24 agosto, 2013

LIMA, Magalhães – TERRAS SANTAS DA LIBERDADE : França Imortal, Portugal Heroico. Paginas da Guerra. Extrato das Conferencias realisadas no Teatro de S. Carlos e Ateneu Comercial de Lisboa, Teatro Aguia d’Ouro e Société Amicale Franco-Portugaise do Porto. Lisboa, Sociedade Typographica Editora, 1917. In-8º (18,5cm) de 72 p. ; B.
Raríssimo opúsculo de carácter laudatório e justificativo da entrada de Portugal na Grande Guerra, da autoria de Magalhães Lima, figura maior da República.
“O esforço portuguez! Que representa o esforço portuguez?
Perguntae-o ao Universo assombrado pelos feitos dos nossos grandes navegadores. Perguntae-o ás tempestades, que recuaram espavoridas deante das nossas caravelas. Perguntae-o ao patriotismo de Afonso de Albuquerque, o maior de todos os portuguezes.
O esforço portuguez é a continuação da nossa historia; a reviviscencia das nossas descobertas; é um dever moral, que se impõe a todos os que amam a sua patria; é a defeza do nosso patrimonio colonial; é a reconquista do nosso logar na politica internacional; é a afirmação da nossa dignidade, da nossa independencia e do nosso futuro; é a afirmação da vitalidade da nossa raça.”
(excerto do texto)
Matérias:
Terras Santas da Liberdade
- O que vi, o que ouvi e o que admirei. – A guerra em Portugal. – Nas linhas de fogo. – O patriotismo francez. – Terras Santas da Liberdade. O esforço portuguez. – Em marcha. – A hora da Vitoria.
França Imortal, Portugal Heroico
- O Centenario de Camões. – A Revolução franceza. – O significado da guerra. – A civilização latina. – Uma geração de idealistas.- Portugal Heroico. – França Imortal. – A moderna Cruzada. Nota final.
Sebastião de Magalhães Lima (1850-1928). Nasceu no Rio de Janeiro no dia 30 de Maio de 1850, tendo ido morar para Aveiro aos cinco anos.
Em 1870, inscreveu-se no curso de Direito da Faculdade de Coimbra, que terminou com distinção em 1875. Exerceu advocacia, mas sempre a par com uma actividade política intensa, pois tinha aderido ao Partido Republicano Português e à Maçonaria, organização de que viria a tornar-se Grão-Mestre.
No período final da Monarquia foi um jornalista infatigável, colaborou em dezenas de jornais e revistas, tendo sido fundador do jornal O Século.
Na qualidade de dirigente do Partido Republicano Português efectuou várias viagens a países estrangeiros – Espanha, Itália, Bélgica e França – a fim de obter apoios para a causa republicana. As suas qualidades pessoais e o facto de pertencer à Maçonaria Portuguesa abriram-lhe facilmente portas, contribuindo para o êxito das muitas funções que desempenhou.
Durante o governo de João Franco (1906 - 1908) exilou-se em França para escapar às perseguições de que foi alvo. Regressou depois do regicídio e, em 1910, o Congresso do Partido Republicano Português, então reunido no Porto, encarregou-o de voltar ao estrangeiro, acompanhado por José Relvas para efectuar conversações destinadas a conseguir que os governos francês e inglês aceitassem a revolução que entretanto se preparava em Portugal e que veio a rebentar a 5 de Outubro.
Nessa data Magalhães Lima ainda se encontrava em Paris, donde regressou para participar nos festejos da vitória.
No novo regime foi deputado às Constituintes, tendo sido o relator da comissão encarregada de redigir a Constituição de República Portuguesa. Depois disso continuou sempre a efectuar contactos no estrangeiro para obter a simpatia e a aceitação dos países europeus.
Em 1915 integrou o governo como Ministro da Instrução Pública. Durante o Sidonismo foi preso e mais tarde os seus opositores chegaram a acusá-lo de cumplicidade no atentado que vitimou Sidónio Pais.
Magalhães Lima foi também um escritor de mérito, tendo publicado grande número de ensaios de carácter político e social, mas também alguns romances. Morreu em Lisboa a 7 de Dezembro 1928.”
(centenariodarepublica.pt)
Excelente exemplar.
Raro.
Com interesse histórico.
Indisponível

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