13 outubro, 2013

CASTELLO BRANCO, Camillo – VINTE HORAS DE LITEIRA. Lisboa, Livraria de Campos Junior, [s.d. – 1864]. In-8º (18cm) de [4], VI, 281, [3] p. ; E.
1.ª edição (na variante «Campos Junior»). Contém o catálogo das obras editadas pela livraria Campos Júnior no verso da f. anterrosto e as erratas no final do livro.
“O progresso é uma voragem!
A liteira já se debate nas fauces do monstro. Vai cahir a fatal hora! D’aqui a pouco, a liteira desapparecerá da face da Europa.
O derradeiro refugio da anciã era Portugal. Nem aqui a deixaram n’este museu de antigualhas! Nem aqui! A pobresinha, a decrepita coberta do pó e suor de sete seculos, tirita estarrecida de pavor, escutando o hórrido fremir do wagon, que bate as crepitantes azas de infernal hippogripho.
Ao passo que o vapor talava os plainos, galgava ella, espavorida, os desfiladeiros para esconder-se. Mas o camartello e o rôdo escalaram o agro e penhascoso das serras, e a liteira, acossada pelo Char-à-bancs, sumiu-se ainda nas veredas pedregosas, e acoutou-se á sombra do solar alcantilado e inaccessivel ao rodar da sege.
É ahi que a coeva do Portugal das chronicas se estorce e vasqueja no ultimo alento."
(excerto da introdução)
Encadernação em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Pastas com defeitos; lombada apresenta falha de pele (3cm) no topo. Assinatura de posse na f. rosto; carimbo de posse na 1.ª f. texto.
Muito invulgar.
Indisponível

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