04 setembro, 2015

CHAGAS, M. Pinheiro - NOVOS ENSAIOS CRITICOS. Porto, Em Casa da Viuva Moré - Editora, 1868. In-8º (19cm) de 275, [5] p. ; B. Colecção Moré
1.ª edição.
Muito valorizada pela dedicatória autógrafa do autor.
Título publicado no ano em que rebentou a polémica literária que ficaria conhecida pela Questão do Bom Senso e Bom Gosto (Questão Coimbrã), na qual o autor se viu envolvido, e que viria a ser determinante no virar de página da literatura portuguesa.
A presente obra contém um conjunto de estudos críticos, na sua maioria inéditos, com especial relevância para o ensaio sobre o romance histórico em Portugal que ocupa 100 páginas, e que inclui a análise à obra de Camilo, «O Santo da Montanha», e num outro âmbito, em capítulo à parte, à participação literária do mesmo Camilo na narrativa histórica em Portugal. Outros autores incluídos neste ensaio: Arnaldo Gama, Rebelo da Silva e Miguel de Antas.
O autor também se debruça sobre João de Barros e Diogo do Couto, e alguns outros conhecidos romances: Iracema de José de Alencar, As pupilas do sr. Reitor de Júlio Dinis, As memórias de Judas de Petruccelli della Gattina, Mário de Silva Gaio, etc.
"Fatigado da sua longa excursão atravez das torpezas e dos ridiculos da sociedade contemporanea, cançado de photographar os quadros comicos ou dramaticos do viver actual, Camillo Castello-Branco, ha muito estudioso e amante da nossa velha historia e da nossa antiga litteratura, entendeu que não devia servir-se unicamente d'essas pristinas fontes para n'ellas retemperar a vernaculidade da sua linguagem, mas que as devia tambem aproveitar como reportorio copioso de magnificos entrechos, de telas vastissimas onde podia bordar e entretecer em matiz os dourados fios da sua palavra imaginosa, da sua eloquencia de narrador."
(excerto de O Romance Historico em Portugal, III - Camillo Castello-Branco)
Manuel Pinheiro Chagas (1842-1895). "Escritor português nascido a 12 de Novembro de 1842, em Lisboa, e falecido a 8 de Abril de 1895, na mesma cidade, Manuel Joaquim Pinheiro Chagas foi também um célebre polígrafo da segunda metade do século XIX, jornalista, poeta, novelista, historiador, dramaturgo, crítico literário e tradutor (de Ponson du Terrail, Alexandre Dumas, Octave Feuillet, Alfred de Vigny e Jules Verne, entre outros autores). Interessou-se pela política, tendo-se notabilizado como orador e tendo exercido os cargos de deputado pelo Partido Regenerador e de ministro da Marinha, em 1883. Ocupou, entre várias funções, o cargo de professor no Curso Superior de Letras, para o qual concorreu com Teófilo Braga. Em 1865, publicou o Poema da Mocidade, cujo posfácio, assinado por António Feliciano de Castilho, seu amigo, viria a suscitar a Questão Coimbrã, na qual Pinheiro Chagas tomou parte, com o opúsculo Bom senso e bom gosto. Folhetim a propósito da carta que o sr. Antero de Quental dirigiu ao sr. A. F. de Castilho, onde defendeu Castilho, contestando a novidade e a substância das ideias literárias sustentadas por Antero. Em 1869, publicou A Morgadinha de Valflor, que o notabilizaria como dramaturgo. Em 1871, interveio a favor do encerramento das Conferências Democráticas do Casino. Fundou, em 1876, o Diário da Manhã, mas colaborou em variadíssimos jornais e revistas, entre os quais O Panorama, Arquivo Pitoresco, Gazeta de Portugal, Jornal do Comércio, Diário de Notícias, A Ilustração Portuguesa, Revolução de Setembro e Artes e Letras. Neles assinou numerosos artigos de crítica literária, em parte recolhidos nos volumes Ensaios críticos e Novos ensaios críticos, de 1866 e 1867, respectivamente. Conhecido hoje em dia sobretudo pelo conservadorismo das posições assumidas contra a Geração de 70 e pelo convencionalismo da sua obra literária, excessivamente marcada pelo ultra-romantismo, Pinheiro Chagas mereceria porventura uma releitura, principalmente no tocante à sua produção como crítico literário. Pinheiro Chagas deixou-nos livros magníficos, onde demonstra as suas imensas faculdades intelectuais, de entre os quais ressaltam títulos como A Flor Seca, Os Guerrilheiros da Morte, O Terramoto de Lisboa e A Mantilha de Beatriz."
(fonte: www.wook.pt)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Páginas com picos de acidez. 
Muito invulgar.
Indisponível

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