26 dezembro, 2022

VASCONCELOS, Máximo Augusto de - O EMIGRADO FRANCÊS OU O DELFIM DE ELVAS.
[Por]... Coronel de Reserva
. Valença. Melgaço = Tip.ª «Melgacence», 1927. In-4.º (23,5 cm) de [4], 45, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Interessante estudo histórico, trabalho de pesquisa e recolha sobre a verdadeira identidade do "Delfim de Elvas", por muitos identificado como Luís Carlos, herdeiro do trono francês, filho natural de Luís XVI e Maria Antonieta - ambos guilhotinados na sequência da Revolução Francesa - que terá fugido para Portugal para escapar ao cruel destino de seus pais.
"Laborioso é o estudo de factos históricos, quando dêles não resultam vestígios que guiem a inteligência do historiador; está nêste caso o interessante problema histórico que passo a tratar, guiando-me é certo pela resumida e vaga biografia de meu avô paterno, o suposto Augusto Cezar de Vasconcelos, - «O Delfim de Elvas», escripta por seu filho e meu tio José de Vasconcelos.
Desde 1830 era conhecido meu avô pelo Delfim de Elvas; tôda a gente de Elvas, desde então, se convencera que era falso o nome que uzava, embora fosse desconhecido o seu nome de baptismo, bem como o apelido de sua família; que êle cuidadosamente os ocultava, é óbvio, todos justamente o supunham, e afirmavam qual fosse, era o Delfim de França.
Ao alistar-se em começo de Abril de 1809, no regimento de artilharia n.º 3, por indicação do Marquez de Tiernay, General francês ao serviço de Portugal, e que era próximo parente do Rei de França Luís XVI, apresentara-se como natural da cidade do Porto, ao tempo ocupada pelo exército do Comando de Soult, desde 29 de Março a 12 de Maio do mesmo ano. [...]
Até 1830 facilmente ocultou a sua naturalidade, pois que sendo homem de vasta ilustração e falando e escrevendo correctamente o português, ninguém o supunha francês, tanto mais que tendo contraído casamento em Elvas em 1810, apresentara os seus papeis despachados no Bispado de Vizeu, e como natural da freguesia de S. Martinho de Pindo, hoje do concelho de Penalva do Castelo, districto de Vizeu.
Aqui temos a primeira contradição para se conhecer a sua identidade; é certo que mais tarde se veio a saber que eram falsos os papeis que apresentara para se casar, bem como falsa era a naturalidade e nome que deu ao sentar praça.
Em 1830 veio a Elvas um padre de Vizeu que o reconheceu como sendo o emigrado francês, que até 1809, estivera em casa dos fidalgos Melos daquela cidade, o que êle não negou; e acediado com perguntas da esposa e dos filhos, contou a sua odisseia desde 1793, em que acompanhado de uma dama francesa, embarcaram em França em um navio expressamente fretado, que os conduziu a Lisboa, onde desembarcaram, e a dama o metera em um colégio, de onde mais tarde fugira com um condiscípulo que o induziu a embarcar em um navio negreiro, de que era comandante o pai daquêle seu condiscípulo.
Ocultou com tudo o seu nome, a sua hierarquia e o apelido da sua família."
(Excerto da Introdução)
"Ficava a família Real no Templo, quando o Rei Luís XVI se arrancou aos últimos abraços para caminhar ao suplício.
A Rainha deitada sôbre a cama, vestida, tinha ficado durante longas horas de agonia no dia 21 de Janeiro de 1793, abismada em freqüentes desmaios, interrompidos por soluços e preces!! [...]
A convenção depois de decretar que a Rainha Maria Antonieta, seria separada do filho para ser julgada, assim lh'o fez notificar na prisão.
No acto da leitura desta ordem à família Real, o menino correu a abrigar-se nos braços da mãe, e não foi sem grande lucta que ela por fim o vestiu e o entregou inundado de lágrimas, aos carcereiros.
O sapateiro Simão, escolhido pela sua brutalidade para substituir o amor do coração terníssimo de sua mãe, o conduziu ao quarto destinado para o jovem rei agonizar!!
Ali foi dado por morto, quando na realidade foi salvo como se verá.
Em princípio de Abril do ano de 1809, saiu de Vizeu, acompanhado de um almocreve, um jovem de boa aparência; jornardeando por caminhos menos seguidos dirigiram-se a Borba, em demanda da residência do Marquez de Tarnay a quem se apresentou o nosso jovem."
(Excerto de O emigrado Francês ou o Delfim de Elvas - Cap. I)
Matérias:
Introdução. | Primeira Parte: Luís XVI. Rei de França - [V Capítulos]. Segunda Parte: O emigrado Francês ou o Delfim de Elvas - [XV Capítulos]. | Arvore genealógica da família dos Augustos de Elvas - [III Capítulos].
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com vincos e pequenos defeitos.
Raro.
Com interesse histórico.
Indisponível

2 comentários:

  1. João Torcato Justa05 abril, 2023

    Peço desculpa pelo incómodo. Por favor pode indicar-me onde posso consultar este livro? Agradeço-lhe antecipadamente. Os meus cumprimentos.

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  2. Boa tarde, apenas agora reparei no seu comentário, de futuro, alguma questão, favor enviar para o email. Poderá consultar o livro nalguma biblioteca pública. Por exemplo, a Biblioteca Nacional (Lisboa) tem 3 exemplares disponíveis. M. Cumprimentos, Alberto Marques

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