13 janeiro, 2014

SILVA, Cesar da – A INQUISIÇÃO EM PORTUGAL : romance historico. Vol. I [e Vol. II e Vol. III]. Lisboa, Bibliotheca do Povo, [191-]. 3 vols in-8º (21cm) de 713, [1] p. (I), 789, [1] p. (II) e 741, [1] p. (III) ; il. ; E.
Obra ilustrado com fotogravuras e bonitos desenhos da autoria de Alfredo de Morais em página inteira. De assinalar ainda as vinhetas, capitulares e florões de belo efeito impressas ao longo da obra.
“Estamos em 1530, reinando em Portugal o beato D. João III, de fatidica memoria.
Na praça do Rocio de Lisboa, onde vamos entrar, havia n’esse momento grandissima animação, proveniente de factos que os nossos leitores vão presenciar. Antes d’isso, porém, façamos umas pequenas explicações.
Esse largo, que ocupava o mesmo sitio do actual, era então muito maior e rodeado por uma arcaria, como era uso d’esse tempo, e ainda na actualidade se vê em algumas praças de varias cidades do paiz. […] Falta-nos dizer que estavamos em sabbado de aleluia, que n’esse anno cahiu a 15 de abril. […] Para melhor observarmos o que se passa, e alguma coisa ficarmos sabendo dos costumes do tempo, convem que vamos acercar-nos d’um enorme grupo que se juntára n’um dos angulos da praça, junto do palacio dos Estaus.
Era formado por gente da mais baixa estofa e servia-lhe de chefe um carniceiro arremangado, de aspecto boçal, que mantinha suspenso de uma longa vara um boneco tosco representando um homem.
- Cá está o Judas! gritava elle.
- A queima do Judas! repetiam em côro, uns poucos de salafrarios, de jaez egual ao do magarefe e que com elle tinham entrado na praça, fazendo-lhe cortejo.”
(excerto do prólogo)
Alfredo Augusto César da Silva (1859-1942). “Foi professor, escritor, jornalista e bibliotecário da Casa Pia de Lisboa. Trabalhou como marçano numa papelaria e exerceu funções de compositor gráfico no Diário Ilustrado. Depois de levar a cabo estudos na Escola de S. Julião do Tojal entrou como docente para a Casa Pia de Lisboa, onde se manteve até ao fim da sua vida. Foi director da Colónia Agrícola de S. Bernardino (Peniche)."
Alfredo de Morais (1871-1972). “Aguarelista e ilustrador, nasceu em Lisboa em 1872. Trabalhou em litografia na Imprensa Nacional e foi professor na Sociedade Nacional de Belas Artes. Fez ilustrações para jornais - como Folha do Povo, Diário da Manhã, O Século, Diário de Notícias, O Mundo – e para numerosos livros, sendo disputadíssimo pelas editoras. De entre estas ilustrou uma tradução de D. José Carcomo de D. Quichote da Mancha e uma adaptação para jovens para a Biblioteca Ideal, ambas nos anos 20 do século XX. Morreu em Lisboa em 1972."
Encadernações cartonadas em meia de sintético com ferros gravados a ouro na lombada.
Exemplares em bom estado geral de conservação.
Invulgar.
Obra sem indicação de registo na BNP (Biblioteca Nacional).
Indisponível

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