14 fevereiro, 2023

ANDRADE, Ruy d' - BREVE NOTÍCIA DA EQUITAÇÃO DE ALTA-ESCOLA.
Separata do Boletim Pecuário - Ano XI - N.º 1
. Lisboa, Impresso nas oficinas da Sociedade Astória, Ltd, [1943]. In-4.º (26 cm) de 102, [2] p. ; [XLIV] p. estampas ; E.
1.ª edição independente.
Importante estudo sobre Arte Equestre, pelo Dr. Ruy de Andrade, uma das maiores autoridades sobre o assunto - e tudo o que diz respeito à criação, estudo e protecção equídea - em Portugal. Exemplar sem folha de rosto, iniciando na página 5, supomos que tal como foi publicado, respeitando a numeração do Boletim Pecuário onde originalmente o trabalho foi impresso.
Livro ilustrado com inúmeras reproduções de gravuras antigas, desenhos, retratos e fotogravuras distribuídas por 44 páginas separadas do texto.
"O que actualmente se chama Alta-Escola, é uma arte completamente diferente da equitação que lhe deu origem e se praticou no período do seu apogeu (séculos XVI, XVII e XVIII). [...]
De tôdas as formas da Alta-Escola é especialmente esta última a mais deturpada, pois a maior parte dos exercícios ou ares que se fazem executar aos cavalos, não derivam da verdadeira equitação concentrada, que só pode ser feita montado, mas de truques ou manhas que, com paciência, guloseimas e castigos, se ensinam aos cavalos, sem necessidade portanto de ser cavaleiro.
A passage, o passo e trote espanhol, algumas levadas, andamentos a compasso de música, algumas piruetas, etc., são os ares vulgarmente mostrados nos circos, mas que não representam senão uma deformação da verdadeira e clássica Alta-Escola."
(Excerto do Proémio)
"Como D. João V e D. José tiveram muito a peito a picaria da sua Côrte, o primeiro, por solicitações do segundo e talvez da Rainha D. Mariana de Áustria, fundou em Alter-do-Chão uma Real Coudelaria semelhante e para os mesmos fins da de Lipizza, iniciada com esta com éguas e cavalos andaluzes para êsse efeito importados, além doutros procedentes da Coudelaria de Portel, pertencente à Casa de Bragança. Na Coudelaria de Alter se criou uma raça de cavalos que no seu tempo chegou a ser a melhor da Península e uma das melhores do Mundo, mas que o cruzamento com outras raças, a árabe designadamente, começado relativamente cedo mas com certa discrição, acabou sem descernimento, o que fez desaparecer quási de todo a casta e nada criou de novo.
É, pois, provável, que no tempo daqueles Reis, e depois até à extinção da Picaria Real quando da primeira invasão francesa, servissem nas Reais Cavalariças bons picadores e para elas se remontassem bons cavalos, adquiridos alguns no estrangeiro, de preferência em Espanha, e outros em Portugal, êstes criados pela Casa de Bragança no Alentejo, pelo Infantado nas lezírias do Tejo, e, finalmente, em Alter-do-Chão."
(Excerto de A Alta-Escola em Portugal)
Matérias: Proémio. | Origem da Equitação de Alta-Escola. | A Alta-Escola em Nápoles. | A Alta-Escola em Espanha. | A Alta-Escola em França. | A Alta-Escola na Áustria. | A Alta-Escola noutros países: Inglaterra; Alemanha; Dinamarca e Suécia. | A Alta-Escola em Portugal. | Evolução da Alta-Escola. | Bibliografia.
Belíssima encadernação em meia de pele com cantos e ferros gravados a ouro na lombada. Conserva as capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação. Ex-libris de António Lobão de Mascarenhas. Capa apresenta assinatura de posse no pé.
Muito invulgar.
Indisponível

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