14 novembro, 2023

FERREIRA, J. Bethencourt e SANTOS JÚNIOR, J. R. dos -
A PEDRA DE COBRA.
Algumas considerações sôbre medicina popular das mordeduras de víbora. Separata da «Revista Lusitana», vol. XXIX. Pôrto, Imprensa Portuguesa, 1932. In-8.º (24x16,5 cm) de 16 p. ; B.
1.ª edição independente.
Curioso ensaio sobre medicina popular e superstição.
Opúsculo muito valorizado pela dedicatória autógrafa do Dr. Júlio Bethencourt Ferreira ao conhecido romancista e dramaturgo Júlio Dantas.
"As cobras ou serpentes ocupam lugar importante nas actuais superstições populares portuguesas, como o ocupavam já nas antigas.
São muitas as lendas em que moiras encantadas, protectoras desveladas de tesoiros, deixam na manhã de S. João a forma de cobra que vivem todo o ano no fundo das fontes, poços ou regatos e, tomando figura humana, veem pentear fora de água os seus cabelos de oiro cintilantes.
O folclore português é rico em quadras alusivas àquele réptil.
Até há superstições ou lendas nas quais transparecem vestígios do culto ofiolátrico. Assim sucede numa colhida no centro do país, na qual se conta que num hiante algar, junto à serra, vivia uma serpente que, se por necessidade saísse daquele antro, assolaria a região. Segundo é lenda, os campónios iam ali mugir diàriamente algumas cabras, vertendo o leite numa depressão cavada na rocha, o qual, seguindo por um conduto para o interior da caverna, era absorvido pela serpente, que dessa forma mantinham prisioneira.
Quantas superstições! quantas lendas! existem espalhadas do norte ao sul de Portugal, nas quais a cobra intervém, ora como agente benéfico e protector, ora como agente daninho e maligno."
(Excerto do ensaio)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Com interesse histórico e etnográfico.
15€

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