceses. Sujeitos à disciplina castrense, eram considerados "soldados-trabalhadores".
(Excerto da Introdução)
Índice:
Agradecimentos. | Prefácio. | Introdução.| I - O apocalipse imperial. II - A guerra no Oriente. III - A China na Grande Guerra. IV - Os trabalhadores chineses na Europa. V - A China na Conferência de Paz. VI - A China moderna nas Relações Internacionais. VII - Conclusões. | Bibliografia. | Websites de referência. | Fontes vídeo. | Fotos - o "Exército" esquecido.
Luís Cunha. "É doutorado em Relações Internacionais (ISCSP/Universidade de Lisboa) e licenciado em Comunicação Social (FCSH/Universidade Nova de Lisboa). É investigador no Instituto do Oriente (ISCSP/UL) e autor de vários livros sobre temática oriental. Tem obra publicada, na área de geopolítica da Ásia-Pacífico, em revistas nacionais e estrangeiras. Desempenhou actividade profissional em Macau (China) durante década e meia."
(Retirado da contracapa)
Exemplar em brochura, bem conservado.
Esgotado.
45€

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